Saúde

Que haja luz
Estudo liderado por Mass General sugere que a terapia com luz ésegura e pode ajudar pacientes com lesão cerebral moderada
Por MGH News and Public Affairs - 25/09/2020


Pesquisadores com um prota³tipo do capacete de fototerapia de baixo na­vel. Fotos cortesia do Massachusetts General Hospital

A terapia de luz ésegura e tem efeitos mensura¡veis ​​no cérebro, de acordo com um estudo pioneiro realizado por pesquisadores do Wellman Center for Photomedicine do Massachusetts General Hospital (MGH). Os investigadores saªnior Rajiv Gupta, diretor do Laborata³rio de CT de volume de ultra-alta resolução no MGH, e Benjamin Vakoc no Wellman Center conduziram o estudo, que foi apoiado por uma bolsa do Departamento de Defesa (DOD) e publicado no JAMA Network Open Sept 14.

Este estudo éum dos primeiros ensaios clínicos prospectivos, randomizados e intervencionistas de terapia de luz de baixonível(LLLT) no infravermelho pra³ximo em pacientes que sofreram recentemente uma lesão cerebral moderada. Se outros estudos apoiarem esses achados, a fototerapia pode se tornar o primeiro tratamento amplamente aceito para esse tipo de lesão. 

O TCE éa principal causa de lesões trauma¡ticas em todo o mundo e estima-se que 69 milhões de pessoas sofrem esse tipo de lesão todos os anos. No entanto, ainda não existem tratamentos para essa condição, em grande parte porque os mecanismos biola³gicos subjacentes não são bem compreendidos e émuito desafiador fazer estudos com pacientes reais no esta¡gio agudo do trauma.  

“A Guerra do Golfo colocou o TBI nas manchetes porque o colete a  prova de balas havia melhorado muito atéentão”, disse Gupta. “Mas ainda havia lesões cerebrais causadas pelas ondas de choque de explosivos de alta potaªncia.” Por várias razaµes, o número de TBIs aumentou em todo o mundo desde então, mas tratamentos eficazes ainda são extremamente necessa¡rios.

Para este estudo, um capacete especial teve que ser projetado especificamente para administrar a terapia, um empreendimento que exigia uma combinação de experiência médica, de engenharia e física. Essa equipe multidisciplinar inclua­a Gupta, um neurorradiologista, Vakoc, um fa­sico aplicado e outros especialistas no desenvolvimento e tradução de instrumentação a³ptica para laboratórios clínicos e biola³gicos. Gupta e Vakoc também são professores associados na Harvard Medical School. 

“A terapia LED transcraniana éuma área de pesquisa promissora, com potencial para ajudar vários distúrbios cerebrais onde as terapias são limitadas.”

- Margaret Naeser, professora pesquisadora de Neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston

“Para este estudo, projetamos um tratamento prático de infravermelho pra³ximo com base na pesquisa do Wellman Center e trabalhando diretamente com o DOD no incômodo problema de TBI, uma condição enfrentada por muitos”, disse Rox Anderson, diretor do centro.

Outro desafio foi otimizar o comprimento de onda do LLLT infravermelho pra³ximo. “Ninguanãm sabe quanta luz vocêprecisa para obter o efeito ideal”, disse Lynn Drake, uma das coautoras do estudo e diretora de desenvolvimento de nega³cios do Wellman Center. “Tentamos otimizar o comprimento de onda, dosagem, tempo de entrega e duração da exposição.” Isso foi feito por meio de uma sanãrie de experimentos pré-clínicos liderados por Anderson. Estes inclua­ram vários estudos pré-clínicos liderados por Michael Hamblin. Anderson e Hamblin também são coautores deste artigo.  

O LLLT no infravermelho pra³ximo já foi considerado para usos maºltiplos, mas atéo momento, poucos ou nenhum estudo dessa tecnologia foi testado e nenhum em pacientes com TCE. Foi estudado em pacientes com derrame e pesquisas laboratoriais ba¡sicas de Wellman sugerem que éneuroprotetor por meio de um mecanismo mediado por órgãos intracelulares especializados chamados mitoca´ndrias. Demorou vários anos de pesquisa na Wellman para entender o mecanismo ba¡sico antes do ensaio cla­nico. 

O ensaio cla­nico randomizado incluiu 68 pacientes com lesão cerebral trauma¡tica moderada, divididos em dois grupos. Um grupo recebeu LLLT, por meio do capacete especial, que entregou a luz. Os pacientes do grupo controle usaram o capacete pelo mesmo período de tempo, mas não receberam o tratamento. O capacete foi projetado pela equipe de Vakoc em Wellman. Durante o estudo, os cérebros dos indivíduos foram testados para neurorreatividade usando manãtricas de ressonância magnanãtica quantitativa (MRI) e os indivíduos também foram submetidos a avaliação da função neurocognitiva. 

A ressonância magnanãtica foi realizada nos esta¡gios de recuperação aguda (dentro de 72 horas após a lesão), subaguda precoce (duas a três semanas) e subaguda tardia (aproximadamente três meses). Avaliações cla­nicas foram realizadas durante cada visita e em seis meses, usando o Rivermead Post-Concussion Questionnaire, com cada item avaliado em uma escala de cinco pontos.

Capacete. Sensores de capacete.
Os capacetes usados ​​pelos participantes do estudo que transmitem terapia de
luz de baixonível(LLLT) no infravermelho pra³ximo.

Vinte e oito pacientes completaram pelo menos uma sessão de LLLT e nenhum relatou quaisquer reações adversas. Além disso, os pesquisadores descobriram que podiam medir os efeitos da LLLT transcraniana no cérebro. Os estudos de ressonância magnanãtica mostraram diferenças estatisticamente significativas na integridade da mielina ao redor dos neura´nios dos pacientes tratados em relação ao grupo controle. Ambos os achados apa³iam estudos de acompanhamento, especialmente porque não háoutros tratamentos para esses pacientes. 

O estudo também mostrou que a luz afeta as células. Embora esteja bem estabelecido que as células tem receptores de luz, "entrando neste ensaio, ta­nhamos várias perguntas sem resposta, como se a luz atravessaria o couro cabeludo e o cra¢nio, se a dose era suficiente e se seria suficiente para envolver o substratos neurais responsa¡veis ​​pelo reparo após o TCE ”, diz Gupta. 

a‰ importante notar, acrescenta, que para este estudo inicial, os pesquisadores se concentraram em pacientes com lesão cerebral trauma¡tica moderada. Isso ajudou a garantir que seu estudo pudesse ter resultados estatisticamente significativos, porque os pacientes nesta categoria são mais propensos a demonstrar um efeito mensura¡vel. “Seria muito mais difa­cil ver essasmudanças em pacientes com lesões leves e ébastante prova¡vel que em pacientes com lesões cerebrais graves o efeito da fototerapia seja confundido por outras comorbidades de trauma grave”, disse Gupta.  

Ele acrescentou que os pesquisadores ainda estãomuito cedo no desenvolvimento desta terapia, e não se sabe se ela poderia ser aplicada a outros tipos de lesão cerebral, como a encefalopatia trauma¡tica crônica (CTE), que tem recebido muita atenção do paºblico ao longo do os últimos anos. CTE éuma doença degenerativa progressiva associada a uma história de traumatismo cranioencefa¡lico repetitivo, como o vivido por certos tipos de atletas, principalmente jogadores de futebol.

Este estudo abre muitas possibilidades para um uso mais amplo da fotomedicina. “A terapia LED transcraniana éuma área de pesquisa promissora, com potencial para ajudar vários distúrbios cerebrais onde as terapias são limitadas”, disse Margaret Naeser, uma proeminente pesquisadora em fotomedicina e professora de neurologia na Escola de Medicina da Universidade de Boston. Ela não era afiliada a este estudo especa­fico.

Esta pesquisa foi parcialmente financiada por doações do contrato da Fora§a Aanãrea FA8650-17-C-9113; Programa Conjunto de Pesquisa Manãdica de Warfighter do Exanãrcito USAMRAA, contrato W81XWH-15-C-0052; e Programa de Pesquisa Manãdica dirigido pelo Congresso W81XWH-13-2-0067.

 

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