O estudo encontrou naveis extremamente altos de SARS-CoV-2 nas vias respirata³rias das criana§as
Os pesquisadores descobriram que as criana§as carregavam uma carga viral excepcionalmente alta, principalmente nos primeiros dois dias de infecção.
Kris Snibbe / Fota³grafo da equipe de Harvard
No estudo mais abrangente de pacientes pedia¡tricos COVID-19 atéo momento, os pesquisadores fornecem dados essenciais que mostram que as criana§as desempenham um papel maior na difusão do COVID-19 na comunidade do que se pensava anteriormente.
Em um estudo com 192 criana§as com idades entre 0-22, 49 criana§as testaram positivo para SARS-CoV-2 e mais 18 criana§as tiveram inicio tardio, doença relacionada ao COVID-19. As criana§as infectadas mostraram ter umnívelsignificativamente mais alto de varus em suas vias aanãreas do que adultos hospitalizados em UTIs para tratamento com COVID-19, de acordo com o Massachusetts General Hospital (MGH) afiliado a Harvard e o Mass General Hospital for Children (MGHfC).
O estudo, “Pediatric SARS-CoV-2: Apresentação Clanica, Infectividade e Reações Imunesâ€, foi publicado no 20 agosto no The Journal of Pediatrics.
“Fiquei surpreso com os altos naveis de varus que encontramos em criana§as de todas as idades, especialmente nos primeiros dois dias de infecçãoâ€, diz Lael Yonker, diretor do MGH Cystic Fibrosis Center e principal autor do estudo. “Nãoesperava que a carga viral fosse tão elevada. Vocaª pensa em um hospital e em todas as precauções tomadas para tratar adultos gravemente enfermos, mas as cargas virais desses pacientes hospitalizados são significativamente mais baixas do que uma 'criana§a sauda¡vel' que anda por aa com uma alta carga viral de SARS-CoV-2 . â€
A transmissibilidade ou risco de conta¡gio émaior com uma carga viral elevada. E mesmo quando as criana§as apresentam sintomas tapicos de COVID-19, como febre, coriza e tosse, eles geralmente se sobrepaµem a doenças infantis comuns, incluindo gripe e resfriado comum. Isso confunde um diagnóstico preciso de COVID-19, a doença derivada do coronavarus SARS-CoV-2, diz Yonker. Junto com a carga viral, os pesquisadores examinaram a expressão do receptor viral e a resposta de anticorpos em criana§as sauda¡veis, criana§as com infecção aguda por SARS-CoV-2 e um número menor de criana§as com Sandrome Inflamata³ria Multissistemica em Criana§as (MIS-C).
“… As cargas virais desses pacientes hospitalizados são significativamente mais baixas do que uma 'criana§a sauda¡vel' que anda por aa com uma alta carga viral de SARS-CoV-2.â€
- Lael Yonker, principal autora do estudo
Os achados de esfregaa§os de nariz e garganta e amostras de sangue do Biorreposita³rio Pedia¡trico COVID-19 do MGHfC tem implicações para a reabertura de escolas, creches e outros locais com alta densidade de criana§as e interação próxima com professores e funciona¡rios.
“As criana§as não estãoimunes a esta infecção, e seus sintomas não se correlacionam com a exposição e infecçãoâ€, diz Alessio Fasano, diretor do Centro de Pesquisa de Biologia e Imunologia da Mucosal do MGH e autor saªnior do manuscrito. “Durante esta pandemia de COVID-19, rastreamos principalmente indivíduos sintoma¡ticos, então chegamos a conclusão erra´nea de que a grande maioria das pessoas infectadas são adultos. No entanto, nossos resultados mostram que as criana§as não estãoprotegidas contra esse varus. Nãodevemos descartar as criana§as como propagadores em potencial desse varus. â€
Os pesquisadores observam que, embora as criana§as com COVID-19 não tenham tanta probabilidade de ficar tão gravemente doentes quanto os adultos, como portadores assintoma¡ticos ou portadores com poucos sintomas que frequentam a escola, elas podem espalhar a infecção e trazer o varus para suas casas. Esta éuma preocupação especial para famalias em certos grupos socioecona´micos, que foram mais afetados pela pandemia, e famalias multigeracionais com idosos vulnera¡veis ​​no mesmo domicalio. No estudo MGHfC, 51 por cento das criana§as com infecção aguda de SARS-CoV-2 vieram de comunidades de baixa renda em comparação com 2 por cento de comunidades de alta renda.
Em outra descoberta revoluciona¡ria do estudo, os pesquisadores desafiam a hipa³tese atual de que, como as criana§as tem menor número de receptores imunológicos para SARS-CoV2, isso as torna menos propensas a se infectar ou ficar gravemente doentes. Os dados do grupo mostram que, embora as criana§as mais novas tenham um número menor do receptor do varus do que as criana§as mais velhas e os adultos, isso não se correlaciona com uma carga viral reduzida. Segundo os autores, esse achado sugere que as criana§as podem ser portadoras de alta carga viral, o que significa que são mais contagiosas, independentemente de sua suscetibilidade a desenvolver infecção por COVID-19.
Os pesquisadores também estudaram a resposta imune em MIS-C, uma infecção sistemica de maºltiplos órgãos que pode se desenvolver em criana§as com COVID-19 várias semanas após a infecção. As complicações da resposta imune acelerada observada em MIS-C podem incluir problemas cardaacos graves, choque e insuficiência cardaaca aguda. “Essa éuma complicação grave em decorraªncia da resposta imunola³gica a infecção pelo COVID-19, e o número desses pacientes estãocrescendoâ€, diz Fasano, que também éprofessor de Pediatria na Harvard Medical School (HMS). “E, como em adultos com essas complicações sistemicas muito graves, o coração parece ser o órgão favorito visado pela resposta imune pa³s-COVID-19â€, acrescenta Fasano.
Compreender o MIS-C e as respostas imunes pa³s-infecciosas de pacientes pedia¡tricos com COVID-19 éfundamental para o desenvolvimento dos pra³ximos passos nas estratanãgias de tratamento e prevenção, de acordo com os pesquisadores. Os primeiros insights sobre a disfunção imunola³gica no MIS-C devem exigir cautela ao desenvolver estratanãgias de vacinas, observa Yonker.
Como pediatras do MGHfC, Yonker e Fasano estãoconstantemente respondendo a perguntas dos pais sobre o retorno seguro de seus filhos a escola e creche. Eles concordam que a questãomais cratica équais etapas as escolas ira£o implementar "para manter as criana§as, professores e funciona¡rios seguros." As recomendações de seu estudo, que inclui 30 co-autores do MGHfC, MGH, HMS, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Hospital Brigham and Women's e Escola de Saúde Paºblica Harvard TH Chan, incluem não depender da temperatura corporal ou monitoramento dos sintomas para identificar SARS-CoV -2 infecção no ambiente escolar.
Os pesquisadores enfatizam medidas de controle de infecção, incluindo distanciamento social, uso de ma¡scara universal (quando implementa¡vel), protocolos eficazes de lavagem das ma£os e uma combinação de aprendizagem remota e presencial. Eles consideram a triagem de rotina e contanua de todos os alunos para infecção por SARS-CoV-2, com relatórios oportunos dos resultados, uma parte fundamental de uma polatica de retorno a escola seguro.
“Este estudo fornece fatos muito necessa¡rios para que os formuladores de políticas tomem as melhores decisaµes possaveis para escolas, creches e outras instituições que atendem criana§asâ€, diz Fasano. “As criana§as são uma possível fonte de disseminação do varus e isso deve ser levado em consideração nas etapas de planejamento para a reabertura de escolasâ€.
Fasano teme que um retorno apressado a escola sem um planejamento adequado possa resultar em um aumento nos casos de infecções por COVID-19. “Se as escolas fossem reabertas totalmente sem as precauções necessa¡rias, éprova¡vel que as criana§as desempenhem um papel maior nesta pandemiaâ€, concluem os autores.
A pesquisa foi apoiada pelo Instituto Nacional de Coração, Pulma£o e Sangue, Fundação de Fibrose Castica, Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, Instituto Nacional de Diabetes e Doena§as Digestivas e Renais, Instituto Nacional de Alergia e Doena§as Infecciosas, os Centros de Controle e Prevenção de Doena§as, o Departamento de Pediatria do MGH, o Departamento de Obstetracia / Ginecologia do MGH e doadores privados.Â