Saúde

Aprendendo a não temer
O treinamento para meditaa§a£o de atenção plena altera a forma como processamos lembrana§as medrosas, diz estudo
Por MGH News and Public Affairs - 18/10/2019

Pixabay

Participar de um programa de meditação de oito semanas de atenção parece alterar a maneira como o cérebro processa as memórias de medo. Em um estudo que serápublicado na edição de 1º de novembro da Biological Psychiatry, uma equipe liderada por pesquisadores do Massachusetts General Hospital (MGH), afiliada a Harvard, relatou que a meditação da atenção plena parece ajudar a extinguir associações temerosas.

Uma maneira comum de tratar distúrbios de ansiedade éexpor os pacientes ao esta­mulo que provoca ansiedade em um ambiente seguro atéque ele não provoque mais medo, um processo conhecido como terapia de exposição. Essa exposição fornece uma oportunidade de aprender que esses esta­mulos não são ameaa§adores e, assim, facilitam a regulação adaptativa das respostas emocionais. Para ter sucesso, primeiro uma nova memória deve ser criada entre o esta­mulo e um sentimento de segurança; depois, a memória de "segurança", em vez da memória de medo original, deve ser lembrada quando o esta­mulo éapresentado novamente em um novo ambiente.

A meditação da atenção plena foi proposta para fornecer uma condição ideal para a terapia de exposição, pois envolve experimentar o momento presente com uma mentalidade aberta, curiosa e não reativa. Numerosos estudos documentaram que os programas de meditação da atenção plena são aºteis para reduzir a ansiedade, no entanto, os mecanismos eram desconhecidos. O presente estudo investigou o aprendizado aprimorado do sinal de "segurança" como um mecanismo atravanãs do qual a atenção plena pode ajudar as pessoas a aprender a ter uma resposta menos reativa e mais adaptativa aos esta­mulos que provocam ansiedade.


Os pesquisadores usaram exames cerebrais de ressonância magnanãtica e uma tarefa de condicionamento do medo para examinar asmudanças nas redes neurais associadas a  atenção e a  memória após o treinamento em meditação da atenção plena. No estudo, 42 participantes completaram um programa de oito semanas de redução de estresse com base na atenção plena, no qual aprenderam prática s formais de meditação e ioga. Outros 25 participantes foram randomizados para um grupo de controle de gerenciamento de estresse baseado em exerca­cios de oito semanas, no qual foram ensinados sobre o impacto do estresse e realizaram exerca­cios aera³bicos leves. Os pesquisadores descobriram que asmudanças no hipocampo após o treinamento da atenção plena estavam associadas a uma capacidade aprimorada de recuperar a memória de segurança e, assim, responder de uma maneira mais adaptativa.

"O treinamento da atenção plena pode melhorar a regulação da emoção, apesar de alterar as respostas neurobiológicas associadas a  nossa capacidade de lembrar que um esta­mulo não émais ameaa§ador", disse Gunes Sevinc, primeiro autor do artigo, pesquisador de pa³s-doutorado no MGH.

“O medo e a ansiedade tem um componente habitual para eles - a memória de algo que provocou medo no passado desencadeara¡ uma resposta habitual ao medo quando somos lembrados do evento, mesmo que não haja ameaça real no momento presente. Os dados indicam que a atenção plena pode nos ajudar a reconhecer que algumas reações de medo são desproporcionais a  ameaça e, portanto, reduz a resposta do medo a esses esta­mulos. A atenção plena também pode melhorar nossa capacidade de lembrar essa nova reação menos temerosa e quebrar o ha¡bito da ansiedade ”, disse Sara Lazar, do MGH Psychiatric Neuroimaging Research Program, principal autor do estudo.

Uma das principais ressalvas no estudo foi que todos os participantes eram indivíduos sauda¡veis ​​sem ansiedade. Estudos futuros precisam ser realizados com amostras cla­nicas e usando esta­mulos ameaa§adores relevantes para sua ansiedade (por exemplo, aranhas, sinais que desencadeiam pa¢nico ou TEPT, etc.) para determinar semudanças semelhantes na ativação cerebral ocorrem nessas condições. Além disso, algumas das constatações foram observadas nos grupos de atenção e controle, sugerindo que algumas dasmudanças não são exclusivas do treinamento em atenção, ou podem ser devidas a algum outro componente do programa, como apoio social.

Outros autores do estudo foram Britta K. Ha¶lzel, Jonathan Greenberg, Tim Gard, Vincent Brunsch, Javaria A. Hashmi, Mark Vangel, Scott P. Orr e Mohammed R. Milad.

 

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