Saúde

Cerca de 5000 pacientes com ataque carda­aco na Inglaterra perderam tratamento hospitalar devido a  pandemia
O número de internaa§aµes hospitalares com ataques carda­acos caiu 35% atéo final de mara§o.
Por Oxford - 15/07/2020


Cerca de 5000 pacientes com ataque carda­aco na Inglaterra perderam o tratamento hospitalar devido a  pandemia de COVID-19
Crédito da imagem: Shutterstock

Pesquisadores da Universidade de Oxford, trabalhando com o NHS Digital, em colaboração com especialistas da Universidade de Keele, Universidade de Leeds, Imperial College London, University College London, Barts Health NHS Trust e Royal Brompton & Harefield NHS Foundation Trust, publicaram uma nova pesquisa que mostra que apenas dois tera§os das admissaµes esperadas com ataques carda­acos ocorreram no final de mara§o de 2020.

Atéo final de maio, as taxas de admissão haviam se recuperado parcialmente, mas permaneceram abaixo dos na­veis esperados. No total, atéo final de maio, havia cerca de 5000 admissaµes a menos com ataque carda­aco em 2020 do que seria esperado, sugerindo que muitos pacientes perderam o tratamento para salvar vidas. O estudo, publicado hoje no The Lancet, usou dados coletados regularmente pelo NHS Digital do NHS Hospital Trusts na Inglaterra para obter informações atualizadas sobre as internações no hospital. Os pesquisadores documentaram uma redução nas admissaµes com ataque carda­aco na Inglaterra no ini­cio da pandemia do COVID-19, comparando as taxas semanais em 2020 com as observadas em 2019. Eles continuam monitorando essas tendaªncias e publicando resultados atualizados todos os meses em https: / /www.ctsu.ox.ac.uk/research/covid-19-acute-coronary-syndromes.

As internações com ataques carda­acos causados ​​por um bloqueio completo de uma artanãria em parte do coração - denominadas ataques carda­acos com elevação do segmento ST devido a s alterações tipicas observadas no eletrocardiograma (ECG) - caa­ram quase um quarto (23%). Pessoas com esse tipo de ataque carda­aco correm o maior risco de sofrer uma parada carda­aca e geralmente precisam de um procedimento urgente (uma intervenção corona¡ria percuta¢nea ou ICP) para abrir a artanãria bloqueada no coração, juntamente com medicamentos.

As taxas de admissão por ataques carda­acos causadas por um bloqueio parcial do suprimento sangua­neo para o coração (ataques carda­acos 'sem supradesnivelamento do segmento ST') caa­ram 42%. Os pacientes com esse tipo de ataque carda­aco precisam de avaliação e tratamento urgentes com medicamentos, enquanto muitos também se beneficiam de um procedimento urgente para abrir uma artanãria estreita no coração.

Dr. Marion Mafham, pesquisador cla­nico do Departamento de Saúde da População de Nuffield, Universidade de Oxford, e principal autor do estudo, disse: 'Nosso estudo mostra que muito menos pessoas com ataques carda­acos compareceram ao hospital durante esta pandemia. a‰ importante que qualquer pessoa com dor no peito chame uma ambulância imediatamente, porque cada minuto de atraso aumenta o risco de morrer ou sofrer sanãrias complicações de um ataque carda­aco.

Houve um padrãosemelhante de admissão reduzida em diferentes grupos demogra¡ficos. O estudo constatou que houve um aumento na proporção de pacientes que receberam procedimentos para abrir artanãrias bloqueadas no dia da admissão e uma redução no tempo de permanaªncia.

O autor saªnior, Professor Colin Baigent, diretor da Unidade de Pesquisa em Saúde da População do Conselho de Pesquisa Manãdica da Universidade de Oxford, disse: 'Algumas pessoas ainda podem estar preocupadas em ir ao hospital porque temem encontrar o coronava­rus. Mas a verdade éque, ao adiar ou não ir ao hospital, as pessoas com ataques carda­acos correm um risco muito maior de morrer de sofrer um ataque carda­aco do que pegar o va­rus, e o NHS estãopronto e capaz de fornecer excelente atendimento cardiola³gico. '

Um padrãosemelhante de redução no número de pacientes atendidos no hospital com ataques carda­acos e no número de ICP foi observado em vários outrospaíses europeus, assim como nos Estados Unidos, durante a pandemia do COVID-19. Além disso, foi relatado que aqueles que se apresentam ao hospital geralmente o fazem além da janela ideal para ICP prima¡ria.

A autora saªnior Barbara Casadei, professora da British Heart Foundation em Medicina Cardiovascular da Universidade de Oxford e presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia, disse: 'Essas descobertas devem ser levadas em consideração seriamente no caso de uma segunda onda de pandemia se desenvolver como restrições de bloqueio. são facilitados em todo o mundo.

"As sociedades médicas, as fundações carda­acas e os governos tem a responsabilidade de não apenas informar os pacientes sobre a importa¢ncia de procurar atendimento adequado, mas também de garantir que um ambiente seguro seja fornecido aos pacientes que são admitidos no hospital por causa de uma emergaªncia cardiovascular".

Esta pesquisa destaca o valor para o NHS de os pesquisadores serem capazes de obter acesso rápido aos dados de saúde de rotina para abordar questões cla­nicas importantes. Tom Denwood, diretor executivo de dados, insights e estata­sticas do NHS Digital, disse: 'Foi um privilanãgio tornar essa pesquisa possí­vel, em parceria com nossos colegas acadaªmicos, atravanãs do fornecimento de nossas plataformas e dados, nosso conhecimento em engenharia e análise e atravanãs de nossa abordagem colaborativa.

'Ao disponibilizar os dados enviados pelos provedores do NHS mais rapidamente para análise segura, fomos capazes de entregar juntos em ritmo e informar a elaboração de políticas em andamento em resposta ao COVID-19.'

 

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