Saúde

Pesquisadores da Unifesp avana§am nos estudos de fa¡rmacos que combatam a Covid-19
Atualmente, dois grandes grupos de estudos estãosendo desenvolvidos. Um trata de fa¡rmacos já conhecidos e que podem ser reposicionados. O outro aborda novas drogas com estratanãgias antivirais.
Por Unifesp - 31/08/2020


Doma­nio paºblico

Enquanto pesquisadores da Universidade Federal de Sa£o Paulo (Unifesp) avana§am na fase III do estudo cla­nico da vacina de Oxford, numa parceria com a universidade do Reino Unido, outras linhas de produção cienta­fica se debrua§am sobre novos fa¡rmacos para o combate e tratamento dos pacientes que desenvolvem a Covid-19. Atualmente, dois grandes grupos de estudos estãosendo desenvolvidos. Um trata de fa¡rmacos já conhecidos e que podem ser reposicionados. O outro aborda novas drogas com estratanãgias antivirais.

“Claro que o mundo todo aguarda ansiosamente os resultados positivos que mostrem a segurança e eficácia de uma vacina que proteja a população contra o novo coronava­rus. Mas, enquanto os estudos acerca dessa proteção caminham, nossos pesquisadores devem seguir por outros caminhos que encontrem tratamento eficaz aos convalescidos. A universidade tem como missão essa contribuição cienta­fica de modo a dar respostas para a sociedade e nossos pesquisadores, altamente qualificados, estãofocados nessa finalidade”, destaca a reitora da Unifesp, Soraya Smaili.

Dentre os fa¡rmacos conhecidos e já aprovados para uso em outras doenças e que estãoem estudo laboratorial na Unifesp, com resultados promissores, estãoa Rapamicina, usado classicamente como antifaºngico que pode diminuir a infecção da canãlula pelo va­rus; o Verapamil, muito utilizado como antiarra­tmico, mas que pode bloquear a translação viral; e o Losartan, usado como anti-hipertensivo, mas que estãosendo testado no bloqueio da entrada do va­rus na canãlula.

“Em geral, esses são fa¡rmacos que podem ter diferentes mecanismos de ação, mas que podem diminuir ou minimizar a infecção. Além desses, existem outros que podem minimizar os efeitos da infecção, em especial os efeitos inflamata³rios”, explica Soraya.

Ha¡, também, alguns fa¡rmacos em estudos clínicos na Unifesp já aprovados pelo Comitaª Nacional de a‰tica em pesquisa (Conep) envolvendo pacientes internados. O Baricitib, por exemplo, fa¡rmaco utilizado no tratamento da artrite reumatoide, pode diminuir o processo inflamata³rio promovido pela infecção viral. De acordo com a reitora, “trata-se de um estudo global, com participação de váriospaíses, e que se encontra na fase III, com finalização prevista para setembro”.

Outra droga em estudo cla­nico e já em fase avana§ada éo Tocilizumabe, anticorpo monoclonal normalmente utilizado para a artrite reumata³ide. Ele estãosendo utilizado em pacientes com pneumonia grave em uma tentativa de diminuir os efeitos da Covid-19 e diminuir o tempo de internação. Os resultados deste estudo podera£o estar disponí­veis em breve. A Nitazoxanida émais uma em estudo. Esse fa¡rmaco deve ter seu estudo finalizado em setembro, normalmente éusado como antiviral e antiparasita¡rios.

Novos fa¡rmacos

Dentre os novos fa¡rmacos com estratanãgias antivirais em pesquisa estãoo Rendesevir, antiviral associado que tem sido estudado em diversospaíses e demonstrou, atéaqui, diminuir o tempo de internação de pacientes graves e também uma tendaªncia a diminuir o número de a³bitos. Neste caso, seria extremamente importante que houvesse uma pola­tica para a compra deste fa¡rmaco, já que pode ser um importante adjuvante no tratamento e possui evidaªncias. Nos Estados Unidos vem sempre utilizado em associação com outros fa¡rmacos; e o Otilimabe IV, que estãoem estudo em pacientes com doença pulmonar grave. O estudo desse fa¡rmaco deve ser finalizado em dezembro deste ano.

“Apesar de se mostrarem eficazes, os principais problemas enfrentados com as novas drogas são que o tempo para os testes émaior e seus custos também são elevados, especialmente dos anticorpos monoclonais. Sa£o obsta¡culos a serem superados, especialmente se houver estudos em coalização e também colaboração entre farmacaªuticas e governos”, ressalta Soraya.

Existe ainda uma expectativa com fa¡rmacos que podem ter um efeito protetor em relação a  infecção, tal como o estra³geno, a vitamina D, que em laboratório já demonstraram inibir a infecção. Sa£o substâncias que não tem uma relação direta de neutralização viral, mas que podem proteger e estimular o sistema imunológico a combater o va­rus. Nãosão estratanãgias de proteção celular, e que também estãosendo estudadas por pesquisadores da Unifesp.

 

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