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Supermontanhas controlaram a evolução da vida na Terra
Os pesquisadores rastrearam a formaa§a£o dessas supermontanhas ao longo da história da Terra usando traa§os de zirca£o com baixo teor de lutanãcio osuma combinação de elemento mineral e terra rara encontrada apenas nas raa­zes de altas montanhas.
Por Universidade Nacional Australiana - 03/02/2022


As supermontanhas eram 3 a 4 vezes mais longas que o Himalaia. Crédito: Pixabay

Cordilheiras gigantescas pelo menos tão altas quanto o Himalaia e que se estendem por até8.000 quila´metros em supercontinentes inteiros desempenharam um papel crucial na evolução da vida primitiva na Terra, de acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Nacional Australiana (ANU).

Os pesquisadores rastrearam a formação dessas supermontanhas ao longo da história da Terra usando traa§os de zirca£o com baixo teor de lutanãcio osuma combinação de elemento mineral e terra rara encontrada apenas nas raa­zes de altas montanhas, onde se formam sob intensa pressão.

O estudo descobriu que a mais gigantesca dessas supermontanhas se formou apenas duas vezes na história da Terra osa primeira entre 2.000 e 1.800 milhões de anos atrás e a segunda entre 650 e 500 milhões de anos atrás. Ambas as cadeias de montanhas subiram durante os períodos de formação de supercontinentes.

Autor principal, ANU Ph.D. candidato Ziyi Zhu, disse que háligações entre essas duas insta¢ncias de supermontanhas e os dois períodos de evolução mais importantes na história da Terra.

"Nãohánada como essas duas supermontanhas hoje. Nãoéapenas sua altura - se vocêpuder imaginar os 2.400 km do Himalaia repetidos três ou quatro vezes, vocêtera¡ uma ideia da escala", disse ela.

“Chamamos o primeiro exemplo de Supermontanha Nuna. Coincide com o prova¡vel aparecimento de eucariotos, organismos que mais tarde deram origem a plantas e animais .

"A segunda, conhecida como Supermontanha Transgondwanan, coincide com o aparecimento dos primeiros grandes animais há575 milhões de anos e a explosão cambriana 45 milhões de anos depois, quando a maioria dos grupos de animais apareceu no registro fa³ssil."

O coautor do professor Jochen Brocks disse: "O que éimpressionante éque todo o registro da construção de montanhas ao longo do tempo étão claro. Ele mostra esses dois enormes picos: um estãoligado ao surgimento de animais e o outro ao surgimento de grandes células complexas. "

Quando as montanhas erodiram, forneceram nutrientes essenciais como fa³sforo e ferro aos oceanos, sobrecarregando os ciclos biola³gicos e levando a evolução a uma maior complexidade.

As supermontanhas também podem ter aumentado os na­veis de oxigaªnio na atmosfera, necessa¡rios para a vida complexa respirar.

"A atmosfera da Terra primitiva quase não continha oxigaªnio. Acredita-se que os na­veis de oxigaªnio atmosfanãrico aumentaram em uma sanãrie de etapas, duas das quais coincidem com as supermontanhas", disse Zhu.

“O aumento do oxigaªnio atmosfanãrico associado a  erosão da Supermontanha Transgondwanan éo maior da história da Terra e foi um pré-requisito essencial para o aparecimento de animais”.

Nãoháevidaªncias de outras supermontanhas se formando em qualquer esta¡gio entre esses dois eventos, tornando-as ainda mais significativas.

“O intervalo de tempo entre 1.800 e 800 milhões de anos atrás éconhecido como Boring Billion, porque houve pouco ou nenhum avanço na evolução”, disse o coautor Professor Ian Campbell.

"A desaceleração da evolução éatribua­da a  ausaªncia de supermontanhas durante esse período, reduzindo o fornecimento de nutrientes aos oceanos.

"Este estudo nos da¡ marcadores, para que possamos entender melhor a evolução da vida precoce e complexa".

 

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