Saúde

Risco de derrame e comida - grande estudo europeu diz o que comer e o que evitar
O estudo intitulado
Por Ananya Mandal, - 24/02/2020

Em um dos estudos mais extensos, os pesquisadores descobriram a conexão entre diferentes tipos de alimentos e tipos de risco de derrame. O estudo intitulado "As associações dos principais alimentos e fibras com os riscos de derrame isquaªmico e hemorra¡gico: um estudo prospectivo de 418.329 participantes da coorte EPIC em novepaíses europeus" foi publicado na última edição da revista European Heart Journal hoje.

Crédito de imagem: Lightspring / Shutterstock

Os especialistas explicaram que o derrame isquaªmico éum derrame quando os coa¡gulos sangua­neos obstruem as artanãrias do cérebro, e isso interrompe ou prejudica o suprimento sangua­neo para diferentes partes do cérebro, levando a um derrame. Os derrames hemorra¡gicos ocorrem quando uma ou mais artanãrias do cérebro se rompem, causando sangramento interno no cérebro. Essa coleta de sangue leva a pressão nas regiaµes vitais do cérebro.

De todos os acidentes vasculares cerebrais, 85% são isquaªmicos, enquanto 15% são hemorra¡gicos. A equipe acrescentou que, em 2013, a segunda causa mais comum de morte ocorreu devido a derrames e derrames foram a terceira causa de incapacidade mais prevalente em todo o mundo.

Um estudo que incluiu mais de 418.000 pessoas de novepaíses europeus foi relatado hoje, e os pesquisadores explicaram que o risco de acidente vascular cerebral isquaªmico foi reduzido com uma maior ingestãode frutas e legumes, fibras na dieta e produtos la¡cteos, como leite, queijo e iogurte. Esses alimentos, no entanto, não diminua­ram o risco de sofrer um derrame hemorra¡gico, segundo a equipe. Com o aumento do consumo de ovos, o risco de derrame hemorra¡gico aumentou, mas o risco de derrame isquaªmico permaneceu inalterado.

De acordo com o primeiro autor do estudo, a Dra. Tammy Tong, epidemiologista nutricional do Departamento de Saúde da População de Nuffield, Universidade de Oxford (Reino Unido), “a descoberta mais importante éque o maior consumo de fibras e frutas e vegetais fortemente associado a menores riscos de acidente vascular cerebral isquaªmico, que apa³iam as diretrizes europanãias atuais.

Figura mostrando quais alimentos estãoassociados a baixo ou alto risco de acidente vascular cerebral isquaªmico ou hemorra¡gico.  Crédito de imagem: European Heart Journal
Figura que mostra quais alimentos estãoassociados a um risco baixo ou alto de acidente vascular cerebral isquaªmico ou hemorra¡gico. Crédito de imagem: European Heart Journal
Recomenda-se que o paºblico em geral aumente seu consumo de fibras e frutas e vegetais, se ainda não estiverem cumprindo essas diretrizes. ” Tong acrescentou: “Nosso estudo também destaca a importa¢ncia de examinar os subtipos de acidente vascular cerebral separadamente, pois as associações alimentares diferem para acidente vascular cerebral isquaªmico e hemorra¡gico e éconsistente com outras evidaªncias, que mostram que outros fatores de risco, como na­veis de colesterol ou obesidade, também influenciam os dois subtipos de acidente vascular cerebral de maneira diferente."

Para este estudo, a equipe analisou dados de 418.329 homens e mulheres pertencentes a  Dinamarca, Alemanha, Granãcia, Ita¡lia, Holanda, Noruega, Espanha, Suanãcia e Reino Unido. Esses participantes fizeram parte do estudo European Prospective Investigation on Cancer and Nutrition (EPIC) entre 1992 e 2000.

Todos receberam um questiona¡rio para responder que analisava seu estilo de vida, história de outras doena§as, fatores socioecona´micos, idade, sexo etc., e os indivíduos foram acompanhados por uma média de 12,7 anos. Durante esse período, houve 4281 casos de acidente vascular cerebral isquaªmico e 1430 casos de acidente vascular cerebral hemorra¡gico.

Um registro detalhado dos hábitos alimentares dos indivíduos foi levado em consideração e analisado em relação ao risco de AVC. Alguns dos alimentos considerados incluem carnes (vermelhas e aves, processadas), peixes (peixes gordos e peixes brancos), latica­nios (queijo, iogurte e leite), cereais (cereais e derivados), frutas e legumes, ovos, nozes , sementes e legumes e fibras. A contagem de fibras na dieta incluiu fibras totais, bem como fibras de cereais, frutas e fibras vegetais.

Os resultados mostraram o seguinte;

O consumo de frutas e vegetais reduziu o risco de derrames isquaªmicos (para 200 g / dia, a ingestãomaior reduziu o risco em 13%)

O consumo de fibra na dieta reduziu o risco de derrames isquaªmicos (para uma ingestão10 g / dia maior, o risco foi reduzido em 23%)

O consumo de leite reduziu o risco de acidentes vasculares cerebrais isquaªmicos (para 200 g / dia de maior ingestão)

O consumo de iogurte reduziu o risco de derrames isquaªmicos (para ingestãode 100 g / dia maior)

O consumo de queijo reduziu o risco de derrames isquaªmicos (para uma ingestão30 g / dia maior)

O consumo de carne vermelha aumentou o risco de derrames isquaªmicos (para ingestãode 50 g / dia maior)

O consumo de ovos aumentou o risco de derrames hemorra¡gicos (para uma ingestão20 g / dia maior, o risco foi aumentado em 25%)

A Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) e o Escrita³rio Regional da Organização Mundial da Saúde para a Europa também recomendaram o consumo de pelo menos 400 g de frutas e legumes por dia e 30 a 45 g de fibra por dia. Os especialistas acrescentaram que os efeitos dos alimentos na pressão sanguínea e no colesterol podem ser a razãopor trás do aumento do risco de derrames com esses alimentos. Os autores do estudo conclua­ram: "O risco de derrame isquaªmico foi inversamente associado ao consumo de frutas e vegetais, fibras alimentares e latica­nios, enquanto o risco de derrame hemorra¡gico foi positivamente associado ao consumo de ovos".

 

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