Saúde

Estou lidando bem com a pandemia?
Os especialistas alertaram para uma onda crescente de doenças mentais como resultado. A pesquisa sugere que eles estãoamplamente corretos.
Por Nick Haslam - 01/10/2020


Beber para evitar o sofrimento éum exemplo de estratanãgia de enfrentamento baseada na emoção. Mas essa forma de lidar com a situação não funciona a longo prazo. Crédito: Shutterstock

A pandemia apresentou desafios sem precedentes. Muitos de nosperdemos o trabalho, ganhamos responsabilidades de cuidadores e enfrentamos o isolamento social. Os especialistas alertaram para uma onda crescente de doenças mentais como resultado.

A pesquisa sugere que eles estãoamplamente corretos. Pesquisas na Austra¡lia , Reino Unido e EUA apontam taxas de depressão, ansiedade e pensamento suicida substancialmente mais altas do que nos anos anteriores.

Poranãm, com o tempo, as pessoas mudaram a forma como responderam a  ameaça do COVID-19. As pesquisas do Google mudaram dos danos da própria pandemia para formas de lidar com ela, como exerca­cios e aprendizado de novas habilidades.

Esse piva´ aponta para um novo foco no enfrentamento do COVID-19.

Muitas maneiras de enfrentar

Coping éo processo de responder efetivamente aos problemas e desafios. Lidar bem éresponder a  ameaça de forma a minimizar seu impacto prejudicial.

O enfrentamento pode envolver muitas estratanãgias diferentes e éprova¡vel que vocêtenha as suas próprias estratanãgias preferidas. Essas estratanãgias podem ser classificadas de várias maneiras, mas uma distinção importante éentre estratanãgias focadas no problema e estratanãgias focadas na emoção.

Qual éa diferença?

O enfrentamento focado no problema envolve um envolvimento ativo com o mundo externo. Isso pode significar fazer planos de ação, buscar mais informações sobre uma ameaça ou enfrentar um adversa¡rio.

O enfrentamento focado na emoção, em contraste, édirecionado para dentro, tentando mudar a forma como respondemos emocionalmente a eventos e condições estressantes, em vez de muda¡-los em sua origem.

Estratanãgias eficazes com foco na emoção incluem meditação, humor e reavaliação de dificuldades para encontrar benefa­cios.

Estratanãgias menos eficazes com foco na emoção incluem buscar distrações, negação e uso de substâncias. Embora essas ta¡ticas possam evitar problemas no curto prazo, elas não abordam suas causas nem evitam seus efeitos de longo prazo.

Qual émelhor?

Nenhuma dessas estratanãgias de enfrentamento éintrinsecamente mais ou menos eficaz do que a outra. Ambos podem ser eficazes para diferentes tipos de desafios.
 
Diz-se que as estratanãgias focadas no problema funcionam melhor quando podemos controlar o problema.

No entanto, quando enfrentamos um desafio inabala¡vel, pode ser melhor ajustar nossa resposta a ele usando estratanãgias focadas na emoção, em vez de lutar inutilmente contra ele.

Estratanãgias de enfrentamento durante a pandemia

A atividade física e a experiência da natureza podem oferecer alguma proteção contra a depressão durante a pandemia. Um estudo atéaponta para os benefa­cios da observação de pa¡ssaros .

Mas hámais evidaªncias em torno das estratanãgias de enfrentamento a serem evitadas. Os na­veis crescentes de uso de substâncias durante a pandemia estãoassociados a um maior sofrimento.

Comer muitos lanches e acessar muitos meios de comunicação relacionados ao COVID também tem sido associados a na­veis mais elevados de estresse e depressão. Portanto, estes devem ser consumidos com moderação.

Como posso saber se não estou lidando bem com isso?

Devemos ser capazes de avaliar quanto bem estamos lidando com a pandemia, avaliando como estamos indo em comparação com o normal anterior.

Pense em vocênesta anãpoca do ano passado. Vocaª estãobebendo mais, dormindo mal ou experimentando menos emoções positivas e mais emoções negativas agora?

Se a resposta a qualquer uma dessas perguntas for "sim", então, em comparação com o normal anterior, seu enfrentamento pode não ter sido tão bom quanto poderia ser. Mas antes de julgar criticamente seu enfrentamento, vale a pena considerar algumas coisas.

Seu enfrentamento érelativo ao seu desafio

A pandemia pode ser compartilhada, mas seus impactos foram desiguais.

Se vocêmora sozinho, écuidador ou perdeu o trabalho, a pandemia tem sido uma ameaça maior para vocêdo que para muitas outras pessoas. Se vocêsofreu mais sofrimento do que os outros, ou mais do que no ano passado, isso não significa que vocênão lidou bem com você- talvez vocêsimplesmente tenha enfrentado mais problemas.

Emoções negativas podem ser apropriadas

a‰ justificado sentir alguma ansiedade diante de uma ameaça como a COVID-19. Sentir tristeza pela separação de entes queridos sob confinamento também éinevita¡vel. Sofrimento não significa desajustamento.

Na verdade, emoções desagrada¡veis ​​chamam nossa atenção para os problemas e nos motivam a enfrenta¡-los, ao invanãs de serem apenas sinais de fragilidade mental ou de não enfrenta¡-los.

Devemos, éclaro, estar vigilantes para problemas sanãrios, como pensamentos de automutilação, mas também devemos evitar patologizar o sofrimento comum. Nem todo sofrimento ésintoma de um problema de saúde mental.

Enfrentar não éapenas sobre emoções, de qualquer maneira

O enfrentamento não éapenas como nos sentimos. a‰ também uma questãode ação e encontrar um sentido de significado e propa³sito na vida, apesar de nossa aflição. Talvez, se mantivemos nossos relacionamentos e realizamos nosso trabalho de maneira razoa¡vel durante a pandemia, tenhamos lidado bem com isso, mesmo que a s vezes tenhamos nos sentido infelizes.

Lidar com COVID-19 tem sido uma competição desigual

O distanciamento social e os bloqueios nos deixaram com um repertório de enfrentamento reduzido. Buscar apoio emocional e prático de outras pessoas, também conhecido como "enfrentamento social", édificultado pelas restrições a  pandemia. Sem nossos apoios habituais, muitos de nostivemos que lidar com um braa§o amarrado nas costas.

Portanto, lembre-se de dar uma folga. Para a maioria das pessoas, a pandemia foi um desafio aºnico. Ao julgar o quanto bem lidamos, devemos praticar a autocompaixa£o . Nãovamos piorar as coisas criticando-nos por não conseguir enfrentar melhor.

 

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