Saúde

Ca¢ncer pancrea¡tico faminto de cistea­na pode matar células tumorais
O composto mata os tumores de um aminoa¡cido, cistea­na, que foi considerado crítico para a sobrevivaªncia das células cancera­genas pancrea¡ticas.
Por Universidade de Columbia - 02/04/2020


Micrografia eletra´nica de varredura de um linfa³cito T humano (também chamado
de canãlula T) do sistema imunológico de um doador sauda¡vel. Crédito: NIAID

Um novo estudo do Centro Manãdico Irving da Universidade da Columbia e do Centro Compreensivo de Ca¢ncer Herbert Irving sugere que um composto em desenvolvimento para uma doença rara da pedra nos rins possa ter potencial contra o câncer de pa¢ncreas. O composto mata os tumores de um aminoa¡cido, cistea­na, que foi considerado crítico para a sobrevivaªncia das células cancera­genas pancrea¡ticas.

O estudo, realizado em camundongos com câncer de pa¢ncreas , foi publicado hoje na revista Science .

"Estamos muito animados com esses resultados", diz Kenneth P. Olive, Ph.D., professor associado de medicina na Faculdade de Medicina e Cirurgia£o Vagelos da Universidade Columbia, membro do HICCC e autor saªnior do estudo. "O câncer de pa¢ncreas éuma doença exclusivamente letal, com uma taxa de sobrevida média de apenas seis meses após o diagnóstico. Precisamos desesperadamente de novos tratamentos".

A maioria dos tumores pancrea¡ticos aumenta a produção de oxidantes que podem matar muitas células normais . No entanto, os tumores pancrea¡ticos prosperam sob essas condições ta³xicas importando grandes quantidades de cistea­na em suas células. Todas as células, incluindo células tumorais pancrea¡ticas, usam cistea­na para fabricar moléculas que desintoxicam oxidantes.

"Como os tumores pancrea¡ticos parecem depender da importação de cistea­na para sua sobrevivaªncia, noslevantamos a hipa³tese de que seria possí­vel retardar o crescimento do tumor visando seletivamente esse aminoa¡cido", disse Olive.

Essa estratanãgia de matar de fome as células cancera­genas pancrea¡ticas da cistea­na funcionou. Quando o gene que controla a importação de cistea­na foi eliminado em camundongos com câncer de pa¢ncreas que se assemelhavam a tumores humanos, cortando o suprimento de cistea­na do ca¢ncer, os tumores pararam de crescer e o tempo manãdio de sobrevivaªncia dobrou.

Os pesquisadores alcana§aram resultados semelhantes quando os ratos foram tratados com cistea­na - um medicamento experimental que decompaµe a cistea­na no sangue. (Atualmente, a cistea­na estãosendo desenvolvida por pesquisadores do Centro Manãdico Sudoeste da Universidade do Texas para o tratamento da cistinaºria, um distaºrbio genanãtico raro no qual altos na­veis de cistea­na se concentram na urina, causando ca¡lculos renais e do trato urina¡rio.

As células cancera­genas do pa¢ncreas humano também parecem ser dependentes da cistea­na, descobriram os pesquisadores. Quando a cistea­na foi adicionada a s células cancera­genas do pa¢ncreas humano na cultura de tecidos, as células cancera­genas morreram.

Papel da ferroptose no câncer de pa¢ncreas

Quando famintos de cistea­na, as células do câncer de pa¢ncreas são mortas por um processo chamado ferroptose, também descobriram os pesquisadores. A ferroptose éuma forma de morte celular programada que resulta de danos por oxidação nas membranas celulares. Recentemente descoberto pelo pesquisador da Universidade Columbia Brent Stockwell, professor de ciências biológicas, co-autor do novo artigo, a ferroptose também pode ser aproveitada contra outros tipos de ca¢ncer.

A equipe de Olive também trabalhou com um grupo da Universidade de Michigan, liderado pelo Dr. Costas Lyssiotis, e um grupo do Instituto Salk, liderado pelo Dr. Geoffrey Wahl, para explorar os mecanismos celulares e moleculares detalhados da ferroptose no câncer de pa¢ncreas, em espero que esse entendimento possa levar a abordagens terapaªuticas adicionais.

A equipe de Olive agora estãoplanejando testar se o efeito da cistea­na pode ser aumentado combinando-o com outros tratamentos, incluindo imunoterapia.

"Embora ainda não se saiba se o câncer de pa¢ncreas em pacientes também ésusceta­vel a  ferroptose devido a  depleção de cistea­na", diz Olive, "o desenvolvimento cla­nico da cisteinase para o tratamento do distaºrbio metaba³lico pela cistinaºria pode nos permitir testar a idanãia em breve".

Um dos aspectos mais empolgantes do novo estudo éque a depleção de cistea­na não parece prejudicar células sauda¡veis ​​e normais. "Vocaª pode imaginar que todas as células do seu corpo precisam de todos os aminoa¡cidos igualmente, mas saba­amos de estudos anteriores que a maioria das células normais precisa apenas de na­veis muito baixos de cistea­na", diz Olive. "Nosso objetivo principal ao atingir essa diferença entre células normais e células cancera­genas édesenvolver um tratamento ta³xico para o câncer e suave para o resto do corpo".

O estudo éintitulado "A depleção de cistea­na induz ferroptose do tumor pancrea¡tico em camundongos".

 

.
.

Leia mais a seguir