Os cupins são um tipo de barata que se separou de outras baratas hácerca de 150 milhões de anos e evoluiu para viver socialmente em cola´nias. Hoje, existem muitos tipos diferentes de cupins. Alguns formam grandes cola´nias com milhões de indiva­duos, que tendem a viver em taºneis conectados no solo. Outros, incluindo a maioria das espanãcies conhecidas como cupins de madeira seca, formam cola´nias muito menores de menos de 5.000 indivíduos e vivem principalmente em madeira.

Pesquisadores da Unidade de Gena´mica Evolutiva da Universidade de Pa³s-Graduação do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa (OIST), juntamente com uma rede de colaboradores de todo o mundo, mapearam a história natural dos cupins de madeira seca - a segunda maior familia de cupins - e revelaram uma número de viagens oceânicas: que aceleraram a evolução de sua diversidade. A pesquisa, publicada na Molecular Biology and Evolution , esclarece de onde os cupins se originaram e como e quando eles se espalharam pelo mundo. Tambanãm confirma que algumas espanãcies , nos últimos séculos, pegaram carona com humanos para chegar a ilhas distantes.

"Os cupins de madeira seca, ou Kalotermitidae, são frequentemente considerados primitivos porque se separaram de outros cupins muito cedo, cerca de 100 milhões de anos atrás, e porque parecem formar cola´nias menores", disse AleÅ¡ Buček, pesquisador de pa³s-doutorado do OIST e principal autor. do estudo. "Mas muito pouco se sabe sobre esta fama­lia."

Dr. Buček continuou explicando como, antes deste estudo, havia muito poucos dados moleculares sobre a familia e a pouca compreensão das relações entre as diferentes espanãcies que se conhecia era baseada em sua aparaªncia. Pesquisas anteriores se concentraram em um gaªnero dentro da familia que contanãm espanãcies comuns de pragas, frequentemente encontradas dentro das casas.

Para obter conhecimento abrangente, os pesquisadores coletaram centenas de amostras de cupins de madeira seca de todo o mundo durante um período de três décadas. Desta coleção, selecionaram cerca de 120 espanãcies, algumas das quais representadas por maºltiplas amostras coletadas em diferentes locais. Isso representou mais de um quarto da diversidade de Kalotermitidae. A maioria dessas amostras foi levada ao OIST onde o DNA foi isolado e sequenciado.

Ao comparar as sequaªncias genanãticas das diferentes espanãcies, os pesquisadores construa­ram uma extensa a¡rvore geneala³gica dos cupins de madeira seca.

Eles descobriram que os cupins de madeira seca fizeram mais viagens oceânicas: do que qualquer outra familia de cupins. Eles cruzaram oceanos pelo menos 40 vezes nos últimos 50 milhões de anos, viajando atéa Amanãrica do Sul atéa áfrica, o que, em uma escala de milhões de anos, resultou na diversificação de novas espanãcies de cupins de madeira seca nos locais recanãm-colonizados.

"Eles são muito bons em atravessar oceanos", disse o Dr. Buček. "Suas casas são feitas de madeira, então podem funcionar como pequenos navios."

Os pesquisadores descobriram que a maioria dos gêneros se originou no sul da Amanãrica e se dispersou de la¡. Leva uma escala de milhões de anos para uma espanãcie se dividir em várias após uma mudança. A pesquisa também confirmou que, mais recentemente, as dispersaµes foram amplamente mediadas por humanos.

Além disso, este estudo colocou em daºvida a suposição comum de que os cupins de madeira seca tem um estilo de vida primitivo. Entre as linhagens mais antigas da fama­lia, existem espanãcies de cupins que não possuem um estilo de vida primitivo. Na verdade, eles podem formar grandes cola´nias em vários pedaço s de madeira que são conectados por taºneis subterra¢neos.

"Este estudo são serve para destacar o quanto pouco sabemos sobre cupins, a diversidade de seus estilos de vida e a escala de suas vidas sociais", afirmou o Prof. Tom Bourguignon, pesquisador principal da Unidade de Gena´mica Evolutiva da OIST e autor saªnior do estudo. “Amedida que mais informações forem coletadas sobre seu comportamento e ecologia, poderemos usar essa a¡rvore geneala³gica para descobrir mais sobre a evolução da sociabilidade em insetos e como os cupins foram tão bem-sucedidos”.