Saúde

Estudo sugere que a aprendizagem inconsciente estãosubjacente a  crena§a em Deus
Os pesquisadores de fato descobriram que o aprendizado de padrãoimpla­cito parece oferecer uma chave para a compreensão de uma variedade de religiaµes.
Por Georgetown University Medical Center - 09/09/2020


Doma­nio paºblico

Indiva­duos que podem predizer inconscientemente padraµes complexos, uma habilidade chamada aprendizado de padrãoimpla­cito, provavelmente tem crena§as mais fortes de que existe um deus que cria padraµes de eventos no universo, de acordo com neurocientistas da Universidade de Georgetown.

A pesquisa deles, relatada na revista Nature Communications , éa primeira a usar o aprendizado de padraµes impla­citos para investigar a crena§a religiosa. O estudo abrangeu dois grupos culturais e religiosos muito diferentes , um nos Estados Unidos e outro no Afeganistão.

O objetivo era testar se o aprendizado de padrãoimpla­cito éuma base de crena§a e, em caso afirmativo, se essa conexão se mantanãm em diferentes religiaµes e culturas. Os pesquisadores de fato descobriram que o aprendizado de padrãoimpla­cito parece oferecer uma chave para a compreensão de uma variedade de religiaµes.

"Um cérebro que estãomais predisposto a  aprendizagem de padraµes impla­citos pode estar mais inclinado a acreditar em um deus, não importa onde no mundo esse cérebro se encontre, ou em que contexto religioso"

 Green

"A crena§a em um deus ou deuses que intervaªm no mundo para criar ordem éum elemento central das religiaµes globais", diz o pesquisador saªnior do estudo, Adam Green, professor associado do Departamento de Psicologia e do Programa Interdisciplinar em Neurociaªncia em Georgetown, e diretor do Laborata³rio de Georgetown para Cognição Relacional.

"Este não éum estudo sobre se Deus existe, éum estudo sobre por que e como os cérebros passam a acreditar em deuses. Nossa hipa³tese éque as pessoas cujos cérebros são bons em discernir inconscientemente padraµes em seu ambiente podem atribuir esses padraµes a s ma£os de um poder superior ", acrescenta.

“Uma observação muito interessante foi o que aconteceu entre a infa¢ncia e a idade adulta”, explica Green. Os dados sugerem que, se as criana§as estãopegando inconscientemente os padraµes do ambiente, émais prova¡vel que suas crena§as aumentem a  medida que crescem, mesmo que morem em uma familia não religiosa. Da mesma forma, se eles não estãopegando inconscientemente os padraµes ao seu redor, émais prova¡vel que sua crena§a diminua a  medida que crescem, mesmo em um lar religioso.

O estudo usou um teste cognitivo bem estabelecido para medir o aprendizado de padrãoimpla­cito. Os participantes assistiram a uma sequaªncia de pontos aparecer e desaparecer na tela do computador. Eles pressionaram um botão para cada ponto. Os pontos se moveram rapidamente, mas alguns participantes - aqueles com a capacidade de aprendizagem impla­cita mais forte - começam a aprender inconscientemente os padraµes ocultos na sequaªncia e atémesmo pressionaram o botão correto para o pra³ximo ponto antes que esse ponto realmente aparecesse. Poranãm, mesmo os melhores aprendizes impla­citos não sabiam que os pontos formavam padraµes, mostrando que o aprendizado estava acontecendo em umnívelinconsciente.

A seção dos EUA do estudo inscreveu um grupo predominantemente cristão de 199 participantes de Washington, DC. A seção do Afeganistão do estudo inscreveu um grupo de 149 participantes mua§ulmanos em Cabul. O principal autor do estudo foi Adam Weinberger, um pesquisador de pa³s-doutorado no laboratório de Green em Georgetown e na Universidade da Pensilva¢nia. Os coautores Zachery Warren e Fathali Moghaddam lideraram uma equipe de pesquisadores afega£os locais que coletou dados em Cabul.

"O aspecto mais interessante deste estudo, para mim, e também para a equipe de pesquisa afega£, foi ver padraµes em processos cognitivos e crena§as replicados nessas duas culturas", diz Warren. "Afega£os e americanos podem ser mais parecidos do que diferentes, pelo menos em certos processos cognitivos envolvidos na crena§a religiosa e na construção de significado do mundo ao nosso redor. Independentemente da féde cada um, as descobertas sugerem percepções emocionantes sobre a natureza da crena§a ."

"Um cérebro que estãomais predisposto a  aprendizagem de padraµes impla­citos pode estar mais inclinado a acreditar em um deus, não importa onde no mundo esse cérebro se encontre, ou em que contexto religioso", acrescenta Green, embora ele avise que pesquisas futuras são necessa¡rio.

"De forma otimista", conclui Green, "esta evidência pode fornecer algum terreno comum neurocognitivo em umnívelhumano ba¡sico entre crentes de religiaµes diferentes."

 

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