Saúde

Os va­rus demonstraram evoluir como resultado de diferentes respostas imunola³gicas em diferentes populações anãtnicas
Novas pesquisas sobre o va­rus HIV-1 lançaram luz sobre um fator importante na evolua§a£o dos va­rus, que provavelmente também afetara¡ o SARS-CoV-2 (o va­rus que causa o COVID-19).
Por Oxford - 20/11/2020


Os va­rus demonstraram evoluir como resultado de diferentes respostas imunola³gicas em diferentes populações anãtnicas - Crédito da imagem: Shutterstock

Diferena§as no sistema imunológico celular em diferentes populações humanas são agora conhecidas por influenciar a evolução de um va­rus. Um va­rus se adapta e pode formar subtipos para escapar de respostas imunola³gicas antivirais comuns.

Pela primeira vez, em um artigo publicado na  Virus Evolution , a Professora Astrid Iversen do Nuffield Department of Clinical Neurosciences da University of Oxford e colaboradores mostraram uma forte ligação entre a diversidade anãtnica empaíses africanos e a diversidade de HIV-1 p24Gag e Subtipos de HIV-1.

Ao analisar a epidemia de HIV-B nos EUA, eles também revelam que a evolução viral estãoem andamento e éafetada pelo aumento conta­nuo da proporção de afro-americanos na população infectada pelo HIV ao longo do tempo. Este resultado ressalta como as desigualdades nos cuidados de saúde podem afetar a evolução do pata³geno se um grupo anãtnico especa­fico estiver em desvantagem desproporcional.

Na luta contra o HIV-1 e o SARS-CoV-2, a resposta imune celular desempenha um papel crucial. O sistema de anta­geno leucocita¡rio humano (HLA) éuma parte fundamental dessa resposta imune celular. No combate a s infecções, as moléculas HLA apresentam pequenos fragmentos das protea­nas do va­rus a s células do sistema imunológico. A composição do sistema HLA de um indiva­duo determinara¡ quais partes de um va­rus são direcionadas pela resposta imune, e isso afetara¡ a qualidade da resposta. Embora milhares de variantes do HLA saiam, algumas são encontradas em alta frequência em cada população.

O professor Iversen explica: 'Nossa pesquisa mostra que, por causa dessa variação no sistema HLA da população, com o tempo, um va­rus provavelmente se adaptara¡ a s diferenças de frequência HLA em populações globais.'

As variações no sistema HLA estãovinculadas a  localização geogra¡fica, pois o sistema éafetado por desafios infecciosos já enfrentados. O cruzamento hista³rico entre neandertais e denisovanos (duas espanãcies humanas extintas que se espalharam pela asia durante o Paleola­tico Inferior e Manãdio) também contribuiu para diferenças no sistema HLA nas populações humanas modernas, uma vez que esses humanos arcaicos já carregavam variantes do HLA otimizadas para combater patógenos da Eura¡sia.

Já se sabe que as combinações de frequências HLA em populações humanas refletem a adaptação do sistema imunológico a diferentes combinações de desafios de infecções ao longo do tempo. A nova pesquisa mostra que os novos va­rus, por sua vez, se adaptam a s diferenças nas frequências HLA especa­ficas da população.

O trabalho de Iversen tem implicações para o design de vacinas. As vacinas atuais contra o HIV-1 geralmente usam o subtipo que circula na população-alvo. Esta éuma abordagem suba³tima, porque esse subtipo de va­rus seráaltamente adaptado, a fim de evitar a evocação de fortes respostas imunola³gicas na maioria dessa população.

Se uma vacina objetiva evocar respostas imunes celulares, a composição do HLA da população-alvo deve ser considerada primeiro. Essas informações, juntamente com o conhecimento de quais partes do va­rus essas variantes do HLA tem como alvo, podem ser combinadas com novas tecnologias de vacinas de mRNA para gerar vacinas eficazes e especa­ficas para a população.

 

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