Estudo encontra alterações no sistema imunológico no desenvolvimento de mieloma maºltiplo
Os tratamentos futuros podem ser voltados para o microambiente imune da doença de cada paciente - a constelaa§a£o especafica de células imunes dentro e ao redor do tecido do mieloma - dizem os autores do estudo.
Foto do arquivo Kris Snibbe / Harvard
Muito antes de o mieloma maºltiplo se tornar uma doença maligna, a coleção de células do sistema imunológico e portadores de sinais em meio a s células tumorais passa pormudanças drama¡ticas, com alterações no número e no tipo de células imunes, pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute, o Broad Institute of MIT e Harvard, e Massachusetts General Hospital (MGH) relatam em um novo estudo.
As descobertas, publicadas hoje pela revista Nature Cancer, são um passo em direção a um tratamento mais personalizado do mieloma maºltiplo. Os tratamentos futuros podem ser voltados para o microambiente imune da doença de cada paciente - a constelação especafica de células imunes dentro e ao redor do tecido do mieloma - dizem os autores do estudo.
"Nossos resultados fornecem um mapa abrangente das alterações imunola³gicas que ocorrem no mieloma pré-maligno", disse Irene Ghobria, co-autora saªnior do estudo com Gad Getz, do Broad Institute e MGH. "A descoberta de que o microambiente imune éanormal, mesmo em esta¡gios muito iniciais da doena§a, pode sugerir estratanãgias para atingir o mieloma antes que ele se torne maligno".
O mieloma maºltiplo éum câncer de gla³bulos brancos conhecido como células plasma¡ticas na medula a³ssea. a‰ precedido por condições precursoras conhecidas como gamopatia monoclonal de significado desconhecido (MGUS) e mieloma maºltiplo latente (SMM), nas quais as pessoas tem células plasma¡ticas anormais na medula a³ssea, mas sem sintomas fasicos ou problemas de órgãos. Como nem todos com MGUS ou SMM desenvolvem mieloma definitivo, o tratamento não comea§a atéque os sintomas do mieloma - como dor nos ossos, baixa contagem sanguínea, problemas nos rins e danos nos nervos - aparea§am. Os pesquisadores estãotrabalhando em maneiras de interceder no processo da doença desde o inicio para identificar indivíduos em risco e impedir o desenvolvimento de mieloma total.
O novo estudo representa a primeira vez que o seqa¼enciamento de RNA unicelular - no qual os cientistas extraem células individuais dos tecidos e escaneiam seu RNA para determinar quais genes estãoativos - foi usado para identificar caracteristicas do microambiente imune em condições precursoras de mieloma.
"Queraamos entender asmudanças que ocorrem no microambiente a medida que a doença progride de MGUS para SMM para mieloma manifesto, em comparação com a medula a³ssea de doadores de tecidos sauda¡veis", disse o co-primeiro autor Oksana Zavidij, da Dana-Farber e o Broad. Instituto. "A abordagem poderia finalmente esclarecer por que alguns pacientes progridem para mieloma, enquanto outros não e nos ajudam a direcionar melhor os tratamentos para pacientes individuais".
A análise revelou grandes alterações imunes no inicio do desenvolvimento do mieloma:
Um aumento no número de células natural killer (NK) - gla³bulos brancos que brotam para atacar invasores estrangeiros e células doentes - durante o MGUS. Em pacientes com o maior volume de células NK, as células tendem a ser do tipo que éatraado para a medula a³ssea em resposta a moléculas de sinalização.
A perda, no SMM, de células T de memória - gla³bulos brancos que respondem a bactanãrias, varus e células anormais encontradas anteriormente. (A descoberta sugere que tratamentos que reabastecem ou ativam essas células podem ser eficazes em alguns pacientes.)
Uma desregulação de certos mona³citos - grandes gla³bulos brancos que atacam invasores. Esses mona³citos normalmente exibem proteanas estranhas ou tumorais para células T, que usam essas informações para atacar células infectadas ou canceragenas. Nas condições precursoras do mieloma, no entanto, as células do mieloma impedem a apresentação dessas proteanas, resultando em um ataque imunológico contra o ca¢ncer.
"Essasmudanças não correspondiam a nenhuma condição precursora especafica", disse o co-primeiro autor Nicholas Haradhvala, do Broad Institute, MGH, e do Harvard Graduate Program in Biophysics. "Eles foram encontrados em diferentes combinações em pacientes com MGUS e SMM, sugerindo um eixo sobre o qual os pacientes poderiam ser estratificados para avaliação do risco individual de progressão e potencial de intervenção precoce".
"Nossas descobertas descreveram o cena¡rio do sistema imunológico desregulado que pode ser usado para acompanhar estudos muito maiores e criar associações robustas com o risco e a progressão do paciente", acrescentou Getz.