Saúde

O estudo da vacina Oxford-AstraZeneca COVID-19 foi interrompido após uma doena§a
A AstraZeneca não revelou nenhuma informaa§a£o sobre o possí­vel efeito colateral, exceto chama¡-lo de
Por Lauran Neergaard - 09/09/2020


Esta foto de arquivo de 18 de julho de 2020 mostra os escrita³rios da AstraZeneca em Cambridge, Inglaterra. A AstraZeneca anunciou na segunda-feira, 31 de agosto, que sua vacina candidata entrou no esta¡gio final de testes nos Estados Unidos. A empresa disse que o estudo envolvera¡ até30.000 adultos de vários grupos raciais, anãtnicos e geogra¡ficos. (AP Photo / Alastair Grant, Arquivo)

Os estudos de esta¡gio final da vacina candidata COVID-19 da AstraZeneca estãotemporariamente suspensos enquanto a empresa investiga se a doença "potencialmente inexplicada" de um receptor éum efeito colateral da injeção.

Em um comunicado emitido na noite de tera§a-feira, a empresa disse que seu "processo de revisão padrãodesencadeou uma pausa na vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança".

A AstraZeneca não revelou nenhuma informação sobre o possí­vel efeito colateral, exceto chama¡-lo de "uma doença potencialmente inexplicada". O site de nota­cias de saúde STAT relatou pela primeira vez a pausa nos testes, dizendo que o possí­vel efeito colateral ocorreu no Reino Unido.

Um porta-voz da AstraZeneca confirmou que a pausa nas vacinações cobre estudos nos Estados Unidos e em outrospaíses. No final do maªs passado, a AstraZeneca começou a recrutar 30.000 pessoas nos Estados Unidos para seu maior estudo da vacina . Tambanãm estãotestando a vacina, desenvolvida pela Universidade de Oxford, em milhares de pessoas na Gra£-Bretanha e em estudos menores no Brasil e na áfrica do Sul.

Duas outras vacinas estãoem enormes testes de esta¡gio final nos Estados Unidos, uma feita pela Moderna Inc. e a outra pela Pfizer e pela BioNTech da Alemanha. Essas duas vacinas funcionam de maneira diferente da AstraZeneca, e os estudos já recrutaram cerca de dois tera§os dos voluntários necessa¡rios.

A retenção tempora¡ria de grandes estudos médicos não éincomum, e a investigação de qualquer reação sanãria ou inesperada éuma parte obrigata³ria dos testes de segurança. AstraZeneca destacou que épossí­vel que o problema seja uma coincidaªncia; doenças de todos os tipos podem surgir em estudos de milhares de pessoas.

"Estamos trabalhando para agilizar a revisão de um aºnico evento para minimizar qualquer impacto potencial no cronograma do teste", disse o comunicado da empresa.

a‰ prova¡vel que a doença inexplicada fosse sanãria o suficiente para exigir hospitalização e não um efeito colateral leve, como febre ou dores musculares, disse Deborah Fuller, pesquisadora da Universidade de Washington que estãotrabalhando em uma vacina diferente de COVID-19 que ainda não iniciou os testes em humanos .

"Isso não éalgo para se alarmar", disse Fuller. Em vez disso, éreconfortante que a empresa esteja pausando o estudo para descobrir o que estãoacontecendo e monitorando cuidadosamente a saúde dos participantes do estudo.

O Dr. Ashish Jha, da Brown University, disse via Twitter que o significado da interrupção não estava claro, mas que ele "ainda estava otimista" de que uma vacina eficaz seráencontrada nos pra³ximos meses.
 
"Mas o otimismo não éuma evidaªncia", escreveu ele. "Vamos deixar a ciência conduzir este processo."

Nesta foto de arquivo de 14 de agosto de 2020, técnicos de laboratório trabalham na
empresa biofarmacaªutica mAbxience em uma vacina experimental contra coronava­rus
desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca em Garin, Argentina.
A AstraZeneca anunciou na segunda-feira, 31 de agosto, que sua vacina candidata entrou
no esta¡gio final de testes nos EUA (AP Photo / Natacha Pisarenko, Arquivo)

Angela Rasmussen, virologista da Universidade de Columbia em Nova York, tuitou que a doença pode não estar relacionada a  vacina, "mas a parte importante éque épor isso que fazemos testes antes de lana§ar uma vacina para o paºblico em geral ."

Durante o terceiro e último esta¡gio do teste, os pesquisadores procuram por quaisquer sinais de possa­veis efeitos colaterais que podem não ter sido detectados em pesquisas anteriores com pacientes. Devido ao seu grande tamanho, os estudos são considerados a fase de estudo mais importante para detectar efeitos colaterais menos comuns e estabelecer a segurança.

Os testes também avaliam a eficácia rastreando quem fica doente e quem não fica entre os pacientes que recebem a vacina e os que recebem uma injeção simulada.

O desenvolvimento veio no mesmo dia em que a AstraZeneca e outros oito fabricantes de medicamentos fizeram uma promessa incomum, prometendo manter os mais altos padraµes anãticos e cienta­ficos no desenvolvimento de suas vacinas.

O anaºncio segue as preocupações de que o presidente Donald Trump pressionara¡ a Food and Drug Administration dos EUA para aprovar uma vacina antes que ela seja comprovadamente segura e eficaz.

Os EUA investiram bilhaµes de da³lares em esforços para desenvolver rapidamente várias vacinas contra COVID-19. Mas o temor paºblico de que uma vacina seja insegura ou ineficaz pode ser desastroso, prejudicando o esfora§o de vacinar milhões de americanos.

Representantes do FDA não responderam imediatamente aos pedidos de comenta¡rios na noite de tera§a-feira.

As ações da AstraZeneca negociadas nos Estados Unidos caa­ram mais de 6% nas negociações após o expediente, após relatos de que o julgamento foi interrompido.

 

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