Saúde

Mulheres que sofrem de pressão alta durante a gravidez são mais propensas a desenvolver doenças carda­acas
Mulheres que sofrem de pressão alta durante a gravidez tem maior probabilidade de desenvolver doenças carda­acas e insuficiência carda­aca mais tarde na vida, de acordo com uma equipe internacional de pesquisadores.
Por Craig Brierley - 01/07/2020


Mulher gra¡vida - Crédito: Free-Photos

Entre 1-6% de todas as gestações nospaíses ocidentais são afetados pela pressão alta, que geralmente volta ao normal após o parto. Essa condição éconhecida como hipertensão gestacional ou hipertensão induzida pela gravidez. Difere da pré-ecla¢mpsia, pois não são encontrados vesta­gios de protea­na na urina. Os médicos reconhecem cada vez mais que as mulheres que tiveram hipertensão gestacional tem maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares mais tarde na vida.

"Quando analisamos toda a pesquisa dispona­vel, a resposta foi clara: mulheres que desenvolvem pressão alta durante a gravidez - mesmo quando ela não evolui para pré-ecla¢mpsia - tem maior probabilidade de desenvolver vários tipos diferentes de doenças cardiovasculares"

Clare Oliver-Williams

No entanto, estudos de diferentes tipos de doenças cardiovasculares, como doenças carda­acas e insuficiência carda­aca, encontraram resultados variados. Para examinar esses links ainda mais, uma equipe internacional de pesquisadores conduziu uma revisão sistema¡tica e uma meta-análise de 21 estudos envolvendo um total de 3,6 milhões de mulheres, 128.000 das quais anteriormente tinham hipertensão gestacional. Esse tipo de estudo éuma maneira de combinar dados de todos os estudos relevantes existentes, permitindo que os pesquisadores comparem e consolidem resultados de estudos muitas vezes contradita³rios para chegar a conclusaµes mais robustas.

Os resultados fr são publicados no Journal of the American Heart Association .

Os pesquisadores descobriram que as mulheres que experimentaram pressão alta durante a primeira gravidez tiveram um risco 45% maior de doença cardiovascular geral e 46% maior de risco de doença carda­aca coronariana em comparação com as mulheres que não tiveram pressão alta na gravidez. Mulheres com uma ou mais gestações afetadas por pressão alta apresentaram risco 81% maior de doença cardiovascular, 83% maior risco de doença carda­aca corona¡ria e 77% maior risco de insuficiência carda­aca.

"Quando analisamos todas as pesquisas dispona­veis, a resposta foi clara: as mulheres que desenvolvem pressão alta durante a gravidez - mesmo quando ela não evolui para pré-ecla¢mpsia - tem maior probabilidade de desenvolver vários tipos diferentes de doenças cardiovasculares", disse autora saªnior Dra. Clare Oliver-Williams, da Unidade de Epidemiologia Cardiovascular, Departamento de Saúde Paºblica e Atenção Ba¡sica da Universidade de Cambridge.

O estudo aumenta as evidaªncias crescentes da relação entre gravidez e risco subsequente de eventos cardiovasculares. Abortos recorrentes, parto prematuro, restrição do crescimento fetal e pré-ecla¢mpsia foram todos anteriormente associados a um maior risco de doença carda­aca.

Os pesquisadores dizem que não estãototalmente claro por que a hipertensão gestacional estãoassociada a doenças carda­acas mais tarde na vida. No entanto, eles sugerem que a pressão alta na gravidez causa danos duradouros que contribuem para doenças cardiovasculares. Alternativamente, as mulheres que desenvolvem hipertensão gestacional podem ter uma suscetibilidade preexistente a doenças cardiovasculares, revelada devido a s grandes demandas que a gravidez impaµe aos corpos das mulheres.

O Dr. Oliver-Williams acrescentou: “a‰ importante que as mulheres saibam que não éculpa delas desenvolverem pressão alta na gravidez e desenvolver doenças carda­acas não éuma conclusão precipitada. As mulheres que experimentaram hipertensão gestacional podem ter recebido uma ma£o difa­cil, mas écomo elas jogam essas cartas que mais importam. Pequenasmudanças positivas podem realmente ajudar. Eles podem ser tão simples quanto comer mais frutas e vegetais, pequenos exerca­cios regulares e encontrar tempo para relaxar, se isso for possí­vel com as criana§as por perto. ”

O Dr. Oliver-Williams épesquisador jaºnior da Homerton College, Universidade de Cambridge. A Unidade de Epidemiologia Cardiovascular éapoiada pela British Heart Foundation e pelo Medical Research Council.

 

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