Mutação de rápida disseminação ajuda subtipo de gripe comum a escapar da resposta imune humana
As cepas do varus influenza adquiriram uma mutaa§a£o que impede a ligaa§a£o de anticorpos a uma proteana viral chave, tornando o desenvolvimento da vacina mais complexo
Varus da gripe IMAGEM CRa‰DITO: GETTY IMAGES
Ao contra¡rio do novo coronavarus, que se mostrou mutado muito lentamente , cepas de um subtipo comum de varus da gripe adquiriram quase universalmente uma mutação que bloqueia efetivamente a ligação de anticorpos a uma proteana viral chave, de acordo com um estudo de pesquisadores da Johns Hopkins Bloomberg Escola de Saúde Paºblica.
Os resultados tem implicações no design da vacina contra a gripe, de acordo com os pesquisadores. As vacinas atuais contra a gripe, que são "vacinas sazonais" projetadas para proteger contra cepas de gripe circulantes recentemente, induzem respostas de anticorpos principalmente contra uma proteana viral diferente chamada hemaglutinina.
A nova mutação, descrita no estudo publicado on-line no PLoS Pathogens , foi detectada pela primeira vez na temporada de gripe de 2014-2015 em algumas cepas de gripe H3N2, e evidentemente étão boa em aumentar a capacidade de propagação da gripe que agora estãopresente em praticamente todos Estirpes H3N2. As temporadas recentes de gripe, nas quais as cepas de H3N2 se destacaram, foram relativamente severas em comparação a s médias hista³ricas.
A mutação altera uma proteana viral chamada neuraminidase, e os pesquisadores descobriram em seu estudo que essa alteração paradoxalmente reduz a capacidade do varus da gripe de se replicar em um tipo de canãlula nasal humana que normalmente infecta. No entanto, os pesquisadores também encontraram evidaªncias de que a mutação mais do que compensa esse danãficit, estabelecendo uma barreira física que impede os anticorpos de se ligarem a neuraminidase.
"Essas descobertas nos dizem que as vacinas contra a gripe com foco na proteana hemaglutinina estãodeixando as aberturas do varus para evoluir e evitar outros tipos de imunidade", diz o autor saªnior do estudo, Andrew Pekosz, professor e vice-presidente do Departamento de Microbiologia Molecular e Imunologia da Bloomberg School .
A DIVERSIDADE DE CEPAS DE GRIPE E SUA CAPACIDADE DE SOFRER MUTAa‡a•ES RAPIDAMENTE - DUAS CEPAS QUE INFECTAM O MESMO HOSPEDEIRO PODEM ATa‰ TROCAR GENES - TORNARAM OS VaRUS DA GRIPE UM ALVO ESPECIALMENTE DIFaCIL PARA OS PROJETISTAS DE VACINAS.
Todos os anos, os varus da gripe adoecem milhões de pessoas em todo o mundo, matando várias centenas de milhares. A diversidade de cepas de gripe e sua capacidade de sofrer mutações rapidamente - duas cepas que infectam o mesmo hospedeiro podem atétrocar genes - tornaram os varus da gripe um alvo especialmente difacil para os projetistas de vacinas. Embora os cientistas estejam trabalhando em direção a uma vacina universal que proteja a longo prazo contra a maioria das variantes da gripe, as atuais vacinas contra gripe foram projetadas para proteger apenas uma pequena lista de cepas circulantes recentemente. Qualquer mutação que ocorra nessas cepas circulantes e parea§a melhorar sua capacidade de disseminação énaturalmente de interesse dos virologistas da gripe.
O objetivo do estudo foi entender melhor o funcionamento da nova mutação H3N2. Os cientistas sabem que ele altera a proteana neuraminidase do varus da gripe de maneira a fornecer um ponto de ligação, pra³ximo ao local ativo da neuraminidase, para uma molanãcula semelhante ao açúcar chamada glicano. Mas como a presença de um glicano nesse local na proteana neuraminidase melhora a capacidade do varus de infectar hospedeiros e se espalhar não estãoclaro.
Pekosz e o primeiro autor Harrison Powell, um estudante de pós-graduação em seu laboratório na anãpoca do estudo, compararam o crescimento, em células de laboratório, de cepas tipicas de H3N2 que tem a mutação de ligação do glicano ao crescimento das mesmas cepas de gripe sem a mutação . Eles descobriram que as versaµes mutantes cresceram muito mais lentamente nas células humanas a partir do revestimento das passagens nasais - um tipo de canãlula que um varus da gripe inicialmente infectaria.
Os pesquisadores descobriram a prova¡vel razãopara esse crescimento mais lento: a mutação que atrai o glicano dificulta a atividade da neuraminidase. A proteana éconhecida por servir como uma enzima crucial da gripe cujas funções incluem limpar o caminho do varus atravanãs do muco das vias aanãreas e aumentar a liberação de novaspartículas de varus das células infectadas.
Nãofoi totalmente inesperado que a adição de uma molanãcula de glicano moderadamente volumosa perto do local ativo da enzima tivesse esse efeito. Mas não foi explicado como isso beneficiaria o varus.
Os cientistas resolveram o mistanãrio, mostrando que o glicano bloqueia anticorpos que, de outra forma, se ligariam ao local ativo da enzima neuraminidase ou pra³ximo a ele.
A neuraminidase, especialmente seu satio ativo, éconsiderada um dos alvos mais importantes para a resposta imune a uma infecção por gripe. Tambanãm éalvo de remanãdios contra a gripe, como o Tamiflu (oseltamivir). Portanto, faz sentido que uma mutação que proteja esse alvo confira um benefacio laquido ao varus, mesmo que isso signifique que a própria enzima neuraminidase funcione com menos eficiência.
A descoberta destaca o potencial dos varus da gripe de evitar terapias, vacinas sazonais e a resposta imunola³gica comum, diz Pekosz, e aponta para a necessidade de direcionar vários locais do varus para reduzir a chance de que mutações únicas possam conferir essa resistência.
Os pesquisadores acompanharam suas descobertas com estudos sobre como a nova mutação afeta a gravidade da gripe, como ela se espalhou tão rapidamente entre as cepas de H3N2 e como essas cepas alteradas de gripe se adaptaram a outras mutações.