Leopardos urbanos do passado da Coreia poderiam conter pistas para a sobrevivaªncia das espanãcies
Os leopardos de Amur conseguiram coexistir com pessoas dentro das muralhas da cidade de Seul, na Coreia do Sul, no século 19, relata um estudo liderado por um pesquisador da UCL e ZSL.
Leopardos de Amur. Crédito: CGWP.co.uk / ZSL
Os leopardos de Amur conseguiram coexistir com pessoas dentro das muralhas da cidade de Seul, na Coreia do Sul, no século 19, relata um estudo liderado por um pesquisador da UCL e ZSL.
A nova edição da Frontiers in Conservation Sciences fornece evidaªncias para mostrar que o gato agora criticamente ameaa§ado de extinção estãopresente em locais urbanos hámuito mais tempo - e em locais mais diversos - do que se pensava anteriormente. De vilas nas montanhas a megacidades, pequenas populações de leopardos parecem capazes de persistir em paisagens dominadas pelo homem, desde que não sejam perseguidos e que haja comida e esconderijos durante o dia.
As descobertas, baseadas em relatos hista³ricos, podem ajudar as pessoas a aprender como melhor proteger e viver ao lado de grandes carnavoros ameaa§ados no futuro.
Especialistas da UCL, ZSL (Sociedade Zoola³gica de Londres), Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade Nacional de Seul e Instituto Norueguaªs de Pesquisa da Natureza estudaram relatos hista³ricos de leopardos em Seul nos relatos dos primeiros viajantes ocidentais e residentes em Seul desde o final do século 19 e inicio do século 20. Isso se baseia em trabalhos anteriores de pesquisadores sul-coreanos que documentaram relatos espora¡dicos de grandes felinos em Seul em registros coreanos que remontam ao século 15.
Seu novo estudo indica que Seul pode ter apresentado uma combinação adequada de fontes potenciais de presas em liberdade, como ca£es vadios, a presença de vários pala¡cios temporariamente abandonados dentro da hista³rica cidade murada e muita cobertura de a¡rvores nos arredores da cidade.
Os leopardos de Amur sobreviveram em áreas montanhosas remotas na Coreia do Sul atéa década de 1970, mas os autores teorizam que fatores sociais, econa´micos e polaticos no final do século 19 na Coreia, um período de turbulaªncia sem precedentes, poderiam ter acelerado sua morte na área de Seul. A evidência de sua perseguição éexemplificada por vários primeiros visitantes ocidentais aopaís sendo contratados para caçar e matar felinos no final do século XIX.
Autor principal, Ph.D. O aluno Joshua Powell (UCL Geography e ZSL's Institute of Zoology) disse: "A ecologia hista³rica éuma ferramenta valiosa para ajudar os cientistas da conservação a preencher as lacunas em nosso conhecimento sobre a riqueza hista³rica e a distribuição de espanãcies ameaa§adas. Isso éimportante porque nos da¡ uma uma ideia muito mais clara do que perdemos, em vez de olhar para os últimos 10, 20 ou mesmo 50 anos de isolamento. A ocorraªncia - e subsequente extirpação - dos leopardos de Amur na Coreia do Sul éum exemplo perfeito disso. "
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O leopardo (Panthera pardus) éum dos maiores carnavoros conhecidos por ser capaz de se adaptar a vida em ambientes urbanos aparentemente hostis, com famosas ocorraªncias contempora¢neas da espanãcie em Mumbai (andia), Naira³bi (Quaªnia) e Joanesburgo (áfrica do Sul). Sua presença hista³rica em Seul, onde as temperaturas de inverno podem cair para -20 ° C no inverno e subir até30 graus (Celsius) no vera£o, demonstra como os leopardos são adapta¡veis.
Hang Lee, do College of Veterinary Medicine da Universidade Nacional de Seul e fundador do Tiger and Leopard Conservation Fund in Korea (KTLCF), disse: "O estudo mostra que éimportante examinar os exemplos de coexistaªncia entre humanos e grandes felinos ao redor ambientes urbanizados, tanto no contexto espacial como temporal. No topo deste estudo, que enfoca o final do século 19, háregistros de coexistaªncia espora¡dica por mais de 500 anos em Seul, dos séculos 14 a 19 e em todo o Joseon dinastia da Coranãia, mostrando que grandes felinos e cidada£os urbanos podem viver muito pra³ximos se certas condições forem atendidas. "
Em todo o mundo, os ambientes urbanos estãose expandindo e invadindo Espaços e habitats selvagens. Prevaª-se que as taxas de expansão mais altas ocorram na asia e na áfrica, que fornecem a grande maioria da área remanescente do leopardo. Os leopardos de Amur que uma vez ocorreram em Seul estãolistados como Criticamente Ameaa§ados e agora se sabe apenas por estarem presentes em uma pequena área ao longo da fronteira entre a Raºssia e a China.
Sarah Durant, Diretora de Ciência do Instituto de Zoologia da ZSL, concluiu: "O estudo demonstra que as pessoas tem uma longa história de convivaªncia com leopardos, mesmo nos habitats mais modificados. Os leopardos são uma espanãcie altamente adapta¡vel que pode sobreviver nas cidades, embora em pequenos números, dado um grau de tolera¢ncia das pessoas com quem compartilham seu Espaço.
"Agora e no passado, os leopardos podem sobreviver em cidades, desde que tenham acesso a presas suficientes e áreas de vegetação densa onde possam se esconder durante o dia. Isso levanta questões sobre o que constitui habitat para grandes carnavoros e identifica o potencial para aumentar a conectividade em paisagens modificadas por humanos. "