Saúde

UFMG testara¡ vacina chinesa contra a covid-19
Trabalhos em Minas Gerais sera£o conduzidos pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fa¡rmacos do ICB, que firmou parceria com o Instituto Butantan, de Sa£o Paulo
Por Marcus Vinícius dos Santos - 02/07/2020


Instalação do Instituto Butantan, em Sa£o Paulo, que produzira¡ a vacina em larga escala caso seja aprovada nos testes de segurança e eficácia - Governo de Sa£o Paulo / Fotos Paºblicas / CC BY-NC 2.0

A UFMG éum dos 12 centros brasileiros que conduzira£o testes da fase 3, em humanos, da CoronaVac, vacina contra o novo coronava­rus desenvolvida pela biofarmacaªutica chinesa Sinovac Biotech. O fa¡rmaco éconsiderado um dos mais promissores em todo o mundo.

A empresa sediada em Pequim fornecera¡ as doses necessa¡rias para a realização dos testes clínicos, que sera£o coordenados nacionalmente pelo Instituto Butantan, de Sa£o Paulo. O objetivo dos ensaios, que devera£o comea§ar ainda neste maªs, éavaliar a eficácia e a segurança da vacina. Nove mil voluntários brasileiros devera£o participar dos testes em seis estados: Sa£o Paulo, Brasa­lia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Parana¡. Para iniciar os testes da CoronaVac, o Instituto Butantan aguarda o aval da Agência Nacional de Vigila¢ncia Sanita¡ria (Anvisa) e da Comissão Nacional de a‰tica em Pesquisa (Conep). 

Em Minas Gerais, o parceiro do Butantan éo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fa¡rmacos (CPDF) do ICB. O coordenador do CPDF, professor Mauro Martins Teixeira, explica que a vacina vale-se de tecnologia já conhecida oscom va­rus purificado e inativado (morto). Sua eficácia écomprovada para outras doena§as, como gripe comum, poliomielite, difteria e tanãtano, hepatite A e B, além de infecções meningoca³cicas e pneumoca³cicas conjugadas.

Por isso, a expectativa éde que sua aprovação possa ocorrer mais facilmente. Os estudos pré-clínicos e clínicos de Fase 1 e 2 demonstraram que a vacina tem perfis favoráveis de imunogenicidade e segurança.

Os testes revelaram que a CoronaVac induziu a produção de anticorpos neutralizantes específicos para Sars-CoV-2 em camundongos, ratos e primatas não humanos. Esses anticorpos inativaram 10 estirpes representativas de Sars-CoV-2, “o que sugere a possibilidade de que ela possa neutralizar outras estirpes do novo coronava­rus”, afirmam autores de um estudo publicado em maio na Revista Science.

A Sinovac Biotech também já realizou testes em cerca de 1 mil voluntários chineses nas fases 1 e 2.

Os outros parceiros

Na cidade de Sa£o Paulo, os testes sera£o conduzidos pelo Hospital das Cla­nicas da Faculdade de Medicina da USP, pelo Instituto de Infectologia Ema­lio Ribas e pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Outras instituições paulistas envolvidas são a Universidade Municipal de Sa£o Caetano do Sul, o Hospital das Cla­nicas da Unicamp, em Campinas, a Faculdade de Medicina de Sa£o Josédo Rio Preto e a Faculdade de Medicina da USP de Ribeira£o Preto.

A vacina também serátestada pela Universidade de Brasa­lia (UnB), pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, pelo Hospital Sa£o Lucas da PUC do Rio Grande do Sul e pelo Hospital das Cla­nicas da Universidade Federal do Parana¡.

O Instituto

Entidade pública do estado de Sa£o Paulo, o Instituto Butantan éum dos maiores centros do mundo em pesquisa, desenvolvimento e produção de imunobiola³gicos ossistemas biola³gicos vivos compostos de anticorpos ou receptores direcionados a um alvo especa­fico.

De acordo com o governador paulista, Joa£o Da³ria, o acordo com a Sinovac prevaª a transferaªncia de tecnologia para a produção da vacina pelo Butantan, em escala industrial. Se tudo correr como o esperado, e a vacina for aprovada, os passos seguintes seriam o registro do produto pela Anvisa e sua distribuição gratuita pelo Sistema ašnico de Saúde (SUS) em todo o Brasil. A capacidade de produção do Butantan éde 100 milhões de unidades da vacina.

 

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