Saúde

Brincar com o pais pode melhorar o autocontrole das criana§as
As criana§as cujos pais arranjam tempo para brincar com elas desde muito jovens podem achar mais fa¡cil controlar seu comportamento e emoçoes a  medida que crescem, sugerem pesquisas.
Por Cambridge - 30/06/2020


Retrato de menina brincalhona, cobrindo os olhos do pai no parque

O estudo , realizado por acadaªmicos da Faculdade de Educação da Universidade de Cambridge e da Fundação LEGO, reuniu evidaªncias fragmenta¡rias dos últimos 40 anos para entender mais sobre como os pais brincam com seus filhos quando eles são muito jovens (de 0 a 3 anos). Os pesquisadores queriam descobrir se a brincadeira pai-filho difere da maneira como as criana§as brincam com suas ma£es e seu impacto no desenvolvimento infantil.

Embora existam muitas semelhanças entre pais e ma£es em geral, os resultados sugerem que os pais se envolvem em brincadeiras mais físicas, mesmo com os filhos mais novos, optando por atividades como fazer ca³cegas, perseguir e cavalgar.

"O jogo fa­sico cria situações divertidas e emocionantes nas quais as criana§as precisam aplicar a auto-regulação"

Paul Ramchandani

Isso parece ajudar as criana§as a aprender a controlar seus sentimentos. Isso também pode torna¡-los melhores na regulação de seu pra³prio comportamento mais tarde, a  medida que entram em locais onde essas habilidades são importantes - especialmente na escola.

Paul Ramchandani, professor de Educação Infantil, Desenvolvimento e Aprendizagem da Faculdade de Educação da Universidade de Cambridge, disse: “a‰ importante não exagerar o impacto da brincadeira pai-filho, pois hálimites para o que a pesquisa pode nos dizer, mas parece que as criana§as que tem um tempo razoa¡vel de brincadeira com o pai se beneficiam como um grupo. ”

“Nonívelpola­tico, isso sugere que precisamos de estruturas que daªem aos pais, assim como a s ma£es, tempo e espaço para brincar com seus filhos durante os primeiros anos cra­ticos. Ainda hoje, não éincomum os pais que levam seus filhos a um grupo de pais e filhos, por exemplo, descobrirem que eles são o aºnico pai la¡. Uma mudança de cultura estãocomea§ando a acontecer, mas precisa acontecer mais. ”

Sabe-se que a brincadeira de pai e filho nos primeiros anos de vida suporta habilidades sociais, cognitivas e de comunicação essenciais, mas a maioria das pesquisas se concentra em ma£es e bebaªs. Os estudos que investigam a brincadeira de pai e filho costumam ser pequenos, ou o fazem incidentalmente. "Nossa pesquisa reuniu tudo o que pudemos encontrar sobre o assunto, para ver se podera­amos tirar alguma lição", disse Ramchandani.

A revisão de Cambridge usou dados de 78 estudos, realizados entre 1977 e 2017 - a maioria deles na Europa ou na Amanãrica do Norte. Os pesquisadores analisaram as informações combinadas em busca de padraµes sobre a frequência com que pais e filhos brincam juntos, a natureza dessa brincadeira e quaisquer possa­veis va­nculos com o desenvolvimento infantil.

Em média, eles descobriram que a maioria dos pais brinca com seus filhos todos os dias. Mesmo com os filhos menores, no entanto, a brincadeira pai-filho tende a ser mais física. Nos bebaªs, isso pode significar simplesmente busca¡-los ou ajuda¡-los a levantar gentilmente seus membros e exercer sua força; com criana§as pequenas, os pais geralmente optam por brincadeiras barulhentas e brutais, como jogos de perseguição.

Em quase todos os estudos pesquisados, houve uma correlação consistente entre a brincadeira pai-filho e a capacidade subsequente das criana§as de controlar seus sentimentos. As criana§as que desfrutavam de brincadeiras de alta qualidade com os pais tinham menos probabilidade de exibir hiperatividade ou problemas emocionais e comportamentais. Eles também pareciam ser melhores no controle de suas agressões e menos propensos a atacar outras criana§as durante desentendimentos na escola.

A razãopara isso pode ser que os pais de brincadeiras físicas preferem ser particularmente adequados para o desenvolvimento dessas habilidades.

"O jogo fa­sico cria situações divertidas e emocionantes nas quais as criana§as precisam aplicar a auto-regulação", disse Ramchandani. "Vocaª pode ter que controlar sua força, aprender quando as coisas foram longe demais - ou talvez seu pai pise no seu pépor acidente e vocêse sinta zangado!"

“a‰ um ambiente seguro no qual as criana§as podem praticar como responder. Se eles reagirem da maneira errada, podem ser repreendidos, mas não éo fim do mundo - e da próxima vez eles se lembrara£o de se comportar de maneira diferente. ”

O estudo também encontrou algumas evidaªncias de que a brincadeira pai-filho aumenta gradualmente durante a primeira infa¢ncia e depois diminui durante a "infa¢ncia intermedia¡ria" (de 6 a 12 anos). Isso também pode ser porque o jogo fa­sico éparticularmente importante para ajudar as criana§as a negociar os desafios que enfrentam quando comea§am a explorar o mundo além de sua própria casa, principalmente na escola.

Apesar dos benefa­cios da brincadeira pai-filho, os autores enfatizam que as criana§as que vivem apenas com a ma£e não precisam estar em desvantagem.

"Uma das coisas que nossa pesquisa aponta repetidamente éa necessidade de variar os tipos de brincadeiras a s quais as criana§as tem acesso, e as ma£es podem, éclaro, apoiar o brincar fa­sico com as criana§as pequenas", acrescentou Ramchandani. “Pais diferentes podem ter inclinações ligeiramente diferentes quando se trata de brincar com criana§as, mas parte de ser ma£e ésair da sua zona de conforto. a‰ prova¡vel que as criana§as se beneficiem mais se receberem maneiras diferentes de brincar e interagir. ”

 

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