Saúde

Mulheres que sofrem de transtornos psiquia¡tricos pa³s-parto tem menor probabilidade de ter um segundo filho
Publicado em Human Reproduction, que éuma das principais revistas do mundo em medicina reprodutiva, descobriu que 69% das mulheres que sofreram de distúrbios psiquia¡tricos no pa³s-parto nos primeiros seis meses após o parto tiveram mais filhos.
Por Lois Zoppi - 30/03/2020

Transtornos psiquia¡tricos pa³s-parto são comuns em novas ma£es, e um novo estudo dinamarquaªs sugeriu que mulheres que sofrem de distúrbios psiquia¡tricos após o nascimento do primeiro filho tem menos probabilidade de ter mais filhos.

depressão pa³s-partoCréditos da imagem: Tolikoff Photography / Shutterstock.com

O estudo, liderado pelo Dr. Xiaoqin Liu, pesquisador de pa³s-doutorado no Centro Nacional de Pesquisa Baseada em Registros da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, éo primeiro desse tipo a investigar a probabilidade de concepção dentro de cinco anos após a ma£e ter um psiquia¡trico pa³s-parto. transtorno.

Publicado em Human Reproduction, que éuma das principais revistas do mundo em medicina reprodutiva, descobriu que 69% das mulheres que sofreram de distúrbios psiquia¡tricos no pa³s-parto nos primeiros seis meses após o parto tiveram mais filhos. Isso contrasta com os 82% de mulheres que não tiveram nenhum distaºrbio psiquia¡trico no pa³s-parto.

O Dr. Liu estava interessado em expressar que os distúrbios psiquia¡tricos após o nascimento de uma criana§a podem ser evitados, dizendo:

“Uma mensagem importante para as mulheres que tem hista³rico de graves distúrbios psiquia¡tricos no pa³s-parto éque épossí­vel evitar recaa­das. Recomendamos que eles procurem ajuda de seus médicos de familia ou psiquiatras, se quiserem ter outro filho, para que planos de tratamento específicos para as necessidades individuais possam ser feitos para reduzir o risco de recaa­da e para que sua saúde e bem-estar e os sintomas podem ser monitorados e tratados de perto. "

Os distúrbios psiquia¡tricos comuns no pa³s-parto incluem depressão e ansiedade, mas mais raramente as mulheres também podem sofrer psicose pa³s-parto, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de estresse pa³s-trauma¡tico (TEPT) e distúrbios alimentares.

Um artigo publicado na Nature Reviews Disease Primers, discutindo a variedade de distúrbios vivenciados por novas ma£es e a importa¢ncia de um tratamento global eficaz, descreveu as causas dos transtornos psiquia¡tricos pa³s-parto como uma “interação complexa de fatores psicola³gicos, sociais e biola³gicos, além de fatores genanãticos. e fatores ambientais. ”

Pesquisas anteriores sobre as taxas de transtornos psiquia¡tricos pa³s-parto descobriram que aproximadamente três por cento das mulheres experimentam um transtorno psiquia¡trico nos primeiros três meses após o parto, mas atéagora, não havia investigações sobre se esses distúrbios desencorajavam as mulheres a engravidar novamente.

Falando sobre a motivação por trás do estudo, o Dr. Liu disse: “Quera­amos explorar se as mulheres com transtornos psiquia¡tricos pa³s-parto tinham uma possibilidade reduzida de ter um segundo filho. Além disso, consideramos se uma redução na taxa de nascidos vivos era devido a escolhas pessoais ou diminuição da fertilidade, pois essas são questões importantes a serem consideradas.”

Para conduzir o estudo, Liu e seus colegas analisaram dados de registros dinamarqueses de 414, 571 mulheres que tiveram seu primeiro filho entre 1997 e 2015 na Dinamarca. Eles seguiram as mulheres por até19,5 anos, atéo nascimento de outra criana§a, a ma£e emigrou, faleceu, completou 45 anos ou atéjunho de 2016, encerrando o estudo no momento em que algum desses eventos ocorreu primeiro.

Para identificar quais mulheres haviam experimentado um transtorno psiquia¡trico pa³s-parto, verificaram se haviam recebido medicação psicotra³pica ou estavam envolvidas em apoio hospitalar a transtornos psiquia¡tricos nos primeiros seis meses após o nascimento do filho.

No total, 4.327 (1%) das mulheres tiveram um distaºrbio psiquia¡trico após o primeiro nascimento. Essas mulheres eram um tera§o menos propensas a ter um segundo filho em comparação com as mulheres que não desenvolveram um distaºrbio psiquia¡trico após o parto. Se a ma£e foi hospitalizada por causa de seu distaºrbio psiquia¡trico, a probabilidade de ela engravidar novamente quase caiu pela metade, independentemente de ter um filho vivo ou morto.

Algumas limitações do estudo incluem o fato de os pesquisadores não terem dados precisos sobre abortos e natimortos, e apenas nascidos vivos foram inclua­dos no estudo, e nem todas as mulheres que sofreram de um distaºrbio psiquia¡trico após o parto receberam medicação ou procuraram tratamento no hospital. Portanto, pode não ser possí­vel aplicar as descobertas deste estudo em particular a outras populações ao redor do mundo.

"Embora menos mulheres com transtornos psiquia¡tricos pa³s-parto tenham filhos subsequentes, édigno de nota que cerca de 69% dessas mulheres ainda optaram por ter um segundo filho", disse Liu. “Para os 31% restantes de mulheres, precisamos diferenciar os motivos pelos quais eles não tiveram outro filho. Se eles evitaram outra gravidez devido ao medo de recidiva, uma mensagem cla­nica importante para eles éque a prevenção da recidiva épossí­vel.

Liu continuou:

“As mulheres cujo primeiro filho morreu tiveram quase quatro vezes mais chances de ter um nascimento vivo subsequente do que as mulheres cujo primeiro filho sobreviveu. Essas descobertas sugerem que a taxa geral reduzida de nascidos vivos subseqa¼entes entre mulheres que sofreram distúrbios psiquia¡tricos após o nascimento do primeiro filho anã, pelo menos em parte, volunta¡ria. ”

Os pesquisadores ofereceram uma possí­vel explicação para as menores taxas de natalidade após episãodios de distúrbios psiquia¡tricos no pa³s-parto, mas acreditam que mais trabalho precisa ser feito nessa área. Os motivos inclua­am dificuldades em conceber depois de experimentar um distaºrbio e problemas no relacionamento com seus parceiros.

"A razãopela qual as mulheres com transtornos psiquia¡tricos pa³s-parto optam por ter menos filhos precisa ser mais explorada", disse Liu.

"A Dinamarca oferece assistaªncia médica gratuita e facilmente dispona­vel a todos os indiva­duos, por isso acreditamos que nossos resultados podem informar outras populações semelhantes, embora não possamos descartar diferenças locais".

 

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