Pesquisadores descobrem que marcadores de sangue infantil predizem a saúde mental infantil
Um novo vanculo entre os naveis de colesterol “ruim†no nascimento e o comportamento subseqa¼ente na infa¢ncia pode ajudar a identificar e tratar as pessoas propensas a sofrer depressão e outras dificuldades mentais.
(Crédito da imagem: istockphotos)
Os pesquisadores de Stanford acreditam ter encontrado uma correlação entre o colesterol "ruim" e o desenvolvimento da saúde mental de uma criana§a.Â
Os pesquisadores de Stanford mostraram que os naveis de colesterol e gordura no sangue de um recanãm-nascido podem prever com segurança a saúde psicológica e social da criana§a cinco anos depois. Se confirmada, a descoberta pode apontar para novas maneiras de monitorar ou tratar doenças mentais, como a depressão, desde cedo na infa¢ncia.
Os resultados correlacionaram lipadios no sangue do corda£o umbilical do recanãm-nascido com as classificações dos professores em saúde mental das criana§as em torno dos cinco anos de idade. As criana§as nascidas com mais colesterol e trigliceradeos "ruins" (um tipo de gordura ou lipadio que circula no sangue) eram mais propensas a receber avaliações ruins dos professores do que seus pares com naveis mais altos de colesterol "bom" e naveis mais baixos de trigliceradeos.
O professor de psicologia Ian Gotlib foi o autor saªnior do estudo publicado na Psychological Science . Ele disse que o pra³ximo passo édescobrir se o papel da gordura émeramente correlativo e, portanto, serve como um marcador dos processos biola³gicos radiculares no trabalho, ou realmente causativos, e, portanto, um alvo promissor para intervenções terapaªuticas, comomudanças na dieta ou produtos farmacaªuticos. .
"Nosso estudo éum ponto de partida para muitas outras linhas de pesquisa", disse Gotlib, que éo professor David Starr Jordan no Departamento de Psicologia da Faculdade de Humanidades e Ciências de Stanford . "Estamos empolgados em ver aonde isso vai dar."
Erika Manczak, principal autora do estudo, começou o trabalho como bolsista de pa³s-doutorado no laboratório de Gotlib. "a‰ surpreendente que, desde tão cedo na vida, esses marcadores facilmente acessaveis e comumente examinados dos naveis de lipadios no sangue tenham essa correlação preditiva para futuros resultados psicola³gicos", disse Manczak, que agora éprofessor assistente de psicologia na Universidade de Denver. "O que nosso estudo mostrou érealmente uma descoberta otimista, porque os lipadios são relativamente fa¡ceis de manipular e influenciar".
Os cientistas ainda não sabem como os naveis de gordura podem estar relacionados ao comportamento psicola³gico observado em criana§as. Mas os resultados se encaixam com evidaªncias crescentes sobre a influaªncia da gordura na função do sistema imunológico. Em adultos, alguns estudos descobriram um papel do sistema imunológico na manutenção do bem-estar psicola³gico. Ao estender essa investigação em criana§as, o estudo de Stanford comea§a a revelar fatores relacionados ao aparecimento de dificuldades emocionais e doenças mentais, que estãoaumentando globalmente.
"A prevalaªncia de depressão estãoaumentando a cada geração em todas as idades, junto com tentativas e conclusaµes de suicadio", disse Gotlib. “Nas últimas décadas, fizemos um trabalho maravilhoso ao reduzir as taxas e o impacto de muitos distúrbios fasicos. No entanto, fizemos mal na redução de transtornos mentais. Encontrar potenciais novos preditores precoces de saúde mental, como este estudo, anã, portanto, um passo crítico em frente. â€
Investigando os dados
Para o estudo, os pesquisadores de Stanford analisaram um conjunto de dados compilado pelo projeto Born in Bradford . Sediado em Bradford, a sexta maior cidade do Reino Unido, o projeto acompanha criana§as nascidas entre mara§o de 2007 e dezembro de 2010, bem como seus pais, para aprender mais sobre doenças comuns da infa¢ncia, juntamente com o desenvolvimento mental e social.
Manczak e Gotlib examinaram o perfil lipadico de 1.369 recanãm-nascidos, observando naveis de trigliceradeos, lipoproteana de alta densidade (HDL, também conhecida como colesterol "bom") e lipoproteana de densidade muito baixa (VLDL, também conhecida como colesterol "ruim").
Eles então compararam esses naveis de colesterol e trigliceradeos com as avaliações psicológicas dos professores no final do ensino manãdio no Reino Unido. Os professores avaliaram a competaªncia das criana§as em regulação emocional, autoconsciência e relacionamento interpessoal. As descobertas de Manczak e Gotlib indicam que criana§as com indicadores psicola³gicos mais favoráveis ​​nasceram com HDL mais alto e VLDL ou trigliceradeos mais baixos do que as criana§as que tiveram pontuações mais baixas nessas características.
a‰ importante ressaltar que essa correlação foi consistente mesmo em pessoas de diferentes origens anãtnicas e socioecona´micas, o que sugere que a renda familiar, acesso a cuidados de saúde, dieta e outros fatores sociais não estãosubjacentes a relação entre marcadores sanguaneos e indicadores psicola³gicos. O grupo também descartou a saúde física geral das criana§as (avaliada pelos pais aos três anos de idade), o andice de massa corporal das criana§as aproximadamente no momento das avaliações dos professores, a colocação em aulas de educação especial, a saúde das ma£es antes e durante a gravidez, incluindo hista³rico de depressão e se a ma£e tomou vitaminas pré-natais, como fatores que poderiam explicar as avaliações dos professores.
"O fato de o aºnico preditor sãolido para os escores de avaliação de competaªncia psicossocial das criana§as nascidas em Bradford serem os naveis lipadicos fetais realmente argumenta a favor de uma conexão entre os dois", disse Manczak. "Agora precisamos descobrir o que exatamente pode ser essa conexa£o."
Juntando tudo
Os pesquisadores sugerem uma explicação para esses resultados: os naveis lipadicos des favoráveis ​​contribuem para a disfunção do sistema imunológico, resultando em inflamação corporal. As moléculas envolvidas na inflamação podem atravessar o cérebro, influenciando o desenvolvimento fetal e infantil, bem como o bem-estar psicola³gico a longo prazo e, pelo menos a curto prazo, o humor, a motivação e as perspectivas.
"O colesterol ruim pode promover maior inflamação em todo o corpo que influencia a maneira como o cérebro das criana§as estãose desenvolvendo ou agindo", disse Manczak. "Isso pode ser o suficiente para leva¡-los a certas trajeta³rias psicológicas".