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ašltimo dos camelos gigantes e humanos arcaicos viveram juntos na Monga³lia até27.000 anos atrás
Os novos resultados sugerem que C. knoblochi coexistiu com C. ferus durante o final do Pleistoceno na Monga³lia, de modo que a competia§a£o entre espanãcies pode ter sido uma terceira causa da extina§a£o de C. knoblochi.
Por Fronteiras - 24/03/2022


Pixabay

Sabe-se que uma espanãcie de camelo gigante de duas corcovas, Camelus knoblochi, viveu por aproximadamente um quarto de milha£o de anos na asia Central. Um novo estudo em Frontiers in Earth Science mostra que o último refaºgio de C. knoblochi foi na Monga³lia atéaproximadamente 27.000 anos atrás. Na Monga³lia, a última das espanãcies coexistiu com humanos anatomicamente modernos e talvez com os extintos neandertais ou denisovanos. Embora a principal causa da extinção de C. knoblochi parea§a ter sido a mudança climática, a caça por humanos arcaicos também pode ter desempenhado um papel.

"Aqui mostramos que o camelo extinto, Camelus knoblochi, persistiu na Monga³lia atéquemudanças climáticas e ambientais o levaram a  extinção cerca de 27.000 anos atrás", disse o Dr. John W Olsen, professor emanãrito de Regents na Escola de Antropologia da Universidade de Arizona, Tucson, EUA.

Paradoxalmente, hoje, o sudoeste da Monga³lia abriga uma das duas últimas populações selvagens do camelo bactriano selvagem criticamente ameaa§ado, C. ferus. Os novos resultados sugerem que C. knoblochi coexistiu com C. ferus durante o final do Pleistoceno na Monga³lia, de modo que a competição entre espanãcies pode ter sido uma terceira causa da extinção de C. knoblochi. Com quase três metros de altura e pesando mais de uma tonelada, C. knoblochi teria superado C. ferus. As relações taxona´micas precisas entre essas duas espanãcies, outro extinto Camelus, e o antigo Paracamelus ainda não foram resolvidos.

Olsen disse: "Os restos fa³sseis de C. knoblochi da caverna Tsagaan Agui [nas montanhas Gobi Altai, no sudoeste da Monga³lia], que também contanãm uma rica e estratificada sequaªncia de material cultural paleola­tico humano, sugerem que povos arcaicos coexistiram e interagiram la¡ com C. knoblochi e em outros lugares, contemporaneamente, com o camelo bactriano selvagem."

Especialistas em estepe levados a  extinção pela desertificação

O novo estudo descreve cinco ossos de pernas e panãs de C. knoblochi encontrados na caverna Tsagaan Agui em 2021, e um de Tugrug Shireet, no atual deserto de Gobi, no sul da Monga³lia. Eles foram encontrados em associação com ossos de lobos, hienas das cavernas, rinocerontes, cavalos, burros selvagens, a­bex, ovelhas selvagens e gazelas da Monga³lia. Esta assembleia indica que C. knoblochi viveu em ambientes de estepe montanhosa e de va¡rzea, habitats menos secos do que seus parentes modernos.

Os autores concluem que C. knoblochi finalmente foi extinto principalmente porque era menos tolerante a  desertificação do que os camelos de hoje, C. ferus, o camelo bactriano domanãstico C. bactrianus e o camelo a¡rabe domanãstico C. dromedarius.
 
No final do Pleistoceno, grande parte do ambiente da Monga³lia tornou-se mais seco e mudou de estepe para estepe seco e finalmente deserto.

"Aparentemente, C. knoblochi foi mal adaptado aos biomas desanãrticos, principalmente porque essas paisagens não podiam suportar animais tão grandes , mas talvez houvesse outras razões também, relacionadas a  disponibilidade de águadoce e a  capacidade dos camelos de armazenar águadentro do corpo, mecanismos de termorregulação mal adaptados e competição de outros membros da comunidade fauna­stica que ocupam o mesmo nicho tra³fico", escreveram os autores.

No final, a última das espanãcies pode ter permanecido, pelo menos sazonalmente, na estepe florestal mais amena ospastagens intercaladas com florestas osmais ao norte na vizinha Sibanãria. Mas esse habitat provavelmente também não era o ideal, o que poderia ter soado a sentena§a de morte para C. knoblochi. O mundo não veria camelos gigantes novamente.

Predados ou eliminados por humanos

Quais eram as relações entre humanos arcaicos e C. knoblochi?

A autora correspondente, Dra. Arina M Khatsenovich, pesquisadora saªnior do Instituto de Arqueologia e Etnografia da Academia Russa de Ciências em Novosibirsk, Raºssia, disse: "Um osso metacarpal de C. knoblochi da caverna Tsagaan Agui, datado entre 59.000 e 44.000 anos atrás, exibe vesta­gios de carnificina por humanos e hienas roendo-o. Isso sugere que C. knoblochi era uma espanãcie que os humanos do Pleistoceno Superior na Monga³lia poderiam caçar ou vasculhar.

"Ainda não temos evidaªncias materiais suficientes sobre a interação entre humanos e C. ferus no final do Pleistoceno, mas provavelmente não diferiram das relações humanas com C. knoblochi - como presa, mas não como alvo de domesticação".

O primeiro autor Dr. Alexey Klementiev, um paleobia³logo do ramo siberiano da Academia Russa de Ciências, disse: "Conclua­mos que C. knoblochi se extinguiu na Monga³lia e na asia, em geral, no final do Esta¡gio 3 do Isãotopo Marinho (aproximadamente 27.000 anos atrás) como resultado dasmudanças climáticas que provocaram a degradação do ecossistema da estepe e intensificaram o processo de aridificação."

 

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