Saúde

Como o desgosto e as dificuldades moldam o envelhecimento
Um novo estudo publicado hoje mostra como uma sanãrie de desigualdades e dificuldades na vida estãoligada a desigualdades na saúde física e mental na vida adulta.
Por University of East Anglia - 10/03/2020

Crédito: CC0 Public Domain

De ser criado por uma ma£e emocionalmente fria a sofrer violência, guerra e luto, eventos difa­ceis da vida tem um efeito profundo em nosso bem-estar fa­sico e mental na vida adulta - de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de East Anglia.

Um novo estudo publicado hoje mostra como uma sanãrie de desigualdades e dificuldades na vida estãoligada a desigualdades na saúde física e mental na vida adulta.

Essas desigualdades estressantes e muitas vezes de partir o coração inclua­am ter pais emocionalmente frios, ma¡s oportunidades educacionais, perda de um filho ainda não nascido , dificuldades financeiras , envolvimento em conflitos, violência e sofrer um desastre natural.

A equipe de pesquisa descobriu que as pessoas que experimentaram os maiores na­veis de dificuldade, estresse e perda pessoal tiveram cinco vezes mais chances de ter uma qualidade de vida mais baixa, com significativamente mais problemas de saúde e fa­sicos mais tarde na vida.

As que foram criadas por uma ma£e emocionalmente fria também tiveram uma probabilidade significativamente menor de experimentar uma boa qualidade de vida e de sofrer problemas mais tarde na vida, como ansiedade, problemas psiquia¡tricos e desapego social.

Os pesquisadores dizem que as políticas destinadas a reduzir as desigualdades na terceira idade devem considerar eventos ao longo da vida.

O Dr. Nick Steel, da Norwich Medical School da UEA, disse: "Todo mundo vive uma vida única, moldada por eventos, experiências e seu ambiente.

"Sabemos que as desigualdades na exposição a diferentes eventos ao longo da vida estãoassociadas a desigualdades nas trajeta³rias de saúde, principalmente quando se trata de eventos na infa¢ncia, como pobreza, luto ou exposição a  violência.

"Embora o impacto de eventos adversos na infa¢ncia seja bem reconhecido para criana§as e jovens, os eventos negativos que moldam todo o nosso ciclo de vida raramente são discutidos para os idosos.

"Quera­amos entender melhor os efeitos dos eventos ao longo da vida - para descobrir como os eventos adversos ao longo da vida de uma pessoa afetam sua saúde física, mental e social na vida adulta. Além de observar eventos aºnicos da vida, também identificamos grupos ou padraµes de eventos ".

A equipe de pesquisa estudou dados retirados do Estudo Longitudinal Inglaªs do Envelhecimento (ELSA) - um estudo longitudinal de adultos acima de 50 anos que moram na Inglaterra.

Os participantes foram convidados a responder a um questiona¡rio de história de vida. A equipe de pesquisa levou em consideração as respostas de 7.555 participantes a perguntas que representavam tópicos amplos da história da vida.

Algumas dessas perguntas estavam relacionadas a  sua educação - como se os pais estavam emocionalmente com frio e o número estimado de livros em sua casa aos 10 anos de idade.

Outras questões se concentraram em eventos na vida adulta - como se eles haviam lutado em uma guerra ou perdido um filho por nascer.

Os pesquisadores analisaram as respostas para identificar padraµes de eventos da vida e também levaram em conta fatores como idade, etnia, sexo e status socioecona´mico.

O pesquisador-chefe Oby Enwo, da Norwich Medical School da UEA, disse: "Examinamos a história de vida de cada participante e a comparamos com sua qualidade de vida e como eles podem realizar atividades como se vestir, tomar banho, preparar refeições quentes, cuidar de jardinagem. e gerenciamento de dinheiro.

"Tambanãm estudamos se os participantes tinham uma doença de longa data ou sofriam de ansiedade ou depressão ou outros problemas psiquia¡tricos como esquizofrenia e psicose.

"Os participantes também foram questionados sobre suas redes sociais, amizades e saúde em geral", acrescentou.

"Comea§amos a ver alguns padraµes e associações realmente fortes emergindo entre a exposição a eventos da vida que afetam o bem-estar fa­sico e mental posteriormente".

Os pesquisadores agruparam os participantes em quatro grupos principais - aqueles que relataram poucos eventos de vida, aqueles com uma ma£e emocionalmente fria, aqueles que sofreram violência em combate e aqueles que sofreram vários eventos de vida difa­ceis.

"Descobrimos que pessoas que sofreram muitos eventos de vida difa­ceis tiveram uma probabilidade significativamente menor de experimentar uma boa qualidade de vida do que aquelas que viveram vidas mais fa¡ceis".

"Eles eram três vezes mais propensos a sofrer problemas psiquia¡tricos, duas vezes mais propensos a se separarem das redes sociais e duas vezes mais propensos a ter doenças de longa data.

"As pessoas criadas por uma ma£e emocionalmente fria também eram significativamente menos propensas a ter uma boa qualidade de vida, e eram mais propensas a relatar problemas psiquia¡tricos e a se desapegar das redes sociais, em comparação com as pessoas que sofreram poucos eventos difa­ceis da vida".

Os pesquisadores agora esperam que os médicos que trabalham com pessoas idosas comecem a considerar o impacto dos eventos do ciclo de vida na saúde e no bem-estar - como parte de uma abordagem centrada no paciente.

Eles dizem que os formuladores de políticas também devem adotar uma perspectiva de longo prazo e direcionar eventos da vida que possam ser alterados - por exemplo, ensinar e melhorar as habilidades dos pais para evitar experiências emocionalmente negativas, e direcionar o crime por armas e facas para limitar a exposição das pessoas a  violência.

 

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