De 2010 a 2019, a bacia amaza´nica do Brasil emitiu 16,6 bilhaµes de toneladas de CO 2 , enquanto retira apenas 13,9 bilhaµes de toneladas, relataram pesquisadores nesta quinta-feira, 29, na revista Nature Climate Change .

O desmatamento na Amaza´nia, inclusive por meio de queimadas, aumentou quase quatro vezes em 2019
A Amaza´nia brasileira liberou quase 20 por cento mais dia³xido de carbono na atmosfera na última década do que absorveu, de acordo com um relatório impressionante que mostra que a humanidade não pode mais depender da maior floresta tropical do mundo para ajudar a absorver a poluição de carbono produzida pelo homem.
De 2010 a 2019, a bacia amaza´nica do Brasil emitiu 16,6 bilhaµes de toneladas de CO 2 , enquanto retira apenas 13,9 bilhaµes de toneladas, relataram pesquisadores nesta quinta-feira, 29, na revista Nature Climate Change .
O estudo analisou o volume de CO 2 absorvido e armazenado conforme a floresta cresce, versus as quantidades liberadas de volta para a atmosfera quando équeimado ou destruado.
"Na³s meio que espera¡vamos, mas éa primeira vez que temos números mostrando que a Amaza´nia brasileira mudou e agora éemissora laquida", disse o coautor Jean-Pierre Wigneron, cientista do Instituto Nacional de Agronomia da Frana§a Pesquisa (INRA).
"Nãosabemos em que ponto a mudança pode se tornar irreversavel", disse ele a AFP em uma entrevista.
O estudo também mostrou que o desmatamento - por meio de queimadas e corte raso - aumentou quase quatro vezes em 2019 em comparação com qualquer um dos dois anos anteriores, de cerca de um milha£o de hectares (2,5 milhões de acres) para 3,9 milhões de hectares, uma área do tamanho de Os Paases Baixos.
"O Brasil viu um declanio acentuado na aplicação de políticas de proteção ambiental após a mudança de governo em 2019", disse o INRA em um comunicado.
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi empossado em 1º de janeiro de 2019.
Ecossistemas terrestres em todo o mundo tem sido um aliado crucial enquanto o mundo luta para conter as emissaµes de CO 2 , que chegaram a 40 bilhaµes de toneladas em 2019.
Ao longo do último meio século, as plantas e o solo absorveram de forma consistente cerca de 30% dessas emissaµes, mesmo quando essas emissaµes aumentaram 50% no período.
Os oceanos também ajudaram, absorvendo mais de 20%.
A bacia amaza´nica contanãm cerca de metade das florestas tropicais do mundo
Pontos de tombamento
A bacia amaza´nica contanãm cerca de metade das florestas tropicais do mundo , que são mais eficazes em absorver e armazenar carbono do que outros tipos de vegetação.
Se a regia£o se tornasse uma fonte laquida em vez de um "sumidouro" de CO 2 , enfrentar a crise climática serámuito mais difacil.
Usando novos manãtodos de análise de dados de satanãlite desenvolvidos na Universidade de Oklahoma, a equipe internacional de pesquisadores também mostrou pela primeira vez que florestas degradadas eram uma fonte mais significativa de emissaµes de CO 2 para o aquecimento do planeta que o desmatamento total.
No mesmo período de 10 anos, a degradação - causada pela fragmentação, corte seletivo ou incaªndios que danificam, mas não destroem as a¡rvores - causou três vezes mais emissaµes do que a destruição total das florestas.
Os dados examinados no estudo cobrem apenas o Brasil, que detanãm cerca de 60 por cento da floresta amaza´nica.
Levando em consideração o restante da regia£o, “a bacia amaza´nica como um todo éprovavelmente neutra em carbonoâ€, disse Wigneron.
“Mas nos outrospaíses com floresta amaza´nica, o desmatamento também estãoaumentando e a seca se tornou mais intensaâ€.
A mudança climática surge como uma grande ameaça e pode - acima de um certo limiar de aquecimento global - levar a floresta tropical do continente a um estado de savana muito mais seco, mostraram estudos recentes.
Isso teria consequaªncias devastadoras não apenas para a regia£o, que atualmente abriga uma porcentagem significativa da biodiversidade mundial, mas também globalmente.
A floresta amaza´nica éum de uma dezena de chamados "pontos de inflexa£o" no sistema clima¡tico.
Lena§a³is de gelo no topo da Groenla¢ndia e da Anta¡rtica Ocidental, permafrost siberiano carregado com CO 2 e metano, chuvas de monções no sul da asia, ecossistemas de recifes de coral, a corrente de jato - todos são vulnera¡veis ​​a transições de ponto sem retorno que alterariam radicalmente o mundo como nossabemos.