Saúde

Peixes gordurosos protegem contra diabetes tipo II
Um novo estudo revelou que os poluentes ambientais que contaminam os peixes que consumimos os impedem de nos proteger do diabetes tipo 2.
Por Sarah Moore - 09/02/2020

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suanãcia, publicou um artigo no vera£o passado no Journal of Nutrition que descreve como os poluentes eliminam as propriedades protetoras dos peixes gordurosos que, de outra forma, atuariam como uma prevenção ao desenvolvimento do diabetes tipo 2 .


No artigo, a equipe descreve como eles usaram técnicas inovadoras para chegar a essa conclusão, que provavelmente tera¡ um impacto em futuros estudos em saúde, bem como em prioridades ambientais e padraµes alimentares.

Estudos sobre os benefa­cios de comer peixe gordo produzem resultados conflitantes
Nos últimos anos, foram publicados vários estudos que investigaram o efeito do consumo de peixes gordurosos no risco de desenvolver diabetes tipo 2 . No entanto, tem sido difa­cil concluir esses estudos, pois os resultados são contradita³rios.

Algumas evidaªncias mostraram que a ingestãoregular de peixes gordurosos pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2, outros não relataram nenhum efeito e outros atérelataram o efeito inverso.

Dado que cerca de 10% dos americanos tem diabetes e cerca de 90% a 95% tem diabetes tipo 2, qualquer manãtodo preventivo em potencial deve ser minuciosamente explorado para ajudar a reduzir as taxas da doença que coloca as pessoas em risco aumentado de complicações graves de saúde.

A equipe da Suanãcia procurou resolver o quebra-cabea§a apresentado pelas evidaªncias conflitantes produzidas por pesquisas anteriores.

Usando metabola´mica baseada em espectrometria de massa


Um novo manãtodo foi implementado no estudo para determinar o que os participantes haviam comido, como uma maneira de melhorar a precisão dos questiona¡rios sobre hábitos alimentares que também foram administrados. Uma limitação dos estudos anteriores que analisam a relação entre consumo de peixes gordurosos e diabetes éque eles se basearam apenas em questiona¡rios de auto-relato que são propensos a erros.

Os pesquisadores foram capazes de minimizar esse erro usando a metabola´mica baseada em espectrometria de massa para identificar e medir biomarcadores relacionados ao consumo de peixes nas amostras de sangue dos participantes.

Isso lhes deu uma medida mais objetiva da quantidade de peixe que cada participante estava consumindo.

A nova metodologia foi considerada para fornecer uma medida mais precisa e confia¡vel dos fatores alimentares que foram alvo deste estudo.

Embora estudos anteriores possam ter sido afetados por um erro subjetivo nos autorrelatos, o manãtodo de uso de marcadores metaba³licos éimune a esse erro e, portanto, pode ser confia¡vel para produzir resultados mais confia¡veis.

A ligação entre poluentes e risco de diabetes

Pesquisas anteriores haviam apontado poluentes específicos, como dioxinas, DDT e PCB, como associados a um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2.

Portanto, a equipe da Universidade de Chalmers também mediu os na­veis desses poluentes nas amostras coletadas. Foi levantado a hipa³tese de que os resultados conflitantes oferecidos por estudos anteriores podem ter sido relacionados a na­veis flutuantes desses poluentes.

Sabe-se que os alimentos são a principal fonte de exposição a esses poluentes, que são solaºveis em gordura e mais comumente encontrados em alimentos produzidos a partir de animais gordurosos, como latica­nios, peixes e carne. Estudos mostraram que peixes gordurosos, como arenque e salma£o selvagem, criados em áreas altamente polua­das, contem altos na­veis desses poluentes.

Na Suanãcia, os peixes de áreas como o Mar Ba¡ltico, o Golfo da Ba³snia e os lagos Va¤nern e Va¤ttern são considerados particularmente contaminados.

Regulamentos mais rigorosos para poluentes em peixes?


A equipe analisou seus dados e revelou que o consumo geral de peixe gordo não afetou o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

No entanto, o interessante éque eles foram capazes de filtrar o efeito dos poluentes ambientais presentes nos peixes por meio de uma nova técnica de análise de dados baseada no aprendizado de ma¡quina, e descobriram que, sem poluentes, os peixes forneceriam umnívelsignificativo de proteção contra desenvolvendo a doena§a.

Essas descobertas tem implicações significativas na maneira como o peixe deve ser cultivado, não apenas na Suanãcia, mas em todo o mundo, para garantir que os benefa­cios a  saúde do peixe possam ser protegidos, permitindo que as pessoas acessem uma maneira simples de reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

 

.
.

Leia mais a seguir