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Pesquisadores descobrem que humanos causaram doenças a animais selvagens quase 100 vezes
Uma equipe de pesquisa internacional liderada por cientistas da Universidade de Georgetown descobriu que os humanos podem devolver va­rus aos animais com mais frequência do que se pensava anteriormente.
Por Centro Médico da Universidade de Georgetown - 25/03/2022


Doma­nio  paºblico

Uma equipe de pesquisa internacional liderada por cientistas da Universidade de Georgetown descobriu que os humanos podem devolver va­rus aos animais com mais frequência do que se pensava anteriormente.

Em um estudo publicado em 22 de mara§o na Ecology Letters ("Avaliando o risco de transmissão de patógenos de humanos para animais selvagens para conservação e saúde pública "), os autores descrevem quase cem casos diferentes em que as doenças sofreram "refluxo" de humanos de volta a  vida selvagem animais , assim como o SARS-CoV-2 foi capaz de se espalhar em fazendas de visons, leaµes e tigres de zoola³gicos e veados selvagens de cauda branca.

“a‰ compreensa­vel que haja um enorme interesse na transmissão de patógenos de humanos para animais selvagens a  luz da pandemia”, diz Gregory Albery, Ph.D., pa³s-doutorando do Departamento de Biologia da Universidade de Georgetown e pesquisador saªnior do estudo. autor. “Para ajudar a orientar as conversas e as políticas em torno do retorno de nossos patógenos no futuro, pesquisamos a literatura para ver como o processo se manifestou no passado”.

Em seu novo estudo, Albery e colegas descobriram que quase metade dos incidentes identificados ocorreram em ambientes cativos, como zoola³gicos, onde os veterina¡rios ficam de olho na saúde dos animais e são mais propensos a perceber quando um va­rus da¡ o salto. Além disso, mais da metade dos casos encontrados foram de transmissão de humano para primata, um resultado não surpreendente porque os patógenos acham mais fa¡cil pular entre hospedeiros intimamente relacionados e porque as populações selvagens de grandes sa­mios ameaa§ados de extinção são cuidadosamente monitoradas.

“Isso apoia a ideia de que émais prova¡vel que detectemos patógenos nos lugares em que passamos muito tempo e esfora§o procurando, com um número desproporcional de estudos focados em animais carisma¡ticos em zoola³gicos ou pra³ximos a humanos”, diz Anna Fagre, DVM, Ph.D., MPH, virologista e veterina¡rio da vida selvagem da Colorado State University, autor principal do estudo, e também publicou pesquisas sobre os riscos do transbordamento do SARS-CoV-2 usando experimentos de laboratório com o rato cervo norte-americano ( Peromyscus maniculatus ). “Isso coloca em questãoquais eventos de transmissão entre espanãcies podemos estar perdendo e o que isso pode significar não apenas para a saúde pública, mas para a saúde e conservação das espanãcies infectadas”.
 
A repercussão da doença recentemente atraiu atenção substancial devido a  disseminação do SARS-CoV-2, o va­rus que causa o COVID-19, em cervos selvagens de cauda branca nos Estados Unidos e no Canada¡. Alguns dados sugerem que os cervos devolveram o va­rus aos humanos em pelo menos um caso, e muitos cientistas expressaram preocupações mais amplas de que novos reservata³rios animais possam dar ao va­rus chances extras de desenvolver novas variantes.

Em seu novo estudo, Albery e seus colegas encontram uma boa nota­cia: os cientistas podem usar a inteligaªncia artificial para antecipar quais espanãcies podem estar em risco de contrair o va­rus. Quando os pesquisadores compararam espanãcies que foram infectadas com SARS-CoV-2 com previsaµes feitas por outros pesquisadores no ini­cio da pandemia, descobriram que os cientistas conseguiram adivinhar corretamente com mais frequência.

"a‰ bastante satisfata³rio ver que o sequenciamento de genomas de animais e a compreensão de seus sistemas imunológicos valeu a pena", diz Colin Carlson, Ph.D., professor assistente de pesquisa no Centro de Ciência e Segurança da Saúde Global do Centro Manãdico da Universidade de Georgetown e autor no estudo. “A pandemia deu aos cientistas a chance de testar algumas ferramentas preditivas, e acontece que estamos mais preparados do que pensa¡vamos”.

O novo estudo faz parte de um projeto financiado pela National Science Foundation chamado Viral Emergence Research Initiative, ou Verena. A equipe do Verena usa ciência de dados e aprendizado de ma¡quina para estudar "a ciência da rede host-va­rus" - um novo campo que visa prever quais va­rus podem infectar humanos, quais animais os hospedam e onde, quando e por que eles podem surgir. Esses insights podem ser cra­ticos se os cientistas quiserem entender como e por que os humanos compartilham suas doenças com os animais.

O transbordamento pode ser previsível, concluem os autores, mas o maior problema éo quanto pouco sabemos sobre as doenças da vida selvagem. "Estamos observando o SARS-CoV-2 mais de perto do que qualquer outro va­rus na Terra, então, quando o spillback acontece, podemos pega¡-lo. Ainda émuito mais difa­cil avaliar o risco com credibilidade em outros casos em que não podemos operar com muita informação", diz Carlson. Como resultado, édifa­cil medir a gravidade de um retorno de risco para a saúde humana ou a conservação da vida selvagem, principalmente para outros patógenos que não o SARS-CoV-2.

“O monitoramento de longo prazo nos ajuda a estabelecer linhas de base para a saúde da vida selvagem e a prevalaªncia de doena§as, estabelecendo bases importantes para estudos futuros”, diz Fagre. “Se estivermos observando de perto, podemos identificar esses eventos de transmissão entre espanãcies muito mais rápido e agir de acordo”.

 

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