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Epidemias de coronava­rus atingiram pela primeira vez hámais de 21.000 anos
Um novo estudo da Universidade de Oxford, publicado hoje, mostra que o ancestral comum mais recente desses va­rus existia hámais de 21.000 anos, quase 30 vezes mais antigo do que as estimativas anteriores.
Por Universidade de Oxford - 03/09/2021


Crédito: Pixabay 

Os sarbecova­rus invadiram humanos duas vezes na última década, levando ao surto mortal de SARS-CoV-1 em 2002-04 e a  atual pandemia de COVID-19, causada pelo va­rus SARS-CoV-2. Um novo estudo da Universidade de Oxford, publicado hoje, mostra que o ancestral comum mais recente desses va­rus existia hámais de 21.000 anos, quase 30 vezes mais antigo do que as estimativas anteriores.

Apesar de ter uma taxa de evolução muito rápida em escalas de tempo curtas, para sobreviver, os va­rus devem permanecer altamente adaptados a seus hospedeiros - isso impaµe severas restrições a  sua liberdade de acumular mutações sem reduzir sua aptida£o. Isso faz com que a taxa aparente de evolução dos va­rus diminua ao longo do tempo. A nova pesquisa, pela primeira vez, recria com sucesso os padraµes desse decla­nio da taxa observada nos va­rus.

"Desenvolvemos um novo manãtodo que pode recuperar a idade dos va­rus em escalas de tempo mais longas e corrigir para uma espanãcie de 'relatividade evolutiva", onde a taxa aparente de evolução depende da escala de tempo da medição. Nossa estimativa com base em dados de sequaªncia viral, de mais de 21.000 anos atrás, estãoem nota¡vel concorda¢ncia com uma análise recente em um conjunto de dados gena´micos humanos que sugere infecção com um coronava­rus antigo na mesma anãpoca ", disse Mahan Ghafari, da Universidade de Oxford.

O estudo também demonstra que, embora os modelos evolutivos existentes muitas vezes falhem em medir a divergaªncia entre as espanãcies de va­rus ao longo de períodos - de algumas centenas a alguns milhares de anos - a estrutura evolutiva desenvolvida neste estudo permitira¡ a estimativa confia¡vel da divergaªncia do va­rus em vastas escalas de tempo, potencialmente ao longo de todo o curso da evolução animal e vegetal.

O novo modelo nos permite não apenas reconstruir a história evolutiva dos va­rus relacionados ao SARS-CoV-2, mas também uma gama muito mais ampla de va­rus de RNA e DNA durante períodos mais remotos do passado.

As previsaµes do modelo para o va­rus da hepatite C - uma das principais causas globais de doença hepa¡tica - são consistentes com a ideia de que circulou por quase meio milha£o de anos. O HCV pode, portanto, ter se espalhado pelo mundo como uma parte intra­nseca da migração "para fora da áfrica" ​​de humanos modernos hácerca de 150.000 anos.

Os diferentes gena³tipos de HCV nativos de populações humanas no Sul e Sudeste Asia¡tico e na áfrica Central podem ter se originado durante esse período prolongado e essa escala de tempo revisada pode resolver o antigo enigma de suas distribuições globais.

"Com esta nova técnica, podemos olhar de forma muito mais ampla para outros va­rus; reavaliar as escalas de tempo de sua evolução mais profunda e obter insights sobre as relações do hospedeiro que são fundamentais para a compreensão de sua capacidade de causar doena§as", disse o professor Simmonds, da Universidade de Oxford.

 

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