Saúde

O va­rus zika ligado a  microcefalia, descoberto no continente africano
Pesquisadores de Oxford fizeram uma parceria com o Ministanãrio da Saúde de Angola para estudar a introdua§a£o e circulaa§a£o do gena³tipo asia¡tico do va­rus Zika em Angola, no sudoeste da áfrica. O gena³tipo asia¡tico causou a epidemia 2015-16
Por Ascom/ICB/MaisConhecer - 28/09/2019



Em 2017, Angola começou a relatar casos de microcefalia em recanãm-nascidos. Atéesse ponto, sabia-se que apenas o gena³tipo africano do zika circulava na áfrica.

Pesquisadores do Departamento de Zoologia de Oxford e do Instituto Nacional de Investigação em Saúde, em Luanda, acompanharam relatos de casos de microcefalia em Angola, que eles suspeitavam serem causados ​​pela infecção pelo va­rus zika na gravidez. Eles realizaram testes moleculares e seqa¼enciamento de genoma para entender a história genanãtica do va­rus e sua epidemiologia neste trabalho inovador de detetive gena´mico. a‰ a primeira vez que genomas de va­rus completos são gerados no local em Angola.

Eles descobriram que:

  • O gena³tipo asia¡tico do va­rus Zika circula em Angola desde pelo menos 2016.
  • As cepas que circulavam la¡ eram mais prova¡veis ​​de serem introduzidas no Brasil.
  • A rota de migração de va­rus reflete o grande número de viajantes que voam entre Angola e o Brasil.
  • O gena³tipo asia¡tico do va­rus zika estãoprovavelmente ligado a um aumento nos casos de microcefalia em Angola.

O autor principal, Dr. Nuno Faria, disse: 'O va­rus zika circula na áfrica háséculos. Pode ser classificada em duas linhagens de va­rus, denominadas linhagem africana, restritas ao continente africano, e a linhagem asia¡tica, responsável pelas grandes epidemias de zika e microcefalia associada nas Amanãricas. Atéagora, apenas a linhagem africana havia sido detectada na áfrica. Em 2017, Angola começou a relatar vários casos de microcefalia em recanãm-nascidos. 

'Realizando nossos testes moleculares e sequenciamento do genoma para entender a composição genanãtica do va­rus e sua epidemiologia, descobrimos que a linhagem asia¡tica foi introduzida do Brasil em Angola em 2016, provavelmente por um viajante infectado com zika. Esse va­rus levou ao recente aumento de casos de microcefalia nopaís. Nosso estudo destaca a necessidade de maior vigila¢ncia em áreas conectadas por viajantes a regiaµes onde circulam o zika e outros va­rus transmitidos por mosquitos '. 

A colaboração internacional coordenada por cientistas da Universidade de Oxford e do Ministanãrio da Saúde em Angola, juntamente com o Ministanãrio da Saúde em Portugal e vários institutos de pesquisa no Brasil, utilizou as mais recentes tecnologias porta¡teis de seqa¼enciamento porta¡til para investigar a epidemiologia do va­rus Zika na áfrica. 

A primeira autora do estudo, Sarah Hill, disse: 'Durante 2017, Angola começou a relatar um número crescente de bebaªs nascidos com suspeita de microcefalia. Investigações detalhadas sobre duas ma£es e seus bebaªs mostraram que as ma£es tinham anticorpos para o va­rus Zika e que seus bebaªs tinham anormalidades cerebrais compata­veis com a sa­ndrome congaªnita do zika.

'Pesquisamos o va­rus zika em pacientes com sintomas compata­veis com a infecção por zika em Angola. A infecção pelo va­rus zika geralmente não causa sintomas, então também examinamos centenas de pacientes assintoma¡ticos. Detectamos apenas o va­rus Zika em um total de cinco pacientes, mas, usando sequaªncias gena´micas virais para reconstruir o surto, mostramos que o va­rus Zika provavelmente circulou em Angola por mais de 17 meses. Portanto, a verdadeira escala do surto em Angola provavelmente foi maior do que o pequeno número de casos identificados sugeriria. Nosso trabalho envolve uma colaboração internacional entre grupos de pesquisa de quatro continentes. '

A pesquisa combinou o trabalho de detetive cienta­fico em condições desafiadoras com a mais recente tecnologia a¡gil.

A Dra. Joana Afonso, Diretora do Laborata³rio de Saúde Paºblica do Ministanãrio da Saúde de Angola, co-autora principal do estudo, disse: 'Tanãcnicas como o seqa¼enciamento porta¡til de DNA no local e a análise computacional, ligadas ao diagnóstico molecular tradicional, nos permitiram entender melhor a epidemiologia do va­rus e sua ligação com a microcefalia em nossopaís. Trazer ferramentas rápidas de sequenciamento gena´mico para Angola estãocapacitando os acadaªmicos locais e estãonos ajudando a melhorar a detecção precoce de futuras ameaa§as de va­rus. Por fim, promover a inovação cienta­fica e a pesquisa em Angola ajudara¡ a melhorar a saúde do nossopaís. '

A Dra. Jocelyne Vasconcelos disse: "Ainda precisamos realizar estudos adicionais para investigar qual foi a fração da população exposta ao zika e outros va­rus transmitidos por mosquitos". O Dr. Zoraima Neto concluiu: 'Agora estamos trabalhando na expansão da vigila¢ncia gena´mica para dengue, chikungunya e febre amarela e outras doenças infecciosas virais negligenciadas'.  

A Dra. Eve Lackritz, La­der da Fora§a-Tarefa de Zika da Organização Mundial da Saúde, disse: 'O uso da análise de sequaªncia viral éuma ferramenta poderosa para rastrear a disseminação global do zika e outros va­rus com potencial epidaªmico. Esses resultados são significativos, pois demonstraram a introdução do gena³tipo asia¡tico na áfrica continental, demonstrando a disseminação conta­nua do va­rus Zika em todo o mundo e nossa necessidade conta­nua de permanecer atentos a  infecção pelo va­rus Zika e seu impacto em mulheres gra¡vidas e bebaªs. '

 

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