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A iniciativa 'Muro Verde' da áfrica também faz sentido do ponto de vista econa´mico, mas a violência éuma preocupação
O Sahel se estende ao sul do Saara, desde o Senegal, no oeste, atéa Etia³pia, no leste da áfrica. Vastas áreas da regia£o anteriormente fanãrtil agora estãovirtualmente sem cultivo. As razões são secas, cultivo agra­cola deficiente ...
Por Universidade de Bonn - 15/11/2021


Uma ta­pica aldeia da regia£o do Sahel, no Na­ger. Crédito: FAO

O Sahel se estende ao sul do Saara, desde o Senegal, no oeste, atéa Etia³pia, no leste da áfrica. Vastas áreas da regia£o anteriormente fanãrtil agora estãovirtualmente sem cultivo. As razões são secas, manãtodos inadequados de cultivo agra­cola e uso excessivo devido a  crescente demanda por alimentos e lenha.

A iniciativa “Grande Muralha Verde” visa compensar e reverter essa perda por meio do plantio em massa de a¡rvores e grama­neas nativas. Cem milhões de hectares de terra sera£o restaurados dessa forma. Atéagora, poranãm, essa meta ambiciosa estãomuito longe de ser alcana§ada - em parte devido a  falta de recursos financeiros.

No entanto, isso pode mudar no futuro: no ini­cio deste ano, váriospaíses doadores prometeram quase US $ 15 bilhaµes para o projeto no One Planet Summit for Biodiversity. “Para usar esses fundos de forma eficiente, agora temos que nos perguntar onde e para quais medidas eles devem ser usados ​​com mais sensatez”, enfatiza o Dr. Alisher Mirzabaev do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento (ZEF) da Universidade de Bonn.

Cada da³lar investido rende 20 por cento de retorno la­quido

O economista agra­cola conduziu um estudo que fornece uma resposta. Os pesquisadores dividiram a regia£o do Sahel em 40 milhões de parcelas de 25 hectares cada. Para cada um deles, eles analisaram quais medidas de restauração de terras seriam possa­veis e quanto custariam. Eles compararam esse ca¡lculo com os benefa­cios econa´micos que poderiam ser alcana§ados.

“Por um lado, incluem os chamados servia§os de abastecimento”, explica Mirzabaev: “Sa£o as coisas que são produzidas pelos ecossistemas: alimentos e águapota¡vel, matérias-primas como madeira ou plantas medicinais”. Existem também outros efeitos, como um clima melhor, menos erosão ea³lica ou servia§os de polinizadores, que por sua vez aumentam a produtividade das lavouras dos agricultores . Eles também podem ter uma etiqueta de prea§o anexada a eles hoje.

Os resultados mostram que a construção da "Parede Verde" também vale a pena economicamente. Mas o quanto depende de vários fatores. Via de regra, o reflorestamento seria o mais vantajoso econa´mica e ecologicamente. Mas leva décadas para que algumas centenas de mudas cresa§am e se transformem em uma floresta. O investimento, portanto, são da¡ frutos a muito longo prazo.
 
A situação édiferente quando áreas degradadas são convertidas em terras agra­colas. “O ideal éque a primeira colheita seja possí­vel depois de apenas um ano”, diz Mirzabaev. A restauração de terras agra­colas pode, portanto, se pagar comparativamente mais rápido, com muitos pequenos agricultores pobres também preferindo retornos rápidos de suas atividades de restauração . No entanto, os lucros que podem ser obtidos como resultado são significativamente menores, assim como os efeitos ambientais.

“Em nossa análise, trabalhamos com diversos cenários, alguns deles voltados mais para benefa­cios de curto prazo, enquanto outros são mais de longo prazo”, explica o economista agra­cola, que integra a area de Pesquisa Transdisciplinar “Futuros Sustenta¡veis” na Universidade de Bonn. O chamado cena¡rio de linha de base, por exemplo, inclui uma mistura de retornos de curto e longo prazo. Nele, cada da³lar gasto rende um retorno la­quido manãdio de 20 centavos.

Uma aldeia do Sahel perto de Timbuktu, a  beira da "Parede Verde". Crédito: FAO

Metade das regiaµes lucrativas são incertas demais para ação

No entanto, existem grandes variações regionais nisso. O saldo econa´mico mais positivo épara partes da Niganãria, Eritreia e Etia³pia. a‰ aqui que vale mais a pena investir na "Parede Verde". Para financiar todas as medidas propostas neste cena¡rio, seriam necessa¡rios 44 bilhaµes de da³lares. Isso permitiria a restauração de 28 milhões de hectares de terra.

No entanto, a análise também mostra que isso provavelmente funcionara¡ apenas na teoria. A razãoéque, devido a conflitos violentos , muitas das regiaµes onde faria sentido construir o Muro Verde são simplesmente muito inseguras para tais medidas. “Se retirarmos essas áreas, ficamos com apenas 14 milhões de hectares”, destaca Mirzabaev. "Isso mostra o quanto tais disputas não são causam sofrimento humano direto, mas também impedem o desenvolvimento positivo das regiaµes afetadas."

 

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