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Gea³logos exploram a misteriosa lacuna do Grand Canyon no tempo
A pesquisa chega mais perto de resolver um quebra-cabea§a, chamado de
Por Universidade do Colorado em Boulder - 20/08/2021


Doma­nio paºblico

Um novo estudo conduzido pela University of Colorado Boulder revela a complexa história por trás de uma das caracteri­sticas geola³gicas mais conhecidas do Grand Canyon: uma lacuna de tempo misteriosa e perdida no registro de rocha do ca¢nion que cobre centenas de milhões de anos.

A pesquisa chega mais perto de resolver um quebra-cabea§a, chamado de "Grande Inconformidade", que deixou os gea³logos perplexos desde que foi descrito pela primeira vez, háquase 150 anos.

Pense nas falanãsias e penhascos vermelhos do Grand Canyon como um livro de história da Terra, explicou Barra Peak, principal autor do novo estudo e estudante de graduação em ciências geola³gicas na CU Boulder. Se vocêreduzir as faces rochosas do ca¢nion , podera¡ voltar quase 2 bilhaµes de anos no passado do planeta. Mas esse livro também tem pa¡ginas faltando: em algumas áreas, mais de 1 bilha£o de anos de rochas desapareceram do Grand Canyon sem deixar vesta­gios.

Os gea³logos querem saber por quaª.

"A Grande Inconformidade éuma das primeiras feições geola³gicas bem documentadas na Amanãrica do Norte", disse Peak. "Mas, atérecentemente, não ta­nhamos muitas restrições sobre quando ou como isso ocorria."

Agora, ela e seus colegas acham que podem estar se limitando a uma resposta em um artigo publicado este maªs na revista Geology . A equipe relata que uma sanãrie de eventos pequenos, mas violentos, podem ter abalado a regia£o durante o desmembramento de um antigo supercontinente chamado Roda­nia. A destruição resultante provavelmente destruiu a terra ao redor do ca¢nion, fazendo com que rochas e sedimentos fossem arrastados para o oceano.

As descobertas da equipe podem ajudar os cientistas a preencher as pea§as que faltam do que aconteceu durante este período crítico para o Grand Canyon - hoje uma das maravilhas naturais mais importantes da Amanãrica do Norte.

"Temos novos manãtodos anala­ticos em nosso laboratório que nos permitem decifrar a história na janela perdida do tempo na Grande Inconformidade", disse Rebecca Flowers, coautora do novo estudo e professora de ciências geola³gicas. "Estamos fazendo isso no Grand Canyon e em outras localidades do Grande Inconformidade na Amanãrica do Norte."

Lindas linhas

a‰ um mistério que remonta hámuito tempo. John Wesley Powell, o homa´nimo do atual Lago Powell, viu o Grande Inconformidade pela primeira vez durante sua famosa expedição de barco em 1869 pelas corredeiras do rio Colorado.
 
Peak, que completou uma viagem de pesquisa semelhante de rafting pelo Grand Canyon na primavera de 2021, disse que a caracterí­stica éna­tida o suficiente para ser vista do rio.

"Existem linhas lindas", disse Peak. "Na parte inferior, vocêpode ver muito claramente que existem rochas que foram empurradas juntas. Suas camadas são verticais. Depois, háum corte e, acima dele, vocêtem essas belas camadas horizontais que formam os montes e picos que vocêassocia o grande Canyon."

A diferença entre esses dois tipos de rochas ésignificativa. Na parte oeste do ca¢nion em direção ao Lago Mead, a pedra do pora£o tem de 1,4 a 1,8 bilha£o de anos. As rochas no topo, no entanto, tem apenas 520 milhões de anos. Desde a viagem de Powell, os cientistas tem visto evidaªncias de períodos semelhantes de perda de tempo em locais ao redor da Amanãrica do Norte.

"Passaram-se mais de um bilha£o de anos", disse Peak. "a‰ também um bilha£o de anos durante uma parte interessante da história da Terra, onde o planeta estãofazendo a transição de um cena¡rio mais antigo para a Terra moderna que conhecemos hoje."

Um continente se divide

Para explorar a transição, Peak e seus colegas empregaram um manãtodo chamado "termocronologia", que rastreia a história do calor na pedra. Peak explicou que, quando as formações geola³gicas estãoenterradas profundamente no subsolo, a pressão crescente sobre elas pode torna¡-las tostadas. Esse calor, por sua vez, deixa um rastro na química dos minerais dessas formações.

Usando essa abordagem, os pesquisadores realizaram um levantamento de amostras de rochas coletadas em todo o Grand Canyon. Eles descobriram que a história desse recurso pode ser mais complicada do que os cientistas presumiram. Em particular, a metade oeste do ca¢nion e sua porção leste (a parte com a qual os turistas estãomais familiarizados) podem ter sofrido diferentes contorções geola³gicas ao longo do tempo.

"Nãoéum aºnico bloco com o mesmo hista³rico de temperatura", disse Peak.

Aproximadamente 700 milhões de anos atrás, a rocha do embasamento no oeste parece ter subido a superfÍcie. Na metade oriental, poranãm, essa mesma pedra estava sob quila´metros de sedimentos.

A diferença provavelmente se deve ao desmembramento de Roda­nia, uma gigantesca massa de terra que começou a se fragmentar mais ou menos na mesma anãpoca, disse Peak. Os resultados dos pesquisadores sugerem que essa grande reviravolta pode ter rasgado as metades leste e oeste do Grand Canyon de maneiras diferentes e em momentos ligeiramente diferentes - produzindo a Grande Inconformidade no processo.

Peak e seus colegas estãoagora olhando para outros locais do Grande Inconformidade na Amanãrica do Norte para ver como esse quadro pode ser geral. Por enquanto, ela estãoanimada para ver a história geola³gica se desenrolar em uma das paisagens mais pitorescas dopaís.

"Existem tantas coisas la¡ que não estãopresentes em nenhum outro lugar", disse ela. "a‰ um laboratório natural realmente incra­vel."

 

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