Saúde

A queima de gás natural apresenta riscos a  gravidez
Estudo da UCLA osUSC mostra que a exposia§a£o estãoassociada a um risco 50% maior de nascimento prematuro
Por Brad Smith - 19/07/2020

Leonid Ikan / 123rf
"Nossas descobertas sugerem que viver a menos de 5 km de queima afeta negativamente mulheres gra¡vidas e bebaªs", disse Lara Cushing, da UCLA.

Pesquisadores da Escola de Saúde Paºblica da UCLA e da Universidade do Sul da Califórnia descobriram que um altonívelde exposição a eventos de queima de petra³leo e gás - a queima do excesso de gás natural nos locais de produção - estãoassociado a 50% maior risco de parto prematuro, em comparação com mulheres que não estãoexpostas a queima.

Os pesquisadores definiram um altonívelde exposição como 10 ou mais eventos noturnos a uma distância de 5 quila´metros da casa da mulher.

"Estudos anteriores sugerem que viver perto de poa§os de petra³leo e gás afeta adversamente os resultados do nascimento, mas ainda não havia estudos examinando a queima - a combustão aberta de gás natural", disse Lara Cushing, cientista de saúde ambiental da Fielding School e coautora do estudo. . "Nossas descobertas sugerem que viver a menos de cinco quila´metros de queima afeta negativamente as mulheres gra¡vidas e os bebaªs."

O estudo foi publicado hoje na revista Environmental Health Perspectives. Pesquisadores examinaram 23.487 nascidos solteiros de mulheres que moram no Eagle Ford Shale do Texas entre 2012 e 2015. O Eagle Ford Shale, medindo 80 quila´metros de largura e 400 quila´metros de comprimento, éuma das regiaµes de petra³leo e gás mais produtivas dopaís, devido a  perfuração não convencional prática s como fraturamento hidra¡ulico, comumente referido como fraturamento. Em um estudo anterior, a equipe de pesquisa estimou que a área estava sujeita a mais de 43.000 eventos de queima entre 2012 e 2016.

Desses, 10,6% eram prematuros, o que significa que ocorreram antes do final da 37ª semana de gravidez. O nascimento prematuro estãoassociado a complicações como pulmaµes imaturos, dificuldade em regular a temperatura corporal, ma¡ alimentação e ganho de peso lento.

"O fato de que grande parte da regia£o éde baixa renda e que aproximadamente 50% dos moradores que vivem a menos de cinco quila´metros de um poa§o de petra³leo ou gás são pessoas de cor, levanta preocupações de justia§a ambiental sobre o boom de petra³leo e gás no sul do Texas", disse Jill Johnston, cientista em saúde ambiental da Escola de Medicina USC Keck, que co-liderou o estudo. "Medidas para minimizar a queima - como regulamentação mais rigorosa da queima ou investimentos em energia renova¡vel e medidas de eficiência energanãtica que reduzam a dependaªncia de combusta­veis fa³sseis em geral - protegeriam a saúde das criana§as".

Foi demonstrado que as chamas liberam uma variedade de produtos qua­micos, como benzeno, além de poluição porpartículas finas, mona³xido de carbono, a³xidos de nitrogaªnio, metais pesados ​​e carbono preto. Va¡rios desses poluentes relacionados a  combustão foram associados a um maior risco de nascimentos prematuros e redução do peso ao nascer em outros contextos.

Os pesquisadores usaram observações de satanãlite para medir a atividade da queima, porque faltam relatórios sistemicos da queima. A equipe ajustou-se a outros fatores de risco conhecidos para o nascimento prematuro, incluindo idade, tabagismo, status do seguro e acesso ao pré-natal.

As mulheres que moravam a menos de 5 quila´metros de um número maior de poa§os de petra³leo e gás também tinham um risco maior de ter um parto prematuro do que as ma£es que moravam mais longe. Os bebaªs também nasceram pesando 19,4 gramas (7 ona§as) mais leves, em média. Isso sugere que, além da queima, outros tipos de exposição a poa§os de petra³leo e gás também podem afetar adversamente a gravidez, disseram os pesquisadores.

Cinquenta e cinco por cento das mulheres no estudo identificadas como latinas ou hispa¢nicas, e o risco de parto prematuro entre mulheres hispa¢nicas expostas a altos na­veis de queima foi maior do que nas mulheres brancas não hispa¢nicas, que representavam 37% estude.

80% da queima nos EUA ocorre nas pea§as de xisto do Texas e Dakota do Norte, onde ocorre grande parte da produção de petra³leo não convencional dopaís. Mas a prática permanece amplamente subnotificada e não regulamentada, escreveram os pesquisadores.

Os outros autores do estudo são Kate Vavra-Musser, Khang Chau e Meredith Franklin, todos da USC. A pesquisa foi apoiada por uma bolsa dos Institutos Nacionais de Saúde / Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental.

 

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