O modelo inspirado na pesquisa por vida extraterrestre calcula o risco de transmissão COVID-19
Como a famosa equaa§a£o de Drake, a desigualdade CAT procura dar sentido a s muitas varia¡veis, incluindo as ambientais, que podem afetar a transmissibilidade de COVID-19

Domanio paºblico
Quais são as chances de encontrar civilizações avana§adas além da Terra? Em 1961, o astra´nomo Frank Drake desenvolveu uma fa³rmula matemática para estimar a probabilidade de encontrar alienagenas inteligentes na Via La¡ctea. Sua equação simples, consistindo em apenas sete varia¡veis, estimulou uma nova discussão sobre um fena´meno de outra forma intrigante. Danãcadas depois, sua famosa fa³rmula continua influenciando a busca por vida extraterrestre no universo.
Inspirados pela equação de Drake, os especialistas em meca¢nica dos fluidos da Johns Hopkins Whiting School of Engineering desenvolveram uma fa³rmula para responder a pergunta do momento: o que determina as chances de alguém pegar COVID-19?
Em um artigo publicado na Physics of Fluids , os pesquisadores apresentam um modelo matema¡tico para estimar o risco de transmissão aanãrea do COVID-19. As percepções desse novo modelo podem ajudar a avaliar o quanto bem os esforços preventivos, como o uso de máscaras e o distanciamento social, estãonos protegendo em diferentes cenários de transmissão.
"Ainda hámuita confusão sobre as vias de transmissão do COVID-19. Isso ocorre em parte porque não háuma 'linguagem' comum que facilite o entendimento dos fatores de risco envolvidos", disse Rajat Mittal , co-autor do artigo e professor no Departamento de Engenharia Meca¢nica. “O que realmente precisa acontecer para alguém se infectar? Se pudermos visualizar esse processo de forma mais clara e quantitativa, poderemos tomar melhores decisaµes sobre quais atividades retomar e quais evitarâ€.
O que estãoficando claro éque o COVID-19 émais comumente transmitido de pessoa para pessoa pelo ar, atravanãs de pequenas gotaculas respirata³rias geradas por tosse, espirro, fala ou respiração, de acordo com um comenta¡rio publicado por 239 cientistas na Clinical Infectious Diseases .
Mas o risco de se infectar com COVID-19 depende muito das circunsta¢ncias, diz Mittal. O modelo da equipe considera 10 varia¡veis ​​de transmissão, incluindo as taxas de respiração das pessoas infectadas e não infectadas, o número de gotas transportadoras do varus expelidas, o ambiente ao redor e o tempo de exposição. Multiplicadas juntas, essas varia¡veis ​​geram um ca¡lculo da possibilidade de um indivaduo ser infectado com COVID-19.
A fa³rmula proposta échamada de desigualdade de transmissão aanãrea de conta¡gio, ou simplesmente desigualdade CAT.
"A desigualdade CAT éparticularmente útil porque traduz o complexo processo de transporte dina¢mico de fluidos em uma sanãrie de termos simples que são fa¡ceis de entender", diz Charles Meneveau , professor de Engenharia Meca¢nica e co-autor do estudo. "Como vimos, comunicar ciência com clareza éde suma importa¢ncia na saúde pública e nas crises ambientais como a que enfrentamos agora."
Dependendo do cena¡rio, a previsão de risco da desigualdade CAT pode variar muito. Veja a academia, por exemplo. Todos nosjá ouvimos que fazer exercacios em uma academia pode aumentar suas chances de pegar COVID-19, mas quanto arriscado érealmente?
"A DESIGUALDADE CAT a‰ PARTICULARMENTE ašTIL PORQUE TRADUZ O COMPLEXO PROCESSO DE TRANSPORTE DINa‚MICO DE FLUIDOS EM UMA Sa‰RIE DE TERMOS SIMPLES QUE SaƒO FaCEIS DE ENTENDER. COMO VIMOS, COMUNICAR CIaŠNCIA COM CLAREZA a‰ DE SUMA IMPORTa‚NCIA NA SAašDE PašBLICA E EM CRISES AMBIENTAIS COMO ESSA QUE ESTAMOS ENFRENTANDO AGORA. "
Charles Meneveau
"Imagine duas pessoas em esteiras na academia; ambas estãorespirando com mais dificuldade do que o normal. A pessoa infectada estãoexpelindo mais gotas, e a pessoa não infectada estãoinalando mais gotas. Nesse espaço confinado, o risco de transmissão aumenta em um fator de 200 ", diz Mittal.
A equipe acrescenta que o modelo pode ser útil para quantificar o valor do uso de ma¡scara e do distanciamento social. Se ambas as pessoas estiverem usando máscaras N95, o risco de transmissão éreduzido por um fator de 400 - isso émenos de 1% de chance de pegar o varus. Mas mesmo uma simples ma¡scara de tecido reduzira¡ significativamente a probabilidade de transmissão, de acordo com o modelo. A equipe também descobriu que o distanciamento social tem uma correlação linear com o risco; se vocêdobrar a distância, vocêdobra o fator de proteção ou reduz o risco pela metade.
Como acontece com a maioria dos modelos COVID-19, algumas varia¡veis ​​são conhecidas e outras ainda são um mistanãrio. Por exemplo, ainda não sabemos quantaspartículas do varus SARS-CoV-2 inaladas são necessa¡rias para desencadear uma infecção. Varia¡veis ​​ambientais, como vento ou sistemas HVAC, também são difaceis de definir.
Mesmo com essas incertezas, os pesquisadores acreditam que seu modelo fornece uma estrutura útil para entender como nossas escolhas podem aumentar ou reduzir nosso risco de pegar o varus. Modelos de doenças infecciosas geralmente são projetados para serem compreendidos por especialistas. O modelo desenvolvido pela equipe, por outro lado, éacessavel a todos, desde cientistas e formuladores de políticas atéa pessoa comum que tenta avaliar seu pra³prio risco.
A equipe espera que uma abordagem matemática simples para um problema complexo estimule novas conversas sobre a transmissão COVID-19, assim como o modelo de Drake inspirou novas pesquisas por vida alienagena inteligente.
“Com mais informações, épossível calcular um risco bem especafico. De maneira mais geral, nosso objetivo éapresentar como todas essas varia¡veis ​​interagem no processo de transmissãoâ€, diz Mittal. "Acreditamos que nosso modelo pode informar estudos futuros que ira£o fechar essas lacunas em nosso entendimento sobre COVID-19 e fornecer uma melhor quantificação de todas as varia¡veis ​​envolvidas em nosso modelo."
Wen Wu, professor assistente de engenharia meca¢nica da Universidade do Mississippi, écoautor deste estudo.