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As empresas de energia europeias enfrentam uma 'armadilha da da­vida' de 114 bilhaµes de euros se atrasarem a ação climática
Um estudo da Oxford e da University College Cork hoje revela a escala do desafio enfrentado pelas grandes empresas de energia na UE e no Reino Unido se atrasarem o alinhamento de seus portfa³lios com o valor la­quido zero.
Por Oxford - 09/09/2021


Central elanãtrica a carva£o

Os pesquisadores descobriram que uma "maioria significativa" das empresas do setor poderia ter recursos financeiros para fechar mais cedo suas usinas de emissão de carbono. Mas se adiarem a ação por apenas cinco anos, quatorze das vinte e nove empresas analisadas sofrera£o quedas nas classificações de cranãdito relacionadas ao fato de terem dinheiro suficiente para pagar os juros dos empréstimos. As classificações de cranãdito caa­ram para doze empresas devido ao fato de terem menos dinheiro dispona­vel para pagar seus empréstimos, incluindo uma que foi classificada como de alto risco.

A ação atrasada sobre o clima aumenta a quantidade de fluxos de caixa que precisam ser reinvestidos para sustentar a empresa com a perda de fluxos de caixa associados a ativos improdutivos. O fluxo de caixa perdido de ativos ociosos éestimado em 114 bilhaµes de euros se as empresas de energia pararem de usar usinas de combusta­vel fa³ssil até2040.

As empresas de energia são especialmente sensa­veis a s classificações de cranãdito, argumentam os autores. Isso ocorre porque a capacidade de financiar novos projetos compata­veis com o valor la­quido zero depende da solidez do balana§o patrimonial da empresa. Se já acumulou da­vidas e o valor de seus ativos de combusta­veis fa³sseis cair, a empresa pode se ver na 'armadilha da da­vida'. Nesse ponto, qualquer esfora§o em direção a um estado la­quido zero torna-se mais difa­cil e potencialmente mais caro para financiar.

O Dr. Conor Hickey, principal autor e pesquisador do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford, disse: “Lucros reduzidos de ativos de combusta­veis fa³sseis perdidos criara£o pressão sobre o pagamento de da­vidas e tera£o implicações mais amplas para pensaµes, empregos e proprieta¡rios de ativos mais acima no cadeia de investimento. Este estudo quantifica o problema e oferece uma estrutura para o envolvimento de investidores e políticas. ”

Compreender o impacto de ativos de combusta­veis fa³sseis encalhados éparticularmente urgente para as empresas de energia que operam na Unia£o Europeia. Dezpaíses da UE se comprometeram a fechar suas usinas a carva£o até2030. Empaíses europeus menos ambiciosos, o aumento dos prea§os do carbono e as energias renova¡veis ​​mais baratas ira£o acelerar o fechamento de usinas de combusta­vel fa³ssil.

O Dr. Ben Caldecott, co-autor e Diretor do Programa de Finana§as Sustenta¡veis ​​de Oxford e o Professor Associado de Finana§as Sustenta¡veis ​​Lombard Odier da Universidade de Oxford, disse: “Para evitar impactos negativos sobre os prea§os das ações, classificações de cranãdito e retornos financeiros, nosdescobriram que as empresas de energia europeias deveriam aumentar os gastos em tecnologias verdes desde o ina­cio, para gerar novos fluxos de receita que mitigara£o futuros ativos de combusta­veis fa³sseis encalhados. ”

O Dr. John O'Brien, coautor e professor de finana§as quantitativas da University College Cork disse: "Fechar a geração de energia emissora de carbono éum elemento-chave do caminho da Comissão Europeia para uma economia de carbono zero. Nossa modelagem mostra que essa abordagem éfinanceiramente via¡vel, e que, com ação imediata, a indústria possa absorver os prejua­zos associados. ”

 

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