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ašltimo relatório do IPCC destaca como cidades 'mais inteligentes' podem mitigar asmudanças climáticas
professora Karen Seto descreve como as cidades tem a oportunidade de aumentar a eficiência dos recursos e reduzir significativamente as emissaµes de GEE por meio de um design mais inteligente e infraestrutura mais verde .
Por Josh Anusewicz - 06/04/2022



A segunda parte do relatório da 6ª Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Clima¡ticas, divulgado no maªs passado, pintou o quadro mais contundente atéagora de nosso clima em rápida mudança e as ameaa§as cada vez maiores impostas a s pessoas e aos ecossistemas se não forem tomadas medidas urgentes.

No entanto, a terceira parte do relatório do IPCC, divulgado em 4 de abril , oferece alguma esperana§a no impulso para a ação climática, com foco no progresso na mitigação climática, equidade e justia§a e mitigação urbana.

Frederick C. Hixon Professor de Geografia e Ciências da Urbanização
“A mensagem empolgante com as cidades éque não étarde demais para fazer alguma coisa”, diz Karen Seto , Professor Frederick C. Hixon de Geografia e Ciências da Urbanização na YSE e um dos dois autores coordenadores do capa­tulo de mitigação urbana do relatório. “Vamos adicionar mais 2,5 bilhaµes de pessoas a s áreas urbanas até2050 ose muitas dessas cidades ainda não foram construa­das. O mundo estãoadicionando uma nova cidade de 1 milha£o a cada 10 dias, o ritmo de desenvolvimento émuito alto, mas ainda hámuito que pode ser feito.”

Enquanto o último relatório clima¡tico publicado em 2014 investigou como os aspectos espaciais das cidades podem mitigar o aquecimento global e as emissaµes de gases de efeito estufa, Seto diz que este relatório se concentrou em uma abordagem sistemica para projetar e construir cidades e como as cidades afetam regiaµes além das áreas urbanas. Ela acrescentou que este relatório analisou não apenas as cidades existentes, mas olhou mais de perto as cidades e vilas menores, bem como as cidades novas e em rápido crescimento. 

Esse olhar mais amplo para o futuro, diz Seto, mostra que “ha¡ muitas emissaµes futuras que podemos realmente evitar se projetarmos, construirmos e operarmos nossas cidades de maneira diferente”.

O relatório afirma que a parcela global de emissaµes de áreas urbanas aumentou entre 5% a 10% entre 2015 e 2020. Essa concentração de pessoas e atividades, no entanto, apresenta uma oportunidade para aumentar a eficiência dos recursos e reduzir significativamente as emissaµes de GEE por meio de um design melhor e mais verde infraestrutura oscentrada nas pessoas osque resultaria em efeitos benéficos em cascata em várias cadeias de suprimentos e setores, principalmente energia.

“Existem várias estratanãgias que podem ser implantadas para mudar nossa demanda por energia, mas precisamos ter um ambiente pola­tico favora¡vel e repensar como projetamos e construa­mos infraestrutura”, diz Seto.

Outra conclusão positiva, diz Seto, éque as cidades são “muito mais a¡geis” do que os governos nacionais na resposta a smudanças climáticas. Os lideres das cidades não apenas supervisionam áreas de terra menores e tem eleitores menores aos quais respondem, explica ela, mas também são mais propensos a experimentar e entender os desafios clima¡ticos que as cidades enfrentam.

Pela primeira vez, este relatório do IPCC também destacou o “gerenciamento do lado da demanda”, ou os impulsionadores do consumo e das emissaµes de gases de efeito estufa. Mais especificamente, o relatório abordou estratanãgias que podem permitir e incentivar os consumidores a modificar seu uso de eletricidade em um esfora§o para diminuir a demanda. Essas intervenções, afirma o relatório, podem potencialmente reduzir a demanda de energia, apoiando a mudança para modos de transporte mais eficientes em termos de energia; as projeções mostram que limitar o aquecimento ao valor de referaªncia de 1,5 graus Celsius reduziria as emissaµes relacionadas ao transporte em cerca de 60%.

Narasimha Rao , professor associado de sistemas de energia da YSE e autor colaborador do capa­tulo do lado da demanda, focado especificamente no bem-estar ba¡sico e sua relação com a mitigação do clima. a‰ fundamental, diz Rao, entender as sinergias em evolução entre esses dois objetivos fundamentais.

“A grande descoberta deste capa­tulo éque melhorar os padraµes de vida em um esfora§o para erradicar a pobreza não representa um desafio significativo para a mitigação do clima”, diz Rao, cuja pesquisa examina a relação entre sistemas de energia, desenvolvimento humano emudanças climáticas. Ele também explicou que as análises de cena¡rio dentro do relatório mostram que as medidas do lado da demanda destinadas a  mitigação do clima podem reduzir a demanda de energia sem comprometer os padraµes de vida.

Com as populações urbanas em ascensão, Rao vaª várias maneiras de integrar o gerenciamento do lado da demanda para reduzir a demanda de energia osincluindo melhorias no transporte paºblico, construção residencial e tecnologias inteligentes osmas poucos esforços em larga escala foram tentados atéo momento. Na verdade, diz Rao, os padraµes urbanos atuais “não são promissores”. A riqueza concentrada nas cidades cria mais consumo e mais emissaµes, e a migração das áreas rurais para as urbanas estãocriando mais desigualdades no acesso a servia§os de energia.

“Mais trabalho precisa ser feito para investigar como as cidades va£o avana§ar, particularmente no Sul global, onde estamos vendo um crescimento urbano considera¡vel”, diz ele. “Desenvolvimento sustenta¡vel, como esverdear áreas urbanas, melhorar o transporte paºblico, tornar os servia§os de energia mais acessa­veis ostodos podem trazer benefa­cios para o bem-estar e o clima.”

 

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