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Tomates geneticamente modificados podem ser uma nova fonte de vitamina D
Pesquisadores do grupo da professora Cathie Martin no John Innes Center usaram a edia§a£o de genes CRISPR-Cas9 para fazer revisaµes no ca³digo genanãtico de plantas de tomate para que a provitamina D3 se acumule no fruto do tomate.
Por John Innes Center - 24/05/2022


Dr Jie Li examina tomates enriquecidos com vitamina D. Crédito: Phil Robinson

Tomates geneticamente modificados para produzir vitamina D, a vitamina do sol, podem ser uma inovação simples e sustenta¡vel para resolver um problema de saúde global.

Os pesquisadores usaram a edição de genes para desligar uma molanãcula especa­fica no genoma da planta que aumentou a provitamina D3 tanto nos frutos quanto nas folhas dos tomateiros. Foi então convertido em vitamina D3 atravanãs da exposição a  luz UVB.

A vitamina D écriada em nossos corpos após a exposição da pele a  luz UVB, mas a principal fonte são os alimentos. Esta nova cultura biofortificada pode ajudar milhões de pessoas com insuficiência de vitamina D, um problema crescente ligado ao maior risco de ca¢ncer, demaªncia e muitas das principais causas de mortalidade. Estudos também mostraram que a insuficiência de vitamina D estãoligada ao aumento da gravidade da infecção por COVID-19.

Os tomates contem naturalmente um dos blocos de construção da vitamina D3, chamado provitamina D3 ou 7-desidrocolesterol (7-DHC), em suas folhas em na­veis muito baixos. A provitamina D3, normalmente não se acumula nos frutos maduros do tomate.

Pesquisadores do grupo da professora Cathie Martin no John Innes Center usaram a edição de genes CRISPR-Cas9 para fazer revisaµes no ca³digo genanãtico de plantas de tomate para que a provitamina D3 se acumule no fruto do tomate. As folhas das plantas editadas continham até600 ug de provitamina D3 por grama de peso seco. A ingestãodia¡ria recomendada de vitamina d éde 10 ug para adultos.

Quando o cultivo de tomates, as folhas geralmente são resíduos, mas as das plantas editadas podem ser usadas para a fabricação de suplementos de vitamina D3 veganos ou para fortificação de alimentos.

"Na³s mostramos que vocêpode biofortificar tomates com provitamina D3 usando a edição de genes, o que significa que os tomates podem ser desenvolvidos como uma fonte sustenta¡vel de vitamina D3 baseada em plantas", disse a professora Cathie Martin, autora correspondente do estudo publicado na Nature Plantas .

"Quarenta por cento dos europeus tem deficiência de vitamina D, assim como um bilha£o de pessoas em todo o mundo. Nãoestamos apenas abordando um enorme problema de saúde, mas também ajudando os produtores, porque as folhas de tomate, que atualmente são desperdia§adas, podem ser usadas para fazer suplementos de as linhas editadas por genes."
 
Pesquisas anteriores estudaram a via bioquímica de como o 7-DHC éusado na fruta para fazer moléculas e descobriram que uma enzima especa­fica Sl7-DR2 éresponsável por convertaª-la em outras molanãculas.

Para tirar proveito disso, os pesquisadores usaram o CRISPR-Cas 9 para desligar essa enzima Sl7-DR2 no tomate para que o 7DHC se acumule no fruto do tomate.

Eles mediram a quantidade de 7-DHC que havia nas folhas e frutos dessas plantas de tomate editadas e descobriram que havia um aumento substancial nos na­veis de 7-DHC nas folhas e nos frutos das plantas editadas.

O 7-DHC se acumula tanto na polpa quanto na casca dos tomates.

Os pesquisadores então testaram se o 7-DHC nas plantas editadas poderia ser convertido em vitamina D3 por luz UVB em folhas e frutas fatiadas por 1 hora. Eles descobriram que ele fez e foi altamente eficaz.

Apa³s o tratamento com luz UVB para transformar o 7-DHC em vitamina D3, um tomate continha na­veis equivalentes de vitamina D a dois ovos de tamanho manãdio ou 28g de atum osque são fontes dietanãticas recomendadas de vitamina D.

O estudo diz que a vitamina D em frutas maduras pode ser aumentada ainda mais pela exposição prolongada ao UVB, por exemplo, durante a secagem ao sol.

O bloqueio da enzima no tomate não teve efeito no crescimento, desenvolvimento ou rendimento das plantas de tomate. Outras plantas intimamente relacionadas, como berinjela, batata e pimenta, tem a mesma via bioquímica, de modo que o manãtodo pode ser aplicado a essas hortalia§as.

No ini­cio deste maªs, o governo do Reino Unido anunciou uma revisão oficial para examinar se alimentos e bebidas devem ser fortificados com vitamina D para abordar as desigualdades na saúde.

A maioria dos alimentos contanãm pouca vitamina D e as plantas geralmente são fontes muito pobres. A vitamina D3 éa forma mais biodispona­vel de vitamina D e éproduzida no corpo quando a pele éexposta a  luz solar. No inverno e em latitudes mais altas, as pessoas precisam obter vitamina D de sua dieta ou suplementos porque o sol não éforte o suficiente para que o corpo a produza naturalmente.

O primeiro autor do estudo, Dr. Jie Li, disse que "a pandemia de COVID-19 ajudou a destacar a questãoda insuficiência de vitamina D e seu impacto em nossa função imunola³gica e saúde geral. necessa¡ria fonte a  base de plantas da vitamina do sol. Essa éuma a³tima nota­cia para as pessoas que adotam uma dieta rica em vegetais, vegetariana ou vegana , e para o crescente número de pessoas em todo o mundo que sofrem com o problema de insuficiência de vitamina D."

 

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