O estudo, publicado na Nature Geoscience nesta quarta-feira (11), calculou o impacto global da restauraça£o de a¡rvores em larga escala nos fluxos de águae na disponibilidade de a¡gua.

Floresta hista³rica em Telegrafenberg em Potsdam como parte de um patrima´nio e campus cientafico. O estudo mostra que a arborização em larga escala tem implicações além das fronteiras dospaíses e atémesmo dos continentes. Crédito: Josef Zens/GFZ
Como o reflorestamento e a restauração de grandes áreas em todo o mundo afetariam os fluxos de águaem todo o mundo? Um novo estudo liderado pela pesquisadora da Universidade de Wageningen, Anne Hoek van Dijke, com contribuições de Martin Herold, GFZ, tem respostas interessantes. Os impactos na precipitação va£o muito além doníveldopaís ou mesmo do continente: a restauração de a¡rvores na Amaza´nia pode, por exemplo, afetar as chuvas na Europa e no Leste Asia¡tico. O estudo, publicado na Nature Geoscience nesta quarta-feira (11), calculou o impacto global da restauração de a¡rvores em larga escala nos fluxos de águae na disponibilidade de a¡gua.
"A restauração e o plantio de mais a¡rvores são vistos como uma solução via¡vel para melhorar o armazenamento de carbono e o funcionamento biodiverso dos ecossistemas. Com dados e análises inovadoras, nossa análise interdisciplinar destaca que os efeitos hidrola³gicos são importantes para como e onde essas soluções baseadas na natureza são mais adequado para alcana§ar paisagens futuras mais inteligentes e sustenta¡veis", diz Martin Herold, do Centro Alema£o de Pesquisa em Geociências GFZ, que contribuiu para o estudo liderado por Anne Hoek van Dijke, da Wageningen University & Research.
Os pesquisadores calcularam os efeitos hidrola³gicos do "potencial global de restauração de a¡rvores": um mapa global destacando 900 milhões de hectares onde mais a¡rvores poderiam crescer ou ser plantadas dadas as condições climáticas locais e sem invadir terras agracolas e urbanas. O aumento da evaporação resultante do aumento da cobertura arba³rea foi calculado globalmente em alta resolução. O estudo usou modelos baseados em dados que descrevem quanta chuva evapora e quanto vai para o fluxo. Anne Hoek van Dijke, Ph.D. O candidato Hidrologia e Sensoriamento Remoto da Wageningen University & Research diz que "esses modelos incluem um para¢metro de vegetação para condições florestais e não florestais que foi calibrado para uma sanãrie de diferentes medições de evaporação e vaza£o. o aumento da evaporação retornaria a superfÍcie da terra como o aumento da precipitação."
Mudanças locais e globais na disponibilidade de a¡gua
Os resultados mostram que a restauração de a¡rvores em larga escala pode aumentar localmente a evaporação anualmente em cerca de 10 litros em média para cada metro quadrado de floresta restaurada. Localmente, principalmente nos tra³picos, esse efeito pode ser muito maior, com quase 250 litros por metro quadrado. Fundamentalmente, nem toda essa águaretorna a superfÍcie da terra. Apenas cerca de 70% da águaextra na atmosfera retorna a terra, enquanto os 30% restantes são derramados sobre os oceanos atravanãs da chuva. Em escala global, isso significa que a restauração de a¡rvores resulta em uma diminuição laquida na disponibilidade de a¡gua.
Para bacias hidrogra¡ficas individuais, o impacto da restauração de a¡rvores émais complexo. Apa³s a restauração das a¡rvores, o fluxo das principais bacias hidrogra¡ficas geralmente diminuiria (atécerca de 10%). Mas para outras bacias hidrogra¡ficas (por exemplo, o Yangtze e o rio Amazonas), a redução do fluxo serápróxima de zero porque o impacto negativo da evaporação aumentada écompensado pelo aumento das chuvas devido a s florestas nessas áreas. Curiosamente, algumas dessas bacias possivelmente atéganhara£o a¡gua.
O estudo apresenta os resultados nas condições climáticas atuais. Sob um clima mais quente , o potencial de restauração de a¡rvores diminuiria. Além disso, asmudanças climáticas futuras podem aumentar a evaporação e a precipitação anual , o que afetara¡ os padraµes de circulação atmosfanãrica global.