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Estudo revela como as vias navega¡veis ​​interiores e costeiras influenciam o clima
Um estudo detalha como o carbono éarmazenado e transportado atravanãs da complexidade das vias navega¡veis ​​interiores e costeiras.
Por Universidade de Princeton - 16/03/2022


Doma­nio paºblico

"Ca³rregos para o rio, rio para o mar." Se fosse assim tão simples.

A maioria dos esforços globais de ora§amento de carbono pressupaµe um fluxo linear de águada terra para o mar, que ignora a complexa interação entre ca³rregos, rios, lagos, a¡guas subterra¢neas, estua¡rios, manguezais e muito mais. Um estudo coliderado pela cientista climática Laure Resplandy, professora assistente de geociências e do High Meadows Environmental Institute (HMEI) da Universidade de Princeton, detalha como o carbono éarmazenado e transportado atravanãs da complexidade das vias navega¡veis ​​interiores e costeiras. Publicado na edição atual da revista Nature , o trabalho tem implicações significativas para a aplicação dos ca¡lculos de carbono que fazem parte dos acordos clima¡ticos internacionais.

Os ecossistemas terrestres e marinhos tem uma poderosa influaªncia sobre o clima ao regular onívelde dia³xido de carbono atmosfanãrico (CO 2 ). Esses ecossistemas, no entanto, são muitas vezes vistos como desconectados uns dos outros, o que ignora a transferaªncia de carbono da terra para o oceano aberto atravanãs de uma complexa rede de corpos d' água- o conta­nuo de ca³rregos, rios, estua¡rios e outros corpos que transportam águada terra para o oceano. o mar.

Em uma análise detalhada, a equipe de pesquisadores da Banãlgica, Estados Unidos e Frana§a descobriu que esse continuum aqua¡tico terra-oceano (LOAC) carrega uma quantidade substancial de carbono de origem antropogaªnica (por exemplo, combusta­vel fa³ssil). Assim, o carbono retirado da atmosfera pelos ecossistemas terrestres não étodo armazenado localmente, como comumente se supaµe, o que tem implicações para os acordos globais que exigem que ospaíses relatem seus inventa¡rios de carbono. Os pesquisadores também descobriram que a transferaªncia de carbono de origem natural da terra para o oceano era maior do que se pensava anteriormente, com implicações de longo alcance para a avaliação da absorção antropogaªnica de CO 2 pelo oceano e pela terra.

“A complexidade da LOAC, que inclui rios, a¡guas subterra¢neas, lagos, reservata³rios, estua¡rios, marismas, manguezais, ervas marinhas e a¡guas acima das plataformas continentais, tornou difa­cil avaliar sua influaªncia no ciclo global do carbono”, disse Pierre Regnier , professor da Universidade de Bruxelas que coliderou o estudo com Resplandy.
 
Por causa dessa complexidade, importantes esforços globais de ora§amento de carbono, como os do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Clima¡ticas e o Projeto Global de Carbono, normalmente pressupaµem uma transferaªncia direta de carbono da foz dos rios para o oceano aberto. Outra suposição comum éque todo o carbono transportado énatural, desprezando-se os impactos das perturbações antra³picas nesse continuum aqua¡tico, como o represamento e a dizimação da vegetação costeira.

Neste estudo, os pesquisadores sintetizaram mais de 100 estudos individuais dos vários componentes do continuum. A partir dessa sa­ntese, os ora§amentos de carbono do LOAC foram desenvolvidos para dois períodos de tempo: o período pré-industrial e os dias atuais. Seus resultados confirmam o conhecido "ciclo" de carbono pré-industrial no qual o carbono éretirado da atmosfera pelos ecossistemas terrestres, transferido pelos rios para o oceano e depois liberado de volta para a atmosfera.

“Descobrimos que a quantidade de carbono transportada por esse ciclo natural terra-oceano, 0,65 bilha£o de toneladas por ano, éaproximadamente 50% maior do que se pensava anteriormente”, disse Resplandy.

Além disso, esse loop écomposto por dois loops menores, um que transfere carbono dos ecossistemas terrestres para a¡guas interiores e outro da vegetação costeira (os chamados "ecossistemas de carbono azul") para o oceano aberto.

"Um maior transporte de carbono terra-oceano pré-industrial implica que a absorção ocea¢nica de CO 2 antropogaªnico anteriormente inferida a partir de observações foi subestimada", disse Resplandy.

"O outro lado éque a absorção terrestre de CO 2 antropogaªnico foi superestimada", acrescentou Regnier.

O estudo demonstra que o carbono antropogaªnico transportado pelos rios éliberado de volta para a atmosfera ou eventualmente armazenado em sedimentos aqua¡ticos e no oceano aberto.

Philippe Ciais, diretor de pesquisa do Laboratoire des Sciences du Climat et de l'Environnement e coautor do estudo explicou: "Esta nova visão do ora§amento antropogaªnico de CO 2 pode ter um lado positivo porque os sedimentos e o oceano oferecem reposita³rios mais esta¡veis ​​do que a biomassa terrestre e o carbono do solo, que são vulnera¡veis ​​a secas, incaªndios emudanças no uso da terra."

Os pesquisadores também mostraram que os humanos diminua­ram a absorção de CO 2 atmosfanãrico dos ecossistemas de carbono azul em até50%. “Se não for protegida do aumento doníveldo mar, poluição e desenvolvimento costeiro, a absorção de carbono azul do CO 2 atmosfanãrico diminuira¡ ainda mais e contribuira¡ para o aquecimento clima¡tico adicional”, disse Raymond Najjar, professor da Universidade Estadual da Pensilva¢nia, coautor do estudo. o estudo.

"Os loops terra-oceano do ciclo global do carbono ", de Pierre Regnier, Laure Resplandy, Raymond G. Najjar e Philippe Ciais, aparece na edição de 17 de mara§o da revista Nature .

 

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