Saúde

Os pesquisadores descobrem um circuito cerebral especa­fico danificado pelo isolamento social durante a infa¢ncia
A pandemia COVID-19, que fora§ou muitospaíses a implementar o distanciamento social e o fechamento de escolas, amplia a necessidade de compreender as consequaªncias para a saúde mental do isolamento social e da solida£o.
Por Hospital Mount Sinai - 31/08/2020


Doma­nio paºblico

A solida£o éreconhecida como uma sanãria ameaça a  saúde mental. Mesmo que nosso mundo se torne cada vez mais conectado por meio de plataformas digitais, os jovens em nossa sociedade estãosentindo uma sensação crescente de isolamento. A pandemia COVID-19, que fora§ou muitospaíses a implementar o distanciamento social e o fechamento de escolas, amplia a necessidade de compreender as consequaªncias para a saúde mental do isolamento social e da solida£o. Embora a pesquisa tenha mostrado que o isolamento social durante a infa¢ncia, em particular, éprejudicial a  função e ao comportamento do cérebro adulto em espanãcies de mama­feros, os mecanismos subjacentes do circuito neural permaneceram mal compreendidos.

Uma equipe de pesquisa da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai identificou agora subpopulações especa­ficas de células cerebrais no cortex pré-frontal , uma parte fundamental do cérebro que regula o comportamento social, que são necessa¡rias para a sociabilidade normal na vida adulta e são profundamente vulnera¡veis ao isolamento social juvenil em camundongos. Os resultados do estudo, que aparecem na edição de 31 de agosto da Nature Neuroscience , lana§am luz sobre um papel anteriormente não reconhecido dessas células, conhecidas como neura´nios do cortex pré-frontal medial que se projetam para o ta¡lamo paraventricular, a área do cérebro que transmite sinais para vários componentes do cérebro circuito de recompensa. Se a descoberta for replicada em humanos, pode levar a tratamentos para transtornos psiquia¡tricos conectado ao isolamento.

"Verificamos a presença de danãficits de comportamento social pouco antes da estimulação e quando verificamos o comportamento enquanto a estimulação estava em andamento, descobrimos que os danãficits de comportamento social foram revertidos"

Morishita.

"Além de identificar este circuito especa­fico no cortex pré-frontal que éparticularmente vulnera¡vel ao isolamento social durante a infa¢ncia, também demonstramos que o circuito vulnera¡vel que identificamos éum alvo promissor para tratamentos de danãficits de comportamento social", diz Hirofumi Morishita, MD, Ph .D., Professor Associado de Psiquiatria, Neurociaªncia e Oftalmologia na Icahn School of Medicine em Mount Sinai, membro do corpo docente do The Friedman Brain Institute e do Mindich Child Health and Development Institute, e autor saªnior do artigo. "Atravanãs da estimulação do circuito pré-frontal especa­fico que se projeta para a área tala¢mica na idade adulta, fomos capazes de resgatar os danãficits de sociabilidade causados ​​pelo isolamento social juvenil."

Especificamente, a equipe descobriu que, em ratos machos, duas semanas de isolamento social imediatamente após o desmame levam a uma falha na ativação dos neura´nios do cortex pré-frontal medial que se projetam para o ta¡lamo paraventricular durante a exposição social na idade adulta. Os pesquisadores descobriram que o isolamento juvenil levou a  excitabilidade reduzida dos neura´nios pré-frontais que se projetam para o ta¡lamo paraventricular e aumentou a entrada inibita³ria de outros neura´nios relacionados, sugerindo um mecanismo de circuito subjacente aos danãficits de sociabilidade causados ​​pelo isolamento social juvenil. Para determinar se a restauração aguda da atividade das projeções pré-frontais para o ta¡lamo paraventricular ésuficiente para melhorar os danãficits de sociabilidade em camundongos adultos submetidos ao isolamento social juvenil, a equipe empregou uma técnica conhecida como optogenanãtica para estimular seletivamente as projeções pré-frontais para o ta¡lamo paraventricular. Os pesquisadores também usaram a quimiogenanãtica em seu estudo. Enquanto a optogenanãtica permite aos pesquisadores estimular determinados neura´nios em animais que se movem livremente com pulsos de luz, a quimogenanãtica permite o controle qua­mico não invasivo sobre as populações de células. Ao empregar ambas as técnicas, os pesquisadores foram capazes de aumentar rapidamente a interação social nesses ratos, uma vez que pulsos de luz ou drogas foram administrados a eles.

"Verificamos a presença de danãficits de comportamento social pouco antes da estimulação e quando verificamos o comportamento enquanto a estimulação estava em andamento, descobrimos que os danãficits de comportamento social foram revertidos", disse o Dr. Morishita.

Dado que os danãficits de comportamento social são uma dimensão comum de muitos transtornos do neurodesenvolvimento e psiquia¡tricos, como autismo e esquizofrenia, a identificação desses neura´nios pré-frontais específicos apontara¡ para alvos terapaªuticos para a melhoria dos danãficits de comportamento social compartilhados por uma gama de transtornos psiquia¡tricos. Os circuitos identificados neste estudo podem ser modulados potencialmente utilizando técnicas como estimulação magnanãtica transcraniana e / ou estimulação transcraniana por corrente conta­nua.

 

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