Saúde

Criana§as mais dispostas a punir se o transgressor receber uma lição
Muitas criana§as estãodispostas a fazer sacrifa­cios pessoais para punir os malfeitores - e ainda mais se acreditarem que a punia§a£o vai ensinar uma lia§a£o ao transgressor, mostra um novo estudo de Yale
Por Yale University - 23/11/2020


Doma­nio paºblico

Muitas criana§as estãodispostas a fazer sacrifa­cios pessoais para punir os malfeitores - e ainda mais se acreditarem que a punição vai ensinar uma lição ao transgressor, mostra um novo estudo de Yale publicado em 23 de novembro na revista Nature Human Behavior .

Fila³sofos e psica³logos hámuito argumentam se o principal motivo pelo qual as pessoas punem os outros por mau comportamento éretribuir ou transmitir uma lição moral. Em adultos, a maioria dos estudos mostra que a resposta éque as pessoas tem os dois motivos. Mas e as criana§as, que estãomenos imersas em valores sociais?

"As criana§as estãomenos expostas a idanãias sociais sobre como se comportar de certas maneiras", disse a primeira autora Julia Marshall, que conduziu a pesquisa no laboratório de Molly Crockett, professora assistente de psicologia em Yale e autora saªnior do artigo. "Quera­amos saber se as criana§as estãointeressadas em punir os outros porque querem que os transgressores paguem, porque querem dar uma lição aos maus atores, ou uma combinação de ambos."

Para o estudo, Marshall, Crockett e o pa³s-doutorado em Yale Daniel Yudkin monitoraram as respostas de 251 criana§as entre 4 e 7 anos de idade que assistiram a um va­deo de uma criana§a rasgando a obra de arte de outro jovem.

As criana§as primeiro tiveram que decidir se puniriam o destruidor de arte levando seu iPad. No entanto, se as criana§as decidissem punir o transgressor, elas teriam que fazer um sacrifa­cio pessoal - seu pra³prio iPad seria trancado.

Os pesquisadores dividiram as criana§as em dois grupos. O primeiro grupo foi informado de que, se escolhesse a punição "retributiva", o infrator perderia o uso de seu iPad, mas não saberia o motivo. O segundo grupo foi informado de que, se punissem o transgressor, ele seria informado que foi por rasgar o desenho, o que os pesquisadores chamaram de condição "comunicativa".

Cerca de um quarto das criana§as (26%) do primeiro grupo decidiu punir o transgressor, mesmo depois de ser informado de que perderia o uso de seu pra³prio iPad. "A retribuição éuma força motriz no julgamento moral das criana§as", disse Marshall.

No entanto, as criana§as do segundo grupo, que sabiam que o transgressor seria informado por que estava sendo disciplinado, tinham 24% mais probabilidade de punir do que o primeiro grupo.

"A oportunidade de dar uma lição a um transgressor motiva as criana§as a punir além do desejo de vê-las sofrer por suas ações", disse Crockett.

"As criana§as parecem equipadas desde cedo com o desejo de que os punidores recebam o que merecem e com o desejo de que melhorem seu comportamento da próxima vez", disse Marshall, que agora épesquisador de pa³s-doutorado no Boston College.

Crockett acrescentou: "Apesar de terem gosto pela retribuição, as criana§as pequenas também valorizam os benefa­cios sociais que a punição pode trazer. Como a aprendizagem social impacta o equila­brio dos motivos retributivos e prospectivos para a punição éum caminho importante para estudos futuros."

 

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