Opinião

Por que preciso de algo diferente do Google para responder a uma pergunta?
Quer vocêseja um aluno da quarta sanãrie que precisa descobrir como os vulcaµes entram em erupção ou um adulto procurando mais informaa§aµes sobre um artigo de nota­cias, pode procurar rapidamente algo na internet. O que poderia dar errado?
Por Cody Behles - 24/05/2021


Os acadaªmicos podem ser mais confia¡veis ​​do que os mecanismos de pesquisa. Agência Anadolu / Getty Images

Por que preciso de um acadêmico para responder a uma pergunta se existe o Google? - Harrison F., 13 anos, Brookline, Massachusetts

Imagine que vocêestãopesquisando algo. Quer vocêseja um aluno da quarta sanãrie que precisa descobrir como os vulcaµes entram em erupção ou um adulto procurando mais informações sobre um artigo de nota­cias, pode procurar rapidamente algo na internet. O que poderia dar errado?

O mecanismo de pesquisa do Google pode parecer ter todas as respostas para suas perguntas. Mas de onde vem essa informação? Quem seleciona os sites que são exibidos quando vocêinsere “erupção vulcânica ” na caixa de pesquisa? Quem decide qual item aparece primeiro e em que ordem o resto se seguira¡?

Penso muito nessas questões por causa do que faa§o para viver: ajudar acadaªmicos da Universidade de Memphis a se comunicarem sobre seu trabalho com colegas acadaªmicos e com o paºblico.

Esses estudiosos são especialistas que trabalharam e estudaram por muito tempo para aprender tudo o que puderam sobre um determinado assunto. Eles respondem a perguntas combinando seu conhecimento com o manãtodo cienta­fico para descobrir coisas novas.

Page, Brin e PageRank

Quando Larry Page e Sergey Brin criaram o mecanismo de busca do Google em 1996, como estudantes de ciência da computação da Universidade de Stanford, eles estavam tentando estabelecer uma maneira rápida de encontrar coisas facilmente na Internet. Na anãpoca, pesquisar na web era lento e difa­cil , dificultando encontrar as melhores informações.

Eles inventaram um algoritmo, um conjunto de instruções passo a passo detalhado ou fa³rmula, chamado PageRank . Ele estima a qualidade de uma pa¡gina da web medindo o número e a qualidade de outras pa¡ginas vinculadas a ela. Quando vocêpesquisa no Google, seu mecanismo de pesquisa retorna as pa¡ginas com melhor classificação relacionadas ao que vocêestãoprocurando.

Algumas desvantagens

Pesquisar no Google tornou-se tão rápido que pode parecer instanta¢neo.

Mas os resultados que vocêvaª ao fazer uma pesquisa no Google podem ser influenciados por outras coisas além do PageRank, incluindo se os anunciantes estãopagando ao Google para que seus sites aparea§am em uma posição melhor do que de outra forma. Os algoritmos do Google levam em consideração centenas de outras varia¡veis, incluindo os sites em que vocêclicou no passado e a data de atualização de uma pa¡gina.

Ao contra¡rio dos estudiosos, o mecanismo de busca do Google não pode decidir automaticamente quais fontes são as mais importantes, mais precisas ou mais significativas. Ou seja, as pesquisas do Google não identificam necessariamente informações objetivas e confia¡veis .

Vocaª pode considerar mudar para outro mecanismo de pesquisa como o Bing da Microsoft ou um que promova especificamente a privacidade de suas informações, como o DuckDuckGo. Mas muitas dessas alternativas tem as mesmas deficiências.

Como os estudiosos se comunicam

Os acadaªmicos costumam se comunicar publicando artigos de pesquisa Cada artigo enfatiza uma única ideia que acrescenta algo a  discussão. Pode ser o novo resultado de um experimento ou uma nova observação. Outros estudiosos então leem aquele artigo e o discutem.

Pessoas com conhecimento podem fazer um balana§o do mesmo conjunto de fatos e ainda assim ter perspectivas diferentes, o que significa que não hánecessariamente uma resposta certa para uma pergunta. Com o tempo, esse vaivanãm leva a alguns princa­pios e conceitos geralmente aceitos.

Este ciclo de pesquisa, revisão e discussão existe desde a  publicação dos primeiros peria³dicos acadaªmicos em 1665 . Amedida que novas descobertas são feitas, as ideias podem mudar.

Uma maneira de os pesquisadores mostrarem quais outras ideias eles consideram em seu trabalho épor meio de citações acadaªmicas. Vocaª certamente já os viu antes - eles estãona seção de referaªncia no final dos livros de não-ficção ou na parte inferior dos artigos da Wikipedia. Cada um aponta para outro trabalho.

Essas citações mostram quais outros livros e fontes foram considerados pelo autor do que vocêestãolendo - e como eles formaram as ideias. Se vários estudiosos usam as mesmas ideias como blocos de construção para seus pra³prios conceitos, e então suas ideias, por sua vez, são usadas como blocos de construção para outras ideias, isso leva continuamente a um ciclo de inovação.

Esse processo de descoberta não éinfluenciado pelos anunciantes - mesmo que possa ser parcialmente moldado pelo fato de os acadaªmicos conseguirem ou não financiamento para realizar um determinado tipo de pesquisa.

Muitas das ideias que vocêencontra na internet se originam de bolsas de estudo, mas são vulnera¡veis ​​a preconceitos e pressão publicita¡ria de uma forma que a maioria dos acadaªmicos não anã. Precisamos de estudiosos porque eles fornecem um quadro completo, as informações mais atualizadas, derivadas de sua sabedoria e perspectiva profundamente considerada.

A internet torna a localização de informações mais fa¡cil do que em qualquer outro ponto da história humana. Mas, como disse Albert Einstein , “Informação não éconhecimento. A única fonte de conhecimento éa experiência. ”

Ola¡, criana§as curiosas! Vocaª tem alguma pergunta que gostaria que um especialista respondesse? Pea§a a um adulto para enviar sua pergunta para CuriousKidsUS@theconversation.com . Informe-nos seu nome, idade e cidade onde mora.

E como a curiosidade não tem limite de idade - adultos, conte-nos também o que vocêestãose perguntando. Nãoseremos capazes de responder a todas as perguntas, mas faremos o nosso melhor.

As opiniaµes expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es), não refletindo necessariamente a posição institucional do maisconhecer.com

Cody Behles
Diretor de Inovação e Apoio a  Pesquisa, Universidade de Memphis

 

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