A melhoria da vida humana, tanto pessoal quanto socialmente, depende da erradicaça£o do erro.
O artista Jan Verhas ilustrou Roger Bacon observando estrelas de Oxford.
A astronomia foi apenas uma das muitas áreas da ciência que Bacon explorou
ao compilar enciclopanãdias do conhecimento cientafico. Wikimedia
Parece que a ciência estãosofrendo ultimamente. Desde décadas de negação pela industria do tabaco de que o tabagismo causa câncer a tentativas mais recentes de usar a pandemia do COVID-19 para obter pontos polaticos , parece que se criou uma presunção de que não háproblema em procurar e falar a verdade apenas quando for adequado para uso pessoal. Interesse.
Em tempos como esses, precisamos urgentemente de lideres que saibam do que estãofalando e cujo compromisso com a verdade exceda sua lealdade a partidos ou pessoas - entre eles, o tipo de pessoa conhecida como cientista (“quem sabeâ€, o significado literal). cientista). O COVID-19 éuma espanãcie de praga, mas o mesmo acontece com a ignora¢ncia, e somente abordando o último éque a sociedade pode enfrentar o primeiro.
Este ano marca o que muitos acreditam ser o 800º aniversa¡rio de um buscador da verdade especialmente corajoso, o polamata inglês Roger Bacon. Embora outros cientistas tenham chegado antes dele, sua amplitude de estudos levou muitos a chama¡-lo de " o primeiro cientista ". Se ele estivesse vivo hoje, Bacon provavelmente estaria buscando a verdade sobre assuntos como o coronavarus e seus efeitos na sociedade, bem como a necessidade de virtudes pessoais e políticas para supera¡-lo.
Este foi o trabalho da vida de Bacon. "Ninguanãm", escreveu ele , "trabalhou em tantas ciências e idiomas como eu, nem tanto quanto eu. E, no entanto, não trabalhei tanto, pois na busca da sabedoria não hátrabalho" - do tipo que alguém poderia ressentir - "era necessa¡rio".
A busca da verdade por Roger Bacon
Como Bacon viveu hátanto tempo, sabemos mais sobre suas ideias do que sobre sua vida . Nascido em Somerset, Inglaterra, sua familia parece estar bem, e ele estudou e ensinou em duas das mais antigas universidades da Europa, comea§ando em Oxford. Depois de obter seu mestrado em artes, ele aceitou um convite para lecionar na Universidade de Paris por cerca de uma década antes de retornar a Oxford.
Bacon foi um daqueles seres humanos nota¡veis ​​que parecem saber quase tudo. Especialista no pensamento do antigo fila³sofo Arista³teles, ele também ensinou matemática, astronomia, música, a³ptica, alquimia (precursora da química), filosofia moral e teologia. Devido a profundidade e amplitude do aprendizado refletido em seu Opus Majus ("Grande Obra"), composto a pedido do Papa para descrever seus estudos, ele ficou conhecido como Doutor Mirabilis ou "Professor Maravilhoso".
Bacon acreditava que a melhoria da vida humana, tanto pessoal quanto socialmente, depende da erradicação do erro. Para corrigir o que aflige a sociedade, énecessa¡rio restaurar o respeito pelo aprendizado, pela experiência do mundo real e pela busca da verdade. Enquanto as pessoas apresentarem um mapa falso da realidade, elas se perdera£o e nunca alcana§ara£o seu verdadeiro destino.
A importa¢ncia da pergunta certa
Bacon argumentou que existem quatro causas de erro : 1) autoridade fraca e indigna, 2) costumes de longa data, 3) opiniaµes de multidaµes ignorantes e 4) ocultar a ignora¢ncia atravanãs de demonstrações de conhecimento aparente.
Bacon acreditava que o que as pessoas geralmente não tem, não são respostas corretas, mas as melhores perguntas . Para promover o conhecimento, as pessoas devem sujeitar as autoridades ao escrutanio, afastando os não confia¡veis. Quem estãofalando a verdade, e com que base, e quem estãoapenas falando o que as pessoas querem ouvir?
Na visão de Bacon, muitas pessoas caem em uma credulidade de ha¡bito, simplesmente aceitando o que lhes foi dito repetidas vezes. Para combater essa tendaªncia, ele pediu experimentação, mas não apenas no sentido de um laboratório cientafico. Ele acreditava que as pessoas deveriam colocar suas ideias em teste, vendo como elas se saem quando testadas no mundo real da experiência. O que não se sustenta deve ser rejeitado.
Bacon deu o exemplo do fogo, escrevendo : “O raciocanio tira uma conclusão e nos faz conceder a conclusão, mas não a torna certa, nem remove a daºvida, para que a mente possa descansar na intuição da verdade, a menos que a mente descubra pelo caminho da experiência. †Somente alguém que realmente vaª o fogo queimar vai entender o que ele pode fazer.
Sem hábitos mentais adequados, argumentou Bacon, a sociedade estaria atolada na ignora¢ncia e no fracasso. Somente se instituições de ensino, como universidades, cumprirem sua função adequada, a sociedade podera¡ encontrar e seguir seu curso adequado. E todas as pessoas, ele acreditava, tem capacidade e responsabilidade de pensar por si mesmas e manter sua comunidade nos trilhos.
Bacon expressou profunda antipatia por aqueles que simplesmente fingem saber, como ma¡gicos que fingem usar manãtodos cientaficos. O fila³sofo de Princeton, Harry Frankfurt, mais recentemente se referiu a esses pretendentes como " besteiras ". A ignora¢ncia éruim, mas fingir saber éainda pior, porque prejudica a confiana§a.
Sobre ignora¢ncia e corrupção
Bacon tratou a ignora¢ncia de maneira tão severa, em parte porque viu que ela semeava as sementes da corrupção.
Extrapolando de Bacon, énecessa¡rio um escrutanio regular para que os lideres polaticos ajam com responsabilidade. A última coisa que qualquer bom lider polatico precisa éestar cercado de homens sim. a‰ atravanãs da disputa entre diferentes pontos de vista que émais prova¡vel que as pessoas cheguem a verdade.
Essa perspectiva ajuda a explicar a promoção da ciência que Bacon chamou de “perspectiva†e sua dedicação ao longo da vida no estudo de idiomas como o grego e o hebraico. Para determinar a melhor perspectiva a partir da qual entender algo, primeiro énecessa¡rio analisa¡-lo sob vários pontos de vista.
Acima de tudo, Bacon promoveu humildade. As pessoas devem procurar conhecer a verdade e se apegar ao que provaram ser va¡lidas pela experiência. Mas eles também devem reconhecer os limites de seu pra³prio conhecimento, buscar o conselho de especialistas e buscar um entendimento mais profundo.
Este foi o trabalho da vida de Bacon. "Ninguanãm", escreveu ele , "trabalhou em tantas ciências e idiomas como eu, nem tanto quanto eu. E, no entanto, não trabalhei tanto, pois na busca da sabedoria não hátrabalho" - do tipo que alguém poderia ressentir - "era necessa¡rio".
Como Arista³teles , ele acreditava que éda natureza humana desejar saber. Segundo ele, não hánada mais natural e também mais necessa¡rio e benanãfico para a humanidade do que buscar a verdade.
Este artigo foi atualizado para remover uma cotação que não pode ser confirmada como Roger Bacon.
*As opiniaµes expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es), não refletindo necessariamente a posição institucional do maisconhecer.com
Richard Gunderman
Professor de Medicina, Artes Liberais e Filantropia do Chanceler, Universidade de Indiana