Saúde

Impacto de manãdio prazo de COVID-19 revelado em novo estudo
O impacto de longo prazo do COVID-19 descobriram que uma grande propora§a£o de pacientes com COVID-19 que receberam alta hospitalar ainda apresentavam sintomas de falta de ar, fadiga, ansiedade e depressão dois a três meses após contrair o va­rus.
Por Oxford - 20/10/2020


Impacto de manãdio prazo de COVID-19 revelado em novo estudo - Crédito da imagem: Shutterstock

Os cientistas da Universidade de Oxford que realizam o estudo C-MORE também detectaram anormalidades na ressonância magnanãtica em vários órgãos e acreditam que a inflamação persistente ou crônica pode ser um fator subjacente para essasmudanças entre os sobreviventes do COVID-19.

O estudo, cujas descobertas iniciais foram publicadas online como uma pré-impressão no MedRxiv, estãosendo conduzido por pesquisadores do Departamento de Medicina de Radcliffe da universidade e éapoiado pelo NIHR Oxford Biomedical Research Center (BRC) e pelo NIHR Oxford Health BRC, como bem como o BHF Oxford Centre for Research Excellence e Wellcome Trust. O estudo C-MORE também faz parte da plataforma nacional PHOSP-COVID, liderada pela Universidade de Leicester, que estãoinvestigando os efeitos de longo prazo do COVID-19 em pacientes hospitalizados.

O estudo levou 58 pacientes com COVID-19 moderado a grave confirmado em laboratório, que foram internados para tratamento no Oxford University Hospitals (OUH) NHS Foundation Trust entre mara§o e maio de 2020. Eles também recrutaram 30 controles não infectados da comunidade, grupo -comparelhado por idade, sexo, a­ndice de massa corporal e fatores de risco, como tabagismo, diabetes e hipertensão.

'Gostara­amos de agradecer a todos os nossos pacientes e suas fama­lias que participaram deste estudo. Ao nos ajudar a entender melhor os efeitos dessa nova doena§a, eles deram uma importante contribuição ajudando outras pessoas que contraa­ram - e ira£o contrair - o va­rus. '


Os participantes foram submetidos a  ressonância magnanãtica (MRI) do cérebro, pulmaµes, coração, fígado e rins; espirometria para testar sua função pulmonar; um teste de caminhada de seis minutos; teste cardiopulmonar de exerca­cio (TCPE), bem como avaliações de sua qualidade de vida, saúde cognitiva e mental.

O estudo C-MORE descobriu que dois a três meses após o ini­cio da doena§a, 64% dos pacientes experimentaram falta de ar persistente e 55% reclamaram de fadiga significativa.

Na ressonância magnanãtica, as anormalidades do sinal do tecido foram observadas nos pulmaµes de 60% dos pacientes com COVID-19, nos rins em 29%, nos corações em 26% e nos fa­gados em 10%. Anormalidades de órgãos foram observadas mesmo em pacientes que não estavam gravemente enfermos ao serem admitidos.

A ressonância magnanãtica também detectou alterações nos tecidos em partes do cérebro e os pacientes demonstraram comprometimento do desempenho cognitivo. Sua capacidade de sustentar o exerca­cio também foi reduzida significativamente, embora isso se devesse a uma combinação de fadiga e anormalidades pulmonares.

O estudo também descobriu que os pacientes eram mais propensos a relatar sintomas de ansiedade e depressão, e um prejua­zo significativo em sua qualidade de vida em comparação com os controles. A Dra. Betty Raman, que estãoliderando o estudo C-MORE junto com o professor Stefan Neubauer, disse: 'Nosso estudo avaliou pacientes em recuperação de COVID-19 após hospitalização, dois a três meses após o ini­cio da doena§a. Embora tenhamos encontrado anormalidades em maºltiplos órgãos, édifa­cil saber quanto disso era pré-existente e quanto foi causado pelo COVID-19.

'No entanto, éinteressante ver que as anormalidades detectadas na ressonância magnanãtica e capacidade de exerca­cio em pacientes estãofortemente correlacionadas com marcadores sanãricos de inflamação. Isso sugere uma ligação potencial entre inflamação crônica e dano conta­nuo a órgãos entre os sobreviventes. '

O Dr. Raman, um Pesquisador Cla­nico do Departamento de Medicina de Radcliffe, acrescentou: 'Essas descobertas ressaltam a necessidade de explorar ainda mais os processos fisiola³gicos associados ao COVID-19 e desenvolver um modelo hola­stico e integrado de atendimento cla­nico para nossos pacientes após terem recebeu alta do hospital.

'Gostara­amos de agradecer a todos os nossos pacientes e suas fama­lias que participaram deste estudo. Ao nos ajudar a entender melhor os efeitos dessa nova doena§a, eles deram uma importante contribuição ajudando outras pessoas que contraa­ram - e ira£o contrair - o va­rus. '

 

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