Baleens são feitos de material semelhante a chifres e, como cabelos ou unhas, crescem a uma taxa fixa, neste caso de 10 a 16 cm por ano. Quanto mais longe da mandabula superior da baleia, mais para trás no tempo a barbatana foi formada.

Uma barbatana de baleia na bancada do laboratório antes do processamento para análise de isãotopos esta¡veis. Crédito: Philip Riekenberg
Ao analisar quimicamente amostras sequenciais de barbatanas de baleias mortas, épossível ler não apenas a história da dieta, mas também a rota de migração dos animais. Na última edição da revista Royal Society Open Science , o pesquisador do NIOZ Philip Riekenberg e colegas da Utrecht University e Wageningen Marine Research apresentam seus resultados de uma nova maneira de analisar isãotopos de nitrogaªnio em tecido animal. "Neste estudo, mostramos pela primeira vez que épossível fazer medições de aminoa¡cidos individuais em todo o comprimento de uma barbatana, para reconstruir em grande detalhe a história do animal", geoquamico marinho Marcel van der Meer da NIOZ, e diz um dos coordenadores do estudo.
Cresce como um cabelo
Para sua pesquisa, Riekenberg perfurou amostras em pa³ de baleens individuais de baleias encalhadas ou animais encontrados mortos na proa de um navio que chegava ao porto. Esses baleens são estruturas semelhantes a placas que se assentam como uma cortina na mandabula superior das baleias da subordem Mysticeti ou baleias de barbatanas. Depois de engolir um bocado de águado mar, as baleias de barbatanas espremem a águade volta, deixando comida , como o krill, "nas cortinas".
Baleens são feitos de material semelhante a chifres e, como cabelos ou unhas, crescem a uma taxa fixa, neste caso de 10 a 16 cm por ano. Quanto mais longe da mandabula superior da baleia, mais para trás no tempo a barbatana foi formada. E porque 'uma baleia éo que ela come', Riekenberg e seus colegas queriam investigar como exatamente reconstruir informações sobre sua dieta ou localização de forrageamento na Terra.
Isãotopos
Para o estudo, eles examinaram, entre outras coisas, os vários isãotopos de nitrogaªnio. Além do 'nitrogaªnio-14' mais abundante, hátambém uma versão mais pesada, o 'nitrogaªnio-15', que possui um naªutron extra. Quando um animal digere o pla¢ncton, parte da proteana do pla¢ncton éusada para criar as próprias proteanas do animal. Nesse processo, a concentração do nitrogaªnio pesado aumenta um pouco a cada etapa da cadeia alimentar. Como resultado, os animais no topo da cadeia alimentar contem cada vez mais nitrogaªnio-15. O pla¢ncton contanãm menos nitrogaªnio pesado-15 do que o krill, que por sua vez contanãm menos nitrogaªnio pesado do que os peixes que comem krill e assim por diante.
Mas mesmo em lugares diferentes da Terra, as concentrações de nitrogaªnio-15 não são iguais: quanto mais alto ao norte do oceano Atla¢ntico se vai, mais pesado o nitrogaªnio se torna na águae, portanto, no pla¢ncton.
Aminoa¡cidos individuais
Para ser capaz de distinguir os efeitos potenciais da posição na cadeia alimentar e da latitude da área de forrageamento, Riekenberg aplicou um novo truque: ele analisou as diferentes formas de nitrogaªnio em aminoa¡cidos individuais.
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Certos aminoa¡cidos (os blocos de construção das proteanas) não podem ser produzidos pelo corpo. Como resultado, esses aminoa¡cidos essenciais ou de origem permanecem quase todos intactos ao longo da cadeia alimentar. Ele não se torna progressivamente mais pesado a cada passo de alimentação ou sendo comido. Outros, os chamados aminoa¡cidos tra³ficos, são retrabalhados e mudam em cada etapa da cadeia alimentar. Assim, a diferença na composição do nitrogaªnio entre os aminoa¡cidos tra³ficos e de origem éuma medida de quanto alto ela estãona cadeia alimentar (independentemente da alteração da composição do isãotopo de nitrogaªnio esta¡vel regional).
O tra³fico vs fonte amino a¡cido diferença pareceu ser constante ao longo da barbatana, o que significa que estes indivíduos comeram no mesmonívelna cadeia alimentar todo o período de sua barbatana foi formado. Assim, as diferenças nos isãotopos de nitrogaªnio nas barbatanas tinham que ser um 'efeito geogra¡fico', registrando a presença das baleias em a¡guas com diferentes composições de nitrogaªnio.
Analisando as camadas dos baleens, Riekenberg de fato observou padraµes de migração anual entre os oceanos artico e Atla¢ntico Norte. A concentração de nitrogaªnio -15 nas camadas dos baleens variou de relativamente alta a baixa e vice-versa durante esse período.
Prova de princapio
Van der Meer estãoanimado com os resultados deste estudo. "Mostramos que épossível analisar aminoa¡cidos individuais e extrair deles informações muito detalhadas. No primeiro caso, isso era principalmente uma prova de princapio. Mas, no futuro, poderemos descobrir não apenas o que uma baleia encalhada comeu, mas também onde nadou nos últimos meses, o que pode ajudar a identificar as vias de migração de populações ameaa§adas. Essa informação ainda pode ser extraada de baleias em coleções de museus. Isso pode ser útil para identificarmudanças a longo prazo na dieta e nas migrações devido aos impactos humanos. "