Saúde

Vacinas podem proteger contra COVID-19 em primatas não humanos, diz estudo
Segundo estudo sugere que a infeca§a£o inicial por SARS-CoV-2 protege contra a reinfeca§a£o após exposia§a£o repetida ao va­rus
Por Jacqueline Mitchell - 21/05/2020

Crédito: NIAID
Micrografia eletra´nica de varredura colorida de uma canãlula apopta³tica
(verde) fortemente infectada compartículas do
va­rus SARS-CoV-2 (amarelo).

Com quase 5 milhões de casos confirmados em todo o mundo e mais de 300.000 mortes por COVID-19, muito permanece desconhecido sobre o SARS-CoV-2, o va­rus que causa a doena§a. Duas questões cra­ticas são se as vacinas impedira£o a infecção pelo COVID-19 e se os indivíduos que se recuperaram do COVID-19 estãoprotegidos contra a reexposição ao va­rus.

Agora, um par de novos estudos liderados por pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC), afiliado a Harvard, sugere que a resposta para essas perguntas ésim, pelo menos em modelos animais. Os resultados desses estudos foram publicados hoje na revista Science.

"A pandemia global de COVID-19 tornou o desenvolvimento de uma vacina uma prioridade biomédica, mas muito pouco se sabe atualmente sobre imunidade protetora ao va­rus SARS-CoV-2", disse o autor saªnior Dan H. Barouch, diretor do Centro. para Pesquisa em Virologia e Vacinas no BIDMC. "Nestes dois estudos, demonstramos em macacos rhesus que prota³tipo de vacinas protegidas contra a infecção por SARS-CoV-2 e que a infecção por SARS-CoV-2 protegida contra reexposição".

No primeiro estudo, a equipe descobriu que seis vacinas candidatas a DNA - cada formulação usando uma variante diferente da principal protea­na viral - induziram respostas de anticorpos neutralizantes e protegidas contra SARS-CoV-2 em macacos rhesus.

Barouch e colegas, que começam a trabalhar em direção a uma vacina COVID-19 em meados de janeiro, quando cientistas chineses lançaram o genoma do SARS-CoV-2, desenvolveram uma sanãrie de vacinas candidatas a DNA que expressavam variantes da protea­na spike, a parte usada pelo va­rus para invadir células humanas e um alvo-chave para anticorpos protetores. As vacinas são projetadas para treinar o sistema imunológico do corpo a reconhecer o va­rus rapidamente após a exposição e responder rapidamente para desativa¡-lo.

Para avaliar a eficácia das vacinas, os pesquisadores imunizaram 25 macacos rhesus adultos com as vacinas em investigação. Dez animais receberam uma versão simulada como grupo controle. Os animais vacinados desenvolveram anticorpos neutralizantes contra o va­rus. Traªs semanas após a vacinação de reforço, todos os 35 animais foram expostos ao va­rus. Os testes de acompanhamento revelaram cargas virais dramaticamente mais baixas em animais vacinados, em comparação com o grupo controle. Oito dos 25 animais vacinados não demonstraram va­rus detecta¡veis ​​em nenhum momento após a exposição ao va­rus, enquanto os outros animais apresentaram baixos na­veis de va­rus. Além disso, os animais que tinham na­veis mais altos de anticorpos tinham na­veis mais baixos do va­rus,

As vacinas são projetadas para treinar o sistema imunológico do corpo a reconhecer o va­rus rapidamente após a exposição e responder rapidamente para desativa¡-lo.


No segundo estudo, a equipe demonstrou que os macacos que se recuperaram do COVID-19 desenvolveram imunidade protetora natural contra a reinfecção pelo va­rus. Os resultados lana§am a luz necessa¡ria sobre a questãocra­tica de quanto, se houver alguma imunidade, a infecção pelo SARS-CoV-2 fornece contra encontros subsequentes com o va­rus.

"Os indivíduos que se recuperam de muitas infecções virais geralmente desenvolvem anticorpos que fornecem proteção contra a reexposição, mas nem todos os va­rus geram essa imunidade protetora natural", disse Barouch, que também éprofessor de medicina na Harvard Medical School, co-lider do grupo de desenvolvimento de vacinas do Massachusetts Consortium on Pathogen Readiness   e membro do Instituto Ragon de MGH, MIT e Harvard.

Depois de expor nove macacos adultos ao va­rus SARS-CoV-2, os pesquisadores monitoraram os na­veis virais a  medida que os animais se recuperavam. Todos os nove animais recuperaram e desenvolveram anticorpos contra o va­rus. Mais de um maªs após a infecção inicial, a equipe voltou a expor os macacos rhesus ao va­rus. Apa³s a segunda exposição, os animais demonstraram proteção quase completa contra o va­rus. Esses dados sugerem que os animais desenvolvem imunidade protetora natural contra o va­rus e a doença que ele causa.

"Nossas descobertas aumentam o otimismo de que o desenvolvimento das vacinas COVID-19 serápossí­vel", disse Barouch. "Mais pesquisas sera£o necessa¡rias para abordar questões importantes sobre a duração da proteção, bem como as plataformas de vacinas ideais para as vacinas SARS-CoV-2 para humanos".

Estudos futurostestarão as vacinas baseadas em Ad26 que a Barouch estãodesenvolvendo em parceria com a Johnson & Johnson.

Os co-autores de Barouch inclua­ram Jingyou Yu, Lisa H.Tostanosi, Lauren Peter, Noe B. Mercado, Katherine McMahan, Shant H. Mahrokhian, Joseph P. Nkolola, Jinyan Liu, Zhenfeng Li, Abishek Chandrashekar, Esther A. Bondzie, Gabriel Dagotto O objetivo deste trabalho éanalisar a relação entre o consumo de a¡lcool e o consumo de bebidas alcoa³licas e o consumo de bebidas alcoa³licas em estabelecimentos comerciais. Michelle A. Lifton e Huahua Wan, do BIDMC; David R. Martinez e Ralph S. Baric, da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill; Carolin Loos, Caroline Atyeo, Stephanie Fischinger, John S. Burke, Aaron G. Schmidt, Galit Alter e Matthew D. Slein, do Instituto Ragon do MGH, MIT e Harvard; Yuezhou Chen, Adam Zuiani, Felipe JN Lelis, Meghan Travers, Duane R. Wesemann e Shaghayegh Habibi, do Brigham and Women's Hospital; Laurent Pessaint, Alex Van Ry, Jack Greenhouse, Tammy Taylor, Kelvin Blade, Renita Brown, Anthony Cook, Brad Finneyfrock, Alan Dodson, Elyse Teow, Hanne Anderson, Mark G. Lewis e Jason Velasco da Bioqual; Roland Zahn e Frank Wegmann, da Janssen Vaccines and Prevention BV; Yongfei Cai e Bing Chen, do Hospital Infantil de Boston; Zoltan Maliga e Peter K. Sorger, da Harvard Medical School; Michael Nekorchuk, Kathleen Busman-Sahay, Margaret Terry e Jacob D. Estes, da Oregon Health & Science University; LindaM. Wrijil e Sarah Ducat, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade Tufts Cummings; e Andrew D. Miller, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade de Cornell. Brad Finneyfrock, Alan Dodson, Elyse Teow, Hanne Anderson, Mark G. Lewis e Jason Velasco da Bioqual; Roland Zahn e Frank Wegmann, da Janssen Vaccines and Prevention BV; Yongfei Cai e Bing Chen, do Hospital Infantil de Boston; Zoltan Maliga e Peter K. Sorger, da Harvard Medical School; Michael Nekorchuk, Kathleen Busman-Sahay, Margaret Terry e Jacob D. Estes, da Oregon Health & Science University; LindaM. Wrijil e Sarah Ducat, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade Tufts Cummings; e Andrew D. Miller, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade de Cornell. Brad Finneyfrock, Alan Dodson, Elyse Teow, Hanne Anderson, Mark G. Lewis e Jason Velasco da Bioqual; Roland Zahn e Frank Wegmann, da Janssen Vaccines and Prevention BV; Yongfei Cai e Bing Chen, do Hospital Infantil de Boston; Zoltan Maliga e Peter K. Sorger, da Harvard Medical School; Michael Nekorchuk, Kathleen Busman-Sahay, Margaret Terry e Jacob D. Estes, da Oregon Health & Science University; LindaM. Wrijil e Sarah Ducat, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade Tufts Cummings; e Andrew D. Miller, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade de Cornell. Sorger da Harvard Medical School; Michael Nekorchuk, Kathleen Busman-Sahay, Margaret Terry e Jacob D. Estes, da Oregon Health & Science University; LindaM. Wrijil e Sarah Ducat, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade Tufts Cummings; e Andrew D. Miller, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade de Cornell. Sorger da Harvard Medical School; Michael Nekorchuk, Kathleen Busman-Sahay, Margaret Terry e Jacob D. Estes, da Oregon Health & Science University; LindaM. Wrijil e Sarah Ducat, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade Tufts Cummings; e Andrew D. Miller, da Faculdade de Medicina Veterina¡ria da Universidade de Cornell.

Os autores declaram não haver interesses financeiros concorrentes.

Esses estudos foram apoiados pelo Instituto Ragon do MGH, MIT e Harvard; Fundação Mark e Lisa Schwartz; Centro Manãdico Beth Israel Deaconess; Consãorcio de Massachusetts sobre prontida£o para patógenos; Fundação Bill e Melinda Gates; Janssen Vaccines & Prevention BV; os Institutos Nacionais de Saúde (doações OD024917, AI129797, AI124377, AI128751, AI126603 para DHB; AI135098 para AJM; AI007387 para LHT; AI007151 para DRM; AI146779 para AGS; 272201700036I-0- 7593010700131, AI , AI108197 a RSB; CA225088 a PKS; OD011092, OD025002 a JDE; e AI121394, AI139538 a DRW; Praªmio Burroughs Wellcome Fund de Pa³s-Doutorado em Enriquecimento Pa³s-Doutorado; Fast Grant, Emergent Ventures, Mercatus Center na George Mason University.

 

.
.

Leia mais a seguir