Genoma de urso da Idade da Pedra reconstruado a partir de DNA em caverna mexicana
Os cientistas reconstruaram o DNA antigo do solo pela primeira vez, em um avanço que aumentara¡ significativamente o estudo da evolua§a£o de animais, plantas e microorganismos.

O professor assistente Mikkel Winther Pedersen com membros da equipe experimentando as diferentes camadas culturais da caverna. Crédito: Devlin A. Gandy
"A análise do DNA encontrado no solo pode ter o potencial de expandir a narrativa sobre tudo, desde a evolução das espanãcies atéos desenvolvimentos nasmudanças climáticas - os fa³sseis não sera£o mais necessa¡rios".
Eske Willerslev
Uma equipe de cientistas liderada pelo professor Eske Willerslev no Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge e o Centro de GeoGenanãtica da Fundação Lundbeck da Universidade de Copenhague recriaram os genomas de animais, plantas e bactanãrias a partir de fragmentos microsca³picos de DNA encontrados na remota caverna Chiquihuite em Manãxico.
As descobertas foram descritas como 'pousos na lua da gena´mica', porque os pesquisadores não precisara£o mais depender da descoberta e do teste de fa³sseis para determinar a ancestralidade genanãtica e as conexões.
Os resultados, publicados hoje na revista Current Biology , são a primeira vez que o DNA ambiental foi sequenciado do solo e sedimentos. Eles incluem o antigo perfil de DNA de um urso negro americano da Idade da Pedra, retirado de amostras na caverna.
Trabalhar com DNA altamente fragmentado de amostras de solo significa que os cientistas não precisam mais depender de amostras de DNA de ossos ou dentes para obter material genanãtico suficiente para recriar um perfil de DNA antigo.
As amostras incluaram fezes e gotaculas de urina de um ancestral do urso preto americano, o que permitiu aos cientistas recriar todo o ca³digo genanãtico de duas espanãcies do animal: o urso negro americano da Idade da Pedra e um urso de cara curta chamado Arctodus simus que morreu 12.000 anos atrás.Â
O professor Willerslev disse: “Quando um animal ou humano urina ou defeca, as células do organismo também são excretadas. Podemos detectar os fragmentos de DNA dessas células nas amostras de solo e agora os usamos para reconstruir genomas pela primeira vez. Mostramos que cabelo, urina e fezes fornecem material genanãtico que, nas condições certas, pode sobreviver por muito mais do que 10.000 anos.
“A análise do DNA encontrado no solo pode ter o potencial de expandir a narrativa sobre tudo, desde a evolução das espanãcies atéos desenvolvimentos nasmudanças climáticas - os fa³sseis não sera£o mais necessa¡rios.â€
A caverna de Chiquihuite éum local de grande altitude, situado a 2.750 metros acima doníveldo mar. DNA de camundongos, ursos negros, roedores, morcegos, ratazanas e ratos canguru também foi encontrado. Os cientistas dizem que fragmentos de DNA em sedimentos agora podera£o ser testados em muitos assentamentos da Idade da Pedra em todo o mundo.
O professor Willerslev disse: “Imagine as histórias que esses traa§os poderiam contar. a‰ um pouco insano - mas também fascinante - pensar que, na Idade da Pedra, esses ursos urinaram e defecaram na Caverna Chiquihuite e nos deixaram os vestagios que podemos analisar hoje. â€