Mundo

Mudança de dietas para enfrentar a mudança climática 'inatinga­vel' para grupos minorita¡rios
De acordo com um novo estudo de hábitos alimentares nos Estados Unidos, uma dieta sauda¡vel com menor impacto ambiental éalcana§a¡vel para grande parte da populaa§a£o.
Por Cardiff University - 16/09/2021


Doma­nio paºblico

Tornar os alimentos mais acessa­veis para grupos anãtnicos minorita¡rios écrucial para reduzir as emissaµes de gases de efeito estufa de nossas dietas, sugeriram os cientistas.

De acordo com um novo estudo de hábitos alimentares nos Estados Unidos, uma dieta sauda¡vel com menor impacto ambiental éalcana§a¡vel para grande parte da população. Mas éinacessa­vel para até38% dos indivíduos negros e hispa¢nicos nos grupos de renda e educação mais baixos, o dobro da porcentagem de indivíduos brancos no mesmo grupo.

Embora as dietas de indivíduos denívelsocioecona´mico mais elevado sejam atualmente responsa¡veis ​​por maiores impactos ambientais, esses indivíduos também são mais propensos a conseguir uma mudança para uma dieta mais sauda¡vel.

Os resultados foram publicados na revista Nature Food .

A equipe de cientistas afirma que uma dieta incluindo mais gra£os integrais, latica­nios, frutas e vegetais, frutos do mar e protea­nas vegetais, combinada com na­veis mais baixos de adição de açúcares, gra£os refinados, gorduras saturadas e sãodio, pode ser alcana§ada dentro dos ora§amentos atuais de alimentos para 95% da população dos EUA.

Essa dieta otimizada resultaria em reduções médias de 2% nas emissaµes de gases de efeito estufa relacionadas aos alimentos , 24% no uso da terra e 4% no consumo de energia; entretanto, haveria um aumento de 28% no consumo de a¡gua.

Os pesquisadores afirmam que, embora os indivíduos com maior renda e na­veis de educação sejam mais propensos a se motivar a mudar suas dietas para um padrãosauda¡vel, dietas mais sauda¡veis ​​podem resultar em custos mais elevados e, potencialmente, criar uma barreira para indivíduos de menor status socioecona´mico.

A equipe pediu aos formuladores de políticas que considerem a melhoria do planejamento urbano e da infraestrutura para diminuir o tempo e a carga moneta¡ria no acesso a escolhas alimentares sauda¡veis, bem como desenvolver programas educacionais nas escolas para promover uma alimentação sauda¡vel e uma mudança de comportamento.

Per capita, o uso da terra e as emissaµes de gases de efeito estufa associados a s dietas dos Estados Unidos são quase o dobro da média mundial.

Além disso, pesquisas nutricionais nos Estados Unidos mostram que, embora as dietas tenham melhorado nos últimos 20 anos, persistem disparidades na qualidade nutricional associadas a renda, educação e raça.
 
Em seu estudo, a equipe quantificou os impactos ambientais e a qualidade nutricional dos registros alimentares dos indivíduos de uma pesquisa nutricional nacionalmente representativa, Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (NHANES), de 2005 a 2016.

A equipe usou algoritmos para descobrir novas dietas que satisfizessem as necessidades nutricionais e fossem próximas da dieta existente de um indiva­duo, calculando os gastos e os impactos ambientais associados a essa mudança de dieta.

Eles mostraram que, em média, a dieta dia¡ria de uma pessoa gerava 3,4 kg de emissaµes de dia³xido de carbono, 15,6 m 2 de uso da terra, 972 litros de águaazul e 28,9 MJ de consumo de energia.

Emnívelnacional, isso equivale a 385 megatons de emissaµes de dia³xido de carbono, 1,77 milha£o de km 2 de terra, 110 bilhaµes de m 3 de águae 3,27 milhões de TJ de energia ao longo de um ano.

A análise indicou que os indivíduos denívelsocioecona´mico mais elevado são responsa¡veis ​​por maiores impactos ambientais porque consomem mais alimentos proteicos de impacto intensivo, incluindo latica­nios, produtos pecua¡rios e frutos do mar. Legumes, nozes e sementes, assim como frutas, também contribuem para a diferença.

A equipe mostrou que a mudança para dietas sauda¡veis ​​pode levar a uma mudança cra­tica nos impactos ambientais para todos os grupos socioecona´micos.

No entanto, 38% dos indivíduos negros e hispa¢nicos no grupo de menor renda e educação, o dobro da porcentagem de indivíduos brancos, não podem pagar esses padraµes alimentares.

Além disso, entre aqueles que podem pagar uma dieta melhor, 32% dos indivíduos negros e 37% dos hispa¢nicos seriam considerados financeiramente sobrecarregados, pois gastam mais do dobro da média nacional de participação na renda em alimentos.

"Nosso estudo mostra que aqueles que são bem pagos e / ou bem educados tem mais probabilidade de adotar dietas mais sauda¡veis, mas também são responsa¡veis ​​por maiores impactos ambientais em termos de emissaµes de gases de efeito estufa, pegada ha­drica azul, ocupação do solo e consumo de energia ", disse o coautor do estudo, Dr. Pan He, da Escola de Ciências da Terra e Ambientais da Universidade de Cardiff.

“Embora a mudança para uma dieta sauda¡vel possa reduzir os impactos ambientais e seja acessa­vel para a maioria das pessoas, isso seria inatinga­vel para grupos desfavorecidos que ainda podem estar presos no caminho da mudança.

“Pola­ticas que tornem os alimentos nutritivos mais acessa­veis são necessa¡rias para promover melhor nutrição e melhores resultados ambientais simultaneamente, especialmente para grupos socioecona´micos mais vulnera¡veis”.

 

.
.

Leia mais a seguir