Saúde

Adultos autistas tem uma taxa maior de problemas de saúde física
Indiva­duos autistas são mais propensos a ter problemas cra´nicos de saúde física, especialmente coraça£o, pulma£o e diabetes, de acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Cambridge.
Por Cambridge - 11/09/2020


Manãdico testando pressão arterial - Crédito: tomwieden

"Este éo primeiro passo para entender melhor por que os indivíduos autistas são tão mais propensos a ter problemas cra´nicos de saúde física"

Elizabeth Weir

Pesquisas anteriores mostraram que pessoas autistas morrem em média mais jovens do que outras e que isso pode ser, em parte, devido a condições crônicas de saúde física. Estudos anteriores também mostraram que pessoas autistas correm maior risco de uma variedade de problemas de saúde, mas não sabemos o que estãocausando esses riscos aumentados. Assim, uma melhor compreensão da saúde física de adultos autistas pode nos ajudar a melhorar sua qualidade e longevidade.

1.156 indivíduos autistas e 1.212 indivíduos não autistas participaram de uma pesquisa online ana´nima desenvolvida pela equipe sobre suas escolhas de estilo de vida e hábitos dia¡rios, hista³rico médico pessoal e familiar. Os resultados indicam que indivíduos autistas tem, em média, 1,5 a 4,3 vezes mais chances de apresentar uma ampla variedade de condições de saúde, incluindo hipertensão, arritmias, asma e pré-diabetes. 

Este novo estudo também éo primeiro a examinar a influaªncia do fumo, do uso de a¡lcool e do IMC. Surpreendentemente, os resultados mostram que esses fatores de estilo de vida (que aumentam o risco de problemas cra´nicos de saúde física na população em geral) não são responsa¡veis ​​pelo aumento do risco de doenças carda­acas, pulmonares e diabanãticas visto entre adultos autistas.

O estudo também explorou as experiências de entrevistadas do sexo feminino e de adultos mais velhos, os quais continuam a ser grupos pouco estudados. Os resultados revelaram que as mulheres autistas, ainda mais do que os homens autistas, são mais propensas a relatar riscos aumentados de problemas de saúde física. Além disso, os tipos de condições de risco dependem do sexo biola³gico da pessoa. Por exemplo, mulheres autistas tem 4,3 vezes mais probabilidade de ter pré-diabetes do que mulheres não autistas; entretanto, homens autistas e não autistas tem a mesma probabilidade de ter pré-diabetes. Esses resultados sugerem que uma abordagem “tamanho aºnico” para a saúde de pessoas autistas pode não ser eficaz.

Elizabeth Weir, a estudante de doutorado que liderou o estudo, disse: “Este éo primeiro passo para entender melhor por que os indivíduos autistas tem muito mais probabilidade de ter problemas cra´nicos de saúde física. Embora fumo, a¡lcool e IMC possam desempenhar um papel, agora precisamos nos concentrar em quais fatores biola³gicos (por exemplo, genanãticos, hormonais, etc.), ambientais, de estilo de vida (por exemplo, dieta, exerca­cios, sono, etc.) ou relacionados a  saúde estãocontribuindo a essas disparidades de saúde. ”

O professor Simon Baron-Cohen, diretor do Centro de Pesquisa do Autismo em Cambridge, que fazia parte da equipe, disse: “Este novo estudo destaca os riscos fa­sicos para a saúde de indivíduos autistas e tem implicações importantes para a saúde deles. Compreender as razões pelas quais essas disparidades existem nos permitira¡ apoiar melhor os indivíduos autistas e melhorar a qualidade e a duração de suas vidas. ”

O financiamento para este projeto foi fornecido pelo Autism Research Trust, o Rosetrees Trust e o Cambridge and Peterborough NHS Foundation Trust. 

 

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