Opinião

Mesmo após o relaxamento dos bloqueios, a depressão pandaªmica persistiu em todas as classes sociais osnovo estudo
O mais impressionante para nosfoi que, um ano após o ini­cio da pandemia, as taxas de depressão permaneceram altas, apesar dos sinais esperana§osos de redua§a£o de infeca§aµes e mortes.
Por Catherine Ettman e Sandro Galea - 25/03/2022


A alta e persistente prevalaªncia de depressão sugere que a doença mental aumentou para todas as classes sociais durante a pandemia de COVID-19. Pixabay

A grande ideia

Um ano após a pandemia do COVID-19, descobrimos que mais de 1 em cada 5 adultos dos EUA relatou prova¡vel depressão na primavera de 2020 e na primavera de 2021 . Tambanãm descobrimos que os ativos financeiros ajudaram a reduzir a persistaªncia dos sintomas osmas apenas atécerto ponto. Nossa pesquisa publicada recentemente destaca os efeitos conta­nuos da saúde mental do COVID-19 na população dos EUA.

Lana§amos um estudo nacional em mara§o de 2020 medindo a saúde mental e os ativos. O COVID-19 era uma emergaªncia nacional , pois as mortes estavam aumentando. Escolas, locais de trabalho e escrita³rios do governo fecharam porque os americanos foram instados a ficar em casa. Naquela anãpoca, descobrimos que 27,8% dos adultos norte-americanos em nosso estudo relataram sintomas de depressão, como perder o interesse em atividades ou sentir-se deprimido ou sem esperana§a. Esse número foi mais de três vezes maior do que a estimativa nacional de depressão pré-pandemia de 8,5%.

O mais impressionante para nosfoi que, um ano após o ini­cio da pandemia, as taxas de depressão permaneceram altas, apesar dos sinais esperana§osos de redução de infecções e mortes. Em abril de 2021, as pessoas estavam fazendo fila para vacinas contra o COVID-19 , os médicos estavam encontrando melhores tratamentos para o COVID-19 e os esforços para reabrir a sociedade estavam em andamento. Mas, a essa altura, a proporção de adultos em nossa pesquisa relatando sintomas de depressão havia subido para 32,8%.

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Pior ainda, esse número mais alto de 2021 incluiu 20,3% que relataram sintomas de depressão tanto em abril de 2020 quanto em abril de 2021. Essa descoberta sugere que a saúde mental preca¡ria causada pela pandemia era prevalente e persistente.

Tambanãm quera­amos saber quais ativos osfinanceiros, fa­sicos e sociais ospodem estar influenciando a saúde mental das pessoas durante a pandemia. Em nossa primeira pesquisa, descobrimos que as pessoas que entraram na pandemia com relativamente poucos ativos osespecialmente financeiros oseram mais propensas a serem afetadas por estresses relacionados ao COVID-19.

Em nossa pesquisa de acompanhamento de abril de 2021, esta¡vamos interessados ​​na relação entre saúde mental e status de ativos. Analisamos ativos financeiros, como poupana§a pessoal, ativos fa­sicos, como propriedade da casa própria e ativos sociais de educação e estado civil. Comparamos pessoas semelhantes em termos de casamento, educação e casa própria. Descobrimos que as pessoas em fama­lias que ganham menos de US$ 20.000 por ano tinham 3,5 vezes mais chances de relatar sintomas de depressão persistentes do que aquelas que ganham US$ 75.000.

Tambanãm descobrimos que as pessoas que tinham US$ 5.000 ou mais em poupana§a ou conta banca¡ria relataram depressão menos persistente. Ter mais ativos, no entanto, não reduziu o estresse indutor de depressão de perder o emprego, sofrer problemas de relacionamento ou passar por dificuldades financeiras durante a pandemia.

Por que isso importa

Quase 1 milha£o de vidas nos EUA foram perdidas para o COVID-19 e houve quase 5 milhões de hospitalizações . Mas medir o efeito da pandemia na saúde mental dopaís estãoapenas comea§ando. E acreditamos que o impacto sustentado da pandemia na saúde mental dopaís ésem precedentes.

Qual éo pra³ximo

Nosso pra³ximo passo éexaminar ainda mais as áreas de sobreposição entre aqueles que iniciaram a pandemia com menos ativos e aqueles que sofreram perdas de emprego, problemas de relacionamento ou dificuldades financeiras durante a pandemia.

As pessoas que tem menos ativos são as que correm maior risco de depressão, especialmente a depressão que dura ao longo do tempo com agitação social. Os ativos podem ser uma almofada, mas mesmo eles não protegeram as pessoas dos efeitos nocivos dos estressores causados ​​pela pandemia. Nossa pesquisa mostra que, embora a pandemia parea§a estar diminuindo , os americanos ainda estãosofrendo. E eles podem continuar a sentir efeitos negativos em sua saúde mental por muito tempo.


Catherine Ettman
Doutorando, Universidade de Boston

Sandro Galea
Professor de Medicina de Fama­lia, Universidade de Boston

As opiniaµes expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es), não refletindo necessariamente a posição institucional do maisconhecer.com

 

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