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ONU concorda com plano para tratado 'hista³rico' de pla¡sticos
Pla¡stico foi encontrado no gelo marinho do artico, nas barrigas das baleias e na atmosfera da Terra, e os governos estãosob crescente pressão para se unir em aa§a£o contra o flagelo global.
Por Nick Perry - 26/02/2022


Pla¡stico foi encontrado no gelo marinho do artico, nas barrigas das baleias e na atmosfera da Terra.

Espera-se que mais de 100 nações reunidas em Naira³bi na próxima semana deem os primeiros passos para estabelecer um tratado global hista³rico para enfrentar a crise do pla¡stico que aflige o planeta.

Pla¡stico foi encontrado no gelo marinho do artico, nas barrigas das baleias e na atmosfera da Terra, e os governos estãosob crescente pressão para se unir em ação contra o flagelo global.

Os negociadores estãoelaborando a estrutura para um tratado de pla¡stico legalmente vinculante que diplomatas dizem ser o pacto ambiental mais ambicioso desde o Acordo de Paris de 2015 sobremudanças climáticas .

"Este éum grande momento. Este éum dos livros de história", disse Inger Andersen, chefe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a  AFP esta semana.

O escopo exato do tratado continua a ser definido. Ha¡ propostas concorrentes sendo elaboradas antes de uma cúpula ambiental da ONU de três dias que comea§a na segunda-feira em Naira³bi.

Espera-se que lideres mundiais e ministros do meio ambiente se encontrem pessoalmente e virtualmente para iniciar o processo do tratado, nomeando um comitaª de negociação para finalizar os detalhes da pola­tica nos pra³ximos dois anos.

Mas mais de 50países, juntamente com cientistas, empresas e grupos ambientais, pediram publicamente novas regulamentações ra­gidas sobre a indústria para conter a torrente de pla¡stico que entra no meio ambiente.

Isso pode incluir limites na produção de novo pla¡stico osque éfeito de petra³leo e gás, e deve dobrar até2040 osredesenhando produtos para tornar a reciclagem mais fa¡cil ou menos prejudicial e eliminando itens de uso aºnico.

Pescadores separam suas capturas de uma rede em a¡guas polua­das por pla¡stico em Bandar Lampung, na Indonanãsia.

'Tratado com os dentes'

Muitospaíses, incluindo grandes produtores de pla¡stico como Estados Unidos e China, expressaram apoio geral a um tratado, mas não chegaram a endossar medidas especa­ficas.

Mas háum amplo consenso de que ospaíses agindo sozinhos não podem resolver o problema, e énecessa¡ria uma resposta global coordenada.

Desde a década de 1950, a taxa de produção de pla¡stico cresceu mais rápido do que qualquer outro material, superando amplamente os esforços nacionais para manter o meio ambiente limpo.
 
Hoje, cerca de 300 milhões de toneladas de resíduos pla¡sticos oso equivalente ao peso da população humana ossão produzidos a cada ano.

Menos de 10% éreciclado, com a maioria terminando em aterros sanita¡rios ou nos oceanos.

Segundo algumas estimativas, o equivalente a um caminha£o de lixo de pla¡stico édespejado no mar a cada minuto, sufocando a vida marinha e poluindo as costas do mundo. Partí­culas microsca³picas de pla¡stico também podem entrar na cadeia alimentar , eventualmente se juntando a  dieta humana.

Pesadelo do pla¡stico: Um aterro sanita¡rio em Bulawayo, Zimba¡bue.

"Nãoéalgo que pare na fronteira. Como sabemos pelos pla¡sticos no oceano... seu lixo se torna meu lixo, e meu lixo se torna seu lixo", disse Andersen.

Em outubro, dezenas de grandes corporações, incluindo Coca-Cola e Unilever, disseram que um tratado de pla¡sticos com metas obrigata³rias era “crucial para estabelecer um alto padrãocomum de ação para todos ospaíses cumprirem”.

Grupos ambientais continuam cautelosos e querem metas concretas e mecanismos de aplicação consagrados em qualquer tratado para garantir a responsabilidade.

"Estamos olhando para algo que éjuridicamente vinculativo e tem consequaªncias, e não apenas um tratado que as pessoas podem assinar... mas não tem os dentes para morder", disse Erastus Ooko, do Greenpeace áfrica.

'Pronto para a mudança'

Alguns dos maiores fabricantes de pla¡sticos do mundo também expressaram apoio a um tratado, mas dizem que a proibição de certos materiais criaria interrupções na cadeia de suprimentos e impediria melhorias na reciclagem.

Grupos ambientais alertaram que gigantes do pla¡stico tentariam desviar as negociações em Naira³bi de compromissos firmes destinados a levar as empresas a produzir menos pla¡stico.

Ganhos la­quidos: a empresa francesa Fil & Fab pega redes de pesca antigas e as transforma
em gra¢nulos de nylon que são incorporados em novos produtos.

Duas das propostas do tratado adotam uma abordagem de "fonte para o mar": visando não apenas o lixo nos oceanos e aterros sanita¡rios, mas também a poluição causada pela fabricação de novos pla¡sticos a partir de combusta­veis fa³sseis.

Essas propostas osuma patrocinada por Ruanda e Peru e outra pelo Japa£o ostem amplo apoio e estãosendo combinadas para chegar a um consenso, disseram fontes com conhecimento das negociações em Naira³bi.

Uma terceira proposta da andia osque pedia medidas volunta¡rias osnão tem amplo apoio.

"Acho que o mundo estãopronto para uma mudança na forma como nos relacionamos com o pla¡stico", disse Marco Lambertini, diretor geral do WWF.

 

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