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A transmissão experimental do rua­do do rio em corredeiras afasta morcegos e pa¡ssaros
Um novo estudo experimental publicado na revista Nature Communications descobriu que pa¡ssaros e morcegos frequentemente evitam o habitat inundado pelo barulho alto dos rios de corredeiras.
Por California Polytechnic State University - 24/05/2021


O Dr. Dylan Gomes liderou a equipe que implantou conjuntos de alto-falantes no ini­cio da primavera para comea§ar a reproduzir o rua­do do rio de corredeiras antes que a maioria dos pa¡ssaros e morcegos estivessem usando essa área montanhosa de alta altitude (5000-7000 '). Crédito: Dr. Cory Toth

Embora muitos possam considerar uma caminhada na floresta uma fuga tranquila e paca­fica de sua vida urbana barulhenta, muitas vezes não consideramos o quanto incrivelmente barulhentos alguns ambientes naturais podem ser. Embora usemos sons naturais suaves em nossa vida dia¡ria - para relaxar ou meditar - o estrondo de um rio na montanha ou o estrondo de uma arrebentação podem estar mudando a forma como os animais se comunicam e onde vivem háeras. Um novo estudo experimental publicado na revista Nature Communications descobriu que pa¡ssaros e morcegos frequentemente evitam o habitat inundado pelo barulho alto dos rios de corredeiras.

Dr. Dylan Gomes, um recente Ph.D. graduado pela Boise State University e primeiro autor no artigo, resume os objetivos do trabalho desta forma, "ambientes naturalmente barulhentos tem sido amplamente negligenciados na pesquisa ecola³gica. Nosso objetivo foi testar a hipa³tese de que o rua­do natural intenso pode moldar as distribuições e o comportamento dos animais transmitindo experimentalmente o rua­do do rio de corredeiras em grande escala. " Na verdade, os cientistas tiveram que transportar literalmente toneladas de equipamentos em um terreno sem estradas para colocar conjuntos de alto-falantes movidos a energia solar em metade de seus 60 locais nas Montanhas Pioneer de Idaho, onde monitoraram populações de pa¡ssaros e morcegos por dois veraµes.

As matrizes de alto-falantes foram organizadas ao longo das áreas ribeirinhas , enchendo cada riacho borbulhante com a experiência auditiva de um rio de corredeiras. A equipe aproveitou sua abordagem experimental para transmitir reproduções realistas do rua­do do rio, bem como do rua­do do rio que foi alterado para cima em frequência para entender como o rua­do causoumudanças no número de animais. "A hipa³tese predominante de por que muitos animais evitar rua­do échamado de mascaramento. O mascaramento ocorre quando o rua­do se sobrepaµe a  frequência (o que percebemos como tom) com um sinal ou sugestãobiológica. Ao transmitir rua­do de diferentes frequências, esperamos avaliar o papel que o mascaramento de sons importantes, como o canto dos pa¡ssaros, desempenha na prevenção de locais barulhentos ", disse o autor saªnior do estudo, Dr. Jesse Barber, da Boise State University. os cientistas descobriram que a sobreposição entre o rua­do de fundo e a frequência do canto previsto para os pa¡ssaros diminui atéque os ambientes acaºsticos se tornem tão barulhentos quanto uma estrada, ponto em que outras forças, como a incapacidade de ouvir predadores e presas, provavelmente se tornam mais importantes.

Compreender como o rua­do afasta os animais de habitats bons éclaramente importante, mas e quanto aos animais que ficam para trás? Para estudar a procura de alimentos em pa¡ssaros que permaneceram em locais naturalmente barulhentos, os autores colocaram centenas de iscas de lagarta feitas de argila em seus locais de estudo. Ao examinar cuidadosamente os tipos de marcas que os predadores deixaram na argila, os cientistas descobriram que mais rua­do significava menos forrageamento pelos pa¡ssaros. Isso significa que, mesmo depois de controlar o fato de que menos pa¡ssaros foram encontrados em locais barulhentos, os pa¡ssaros foram menos eficientes em caçar visualmente essas lagartas silenciosas e chamariz na presença de rua­do. Isso não émuito diferente da dificuldade que as pessoas podem enfrentar ao tentar ouvir a conversa de um amigo enquanto uma televisão sem som estãoligada, dividindo nossa atenção.

Para entender como os morcegos que permaneceram em áreas expostas ao rua­do se saa­ram, a equipe implantou dois quebra-cabea§as de forrageamento para resolver. O primeiro era uma "mariposa-roba´" que atraa­a morcegos com suas batidas de asas semelhantes a s de um inseto. O segundo era um alto-falante tocando uma "fita mixada" de gritos de cra­quete e katydid e sons de insetos andando. Depois de quase 150 noites de coleta de dados, os cientistas descobriram que, conforme o mundo fica mais alto, alguns morcegos deixam de ouvir os sons das presas e passam a usar a ecolocalização. Dr. Gomes explica, "esta mudança comportamental éprovavelmente impulsionada por chamadas de presas e passos sendo mascarados pelo rua­do do rio e este tipo de solução de problemas provavelmente explica porque alguns morcegos podem permanecer perto do tumulto de um rio de corredeiras furioso".

Ao juntar todas essas pea§as, os autores argumentam que ao estudar como os animais respondem a s fontes de rua­do que enfrentaram ao longo de sua história evolutiva, podemos ter um melhor controle sobre como os animais lidam com o rua­do causado pelo homem. O Dr. Clinton Francis, da California Polytechnic State University e coinvestigador principal do estudo, afirma: "nosso trabalho mostrando que o rua­do natural pode estruturar onde os animais vivem e como eles se comportam apenas aumenta a necessidade de controlar o rua­do causado pelo homem. a pegada de rua­do antropogaªnico émuito maior do que ambientes naturais barulhentos . "

 

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